Juízes não podem ser confundidos com “meia duzia de vagabundos”, diz ministra Eliana Calmon

MInistra Eliana Calmon

Em meio às críticas sobre sua atuação no CNJ (Conselho
Nacional de Justiça), a corregedora Eliana Calmon disse nesta terça-feira (28)
que os juízes “decentes” do país não podem ser confundidos com
“meia dúzia de vagabundos” que estão infiltrados na magistratura
brasileira.

Durante audiência na
Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Calmon afirmou que as
investigações conduzidas pela corregedoria devem ocorrer em vários setores para
apontar falhas do Poder Judiciário.

“Precisamos abrir em diversos flancos para falar o que
está errado dentro da nossa casa. Faço isso em prol dos magistrados sérios,
decentes, que não podem ser confundidos com meia dúzia de vagabundos que estão
infiltrados na magistratura.”

Ao longo da audiência, a corregedora vez diversas críticas à
atuação de juízes. Disse que o Poder Judiciário vive hoje uma “crise
ética” e atacou desembargadores que não são alvo de investigações por
serem “malandros” e conquistarem a simpatia de magistrados.

“É dificílimo um tribunal julgar desembargador. Se ele
tem a simpatia do colegiado, e os malandros são sempre extremamente simpáticos,
o tribunal não tem poderes para julgar. Eu não tenho medo dos maus juízes, mas
do silêncio dos bons juízes que se calam na hora do julgamento.”

Calmon foi ao Senado defender a aprovação da PEC (Proposta
de Emenda Constitucional) que formaliza os poderes do conselho de investigar e
punir juízes. A corregedora defende incluir na proposta a competência para o
CNJ investigar desembargadores e também se mostrou favorável à possibilidade do
conselho quebrar sigilos de juízes investigados –sem que isso seja incluído no
texto da PEC.

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