E-mail pra dona bibi

Olá, minha gata, muito bom dia! Falta apenas uma semana para as eleições municipais e, no Maranhão, pelo visto, Bibi de Deus, retrocedemos quatro décadas atrás, quando muitas pendengas eram resolvidas na base da bala. A coisa tá ficando é preta, com registros de assassinatos e muitas ameaças.
Para que tenhas uma idéia, no sábado da semana passada, executaram a tiros, em Barra do Corda, o vereador e candidato à reeleição, Aldo Andrade. Crime com características de pistolagem. O borracheiro que estava ao lado do parlamentar também tombou morto.

Na cidade de Brejo, a casa do secretário de Educação foi alvejada por tiros de revólver. Ainda em Brejo, o presidente da Câmara Municipal teve a casa invadida e apedrejada.
Na última terça-feira quase morre a prefeita de Araioses, Luciana Trinta, no povoado Mocambo, quando fazia uma visita de campanha no local. Oito homens partiram pra cima dela com facas, paus e pedras. Não fosse a interferência de terceiros, teria sido assassinada.

Na última quinta-feira, mataram a balas o secretário de Meio Ambiente de Santa Luzia do Tide, Elias Mendes Sousa, na porta da própria residência, por motivações políticas. O homem era político e pastor evangélico. Em São Luís, era vizinho do Domingos Ribeiro, da Rádio Mirante AM

Ainda na mesma data, foi assinado o empresário conhecido como João Grande, na cidade de Arame, quando assistia a um comício numa praça pública.

O que consola um pouco é o fato do TSE ter acatado pedido do TRE do Maranhão e vai enviar a Força Nacional para 27 municípios. Na sessão de quarta-feira, na Assembleia Legislativa, o deputado Zé Carlos do PT solicitou a presença da polícia nos municípios de Brejo e Paulo Ramos para garantir a tranquilidade da eleição.
Esse é o retrato da campanha política do Maranhão, onde jagunços armados querem determinar em que os cidadãos irão votar, sob o risco de espancamentos e até assassinatos.
Olha, tua netinha, a Lívia, será batizada no próximo dia 14 de outubro, na Igreja da Sé. A tia e madrinha dela, a Rafaela tá juntando parte das tralhas em Imperatriz para passar uma semana em São Luís, por conta do batizado.
Vamos agora às mais importantes, morena, que a maré não tá pra peixe. De jeito nenhum.
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Escrevi sobre a violência acima, mas antigamente, além da violência, a fraude corria solta. Os coronéis da política era quem ditavam as regras das eleições, até porque tinham sob a guarda, juízes, promotores e delegados.
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A história do coronel que entregava a cédula preenchida para o analfabeto votar e pedia que lhe entregasse a que recebia do secretário da seção eleitoral, é primorosa e posta na conta de vários desses chefões políticos, em vários municípios, de diversos Estados.
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A primeira vez que ouvi essa história, foi do Afonso Bacelar, atribuída ao próprio pai, Duque Bacelar, que morreu assassinado em Coelho Neto, muitos anos atrás.
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Trabalhava no Sistema Difusora, lá pela década de 1980, quando o Afonso Bacelar, ou “o Jacaré”- como muitos o chamavam pelas costas- numa roda de jornalistas novato contou entre gargalhadas.
-Papai comandava a política na região. Certa vez, chamou um grupo de empregados, entregando-lhes cédulas preenchidas e orientando que lhes entregassem as que recebessem na seção.
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Findo a tarefa – continuou Afonso -, o líder do grupo foi até Duque Bacelar indagar em quem realmente eles haviam, votado.
-Isso não interessa a vocês! Fiquem sabendo que o voto é secreto!
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Já ouvi relato sobre essa prática atribuída a antigos coronéis das Alagoas, de Pernambuco, Ceará e outros Estados, geralmente do Nordeste, onde a política sempre caminhou junto com a fraude e a violência.
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Olha, cidadã, vem aí o segundo turno e tem neguinho que terá de sair da moita, como diz o Jairzinho, para explicar as péssimas companhias com quem anda.
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Não existe aquela máxima de que “dize-me com quem andas que te direi quem tu és?” Pois bem, à mulher de César, não basta ser honesta, ele tem que parecer honesta.
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Como a coluna hoje é dedicada quase que exclusivamente para as eleições, em Tuntum o clima não é menos quente do que em outras regiões do Estado, mas lá há uma peculiaridade .
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Estão na disputa o ex-prefeito Cleomar Tema, que já ocupou o cargo por três vezes e foi presidente da Famem e a ex-esposa dele, a Ana Isabel, cuja experiência política se resume ao fato de ter sido vice do ex-marido.
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As pesquisas de opinião apontam que o Tema vai dar uma sova de votos na ex-mulher. A diferença é arrasadora. E olha que a adversária conta com o apoio declarado do governo do Estado.
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Em São Luís, se não houver contratempos, disputarão o segundo turno o prefeito João Castelo e o deputado federal Edivaldo Holanda Júnior. Nas últimas pesquisas, ambos aparecem empatados tecnicamente.
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Problema para o Edivaldinho será explicar à sociedade a sua aliança com o Weverton Rocha, aquele do Castelão, do Costa Rodrigues e da Umes. Tarefa um tanto difícil.
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Me ligaram na sexta-feira, para dizer que tem candidato a vereador em São Luís que estaria trocando votos por pedras de crack , trouxinhas de maconha e merla.
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Ufa! Estou chegando ao final da campanha sem nenhuma advertência ou multa, por conta do programa Notícias da Capital, lá na Capital AM.
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Também, morena, é exatamente durante a campanha que a Justiça Eleitoral taca uma rolha na boca de nós, comunicadores. Acho que deveria ser exatamente o contrário, num período em que poderíamos dizer para os eleitores quem é quem no jogo do bicho.
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Não é brincadeira não, mas já começo a sentir saudades da propaganda eleitoral. Mas só dos candidatos a vereadores. Muitos deles fazem a diferença.
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A do “Vê se te toca, vota em Santoca”, é uma delas. Muita rima nas apresentações. Apareceu um este ano, cujo maior mérito é ser ouvinte assíduo de rádio AM.
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E os “doutores”…. Ah, Bibi, uma grande parcela dos pretendentes a uma vaga na Câmara Municipal se apresenta como doutores. Tem deles que sequer tem especialização na área em que se formou.
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Bem, gatinha, com essa, vou ficando por aqui, garantindo que retorno na próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque ele é bom.
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Beijão do filhote amado
Djalma

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