Pastor da Igreja Batista da Restauração é denunciado na AL por pedofilia

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa recebeu, na manhã de ontem, uma comitiva de familiares de crianças que teriam sido vítimas de pedofilia.

O deputado Bira do Pindaré (PT), presidente da Comissão, atendeu uma solicitação das famílias das meninas abusadas. Na semana passada as mães das crianças foram ao gabinete do deputado e solicitaram ser ouvidas na reunião ordinária da Comissão de Direitos Humanos.

Na Sala de Comissões da Casa Legislativa, quatro mães denunciaram o Pastor Raimundo Teodoro Pereira Filho, da Igreja Batista da Restauração do Planalto Pingão. Todas as menores eram meninas e tinham entre 9 e 13 anos. As mães, que não quiseram se identificar, apresentaram relatos da convivência das crianças com o pastor e das moléstias.

“Uma pessoa nos trouxe a informação que o Pastor era pedófilo, a partir de então começamos a observá-lo melhor. Dentro da minha casa, minha filha foi violentada. Hoje ela tem 16 anos, na época tinha 13, quando perguntei a Lea o que teria acontecido, ela revelou que o Pastor a levou para o quarto e tocou no seio dela. Quando a menina se levantou e saiu de perto dele, após uns minutos ela voltou e ele disse que tinha testado a garota, para saber se ela tinha a Pomba Gira”, denunciou uma das mães.

Muito emocionada com o depoimento, a mãe revelou que a Igreja tinha um sítio no Parque Jair, onde eram para ser realizadas atividades de oração e recreativas dos fiéis. “Ele levava as meninas para esta chácara e depois abusava das crianças. Quantas crianças não foram assediadas no local? Era rotina para nós, ele sempre pegava as garotas em casa. Não queremos vingança, queremos apenas justiça”, afirmou a mãe.

Os familiares das menores denunciaram o caso a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescentes (DPCA), as investigações começaram e o Ministério Público já está ciente. De acordo com as mães, as 5 crianças passaram pelos exames periciais cabíveis e ficou confirmado o abuso sexual.

O processo foi aberto na DPCA, no dia 04 de junho, e após o encerramento do inquérito a Delegacia encaminhou o processo ao Ministério Público. A reclamação das famílias é pela morosidade na condução do caso.

“O pastor está solto por aí, impune. Outras crianças podem estar sendo vítimas das atrocidades dele. Outras famílias podem passar pelo que estou passando agora. A justiça precisa ser mais ágil esta figura não pode ficar circulando, a DPCA confirmou que ouve abuso, não sei o que falta para ele ser preso?”, questionou uma mãe.

Após a abertura de inquérito na DPCA o Pastor foi expulso da Igreja em uma Assembleia composta pelos fiéis. Segundo as famílias das vítimas, a esposa do Pastor, a também Pastora Vildevania Pereira sabia dos casos e acobertava os abusos do marido.

O deputado Bira do Pindaré se mostrou perplexo com a violência cometida pelo Pastor e garantiu que fará tudo que for possível para auxiliar as investigações e as famílias. “Nós temos a obrigação, como Poder Legislativos e na minha condição como presidente da Comissão de Direitos Humanos, de cobrar respostas das instituições. Não posso me calar diante disso. Eu sou pai de duas filhas adolescentes, uma de 12 e uma de 15 anos, e não consigo imaginar qual seria a minha reação se isso tivesse acontecido com uma delas”.

A Comissão de Direitos Humanos não tem poder de investigação. Não funciona como uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas tem como atribuição, servir como uma linha auxiliar nas investigações. Bira garantiu que cobrará a DPCA e o Ministério Público providências a respeito do caso e a celeridade do inquérito.

“Vou conversar pessoalmente com essas autoridades. Aqui não há uma CPI instalada, nós não temos a possibilidade de inquirir sobre a temática, mas nós temos a obrigação de cobrar responsabilidade de quem tem a competência original de apurar condutas dessa natureza”, concluiu.

 Com informações da Agência Assembleia

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