Refinaria do Maranhão inclusa num prejuízo de R$ 2,7 bilhões

Dilma, Roseana, Lula e Sarney, no engodo da refinaria Premium

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Por meio de um balanço contábil para analisar os resultados do terceiro trimestre de 2014, a Petrobras anunciou oficialmente o prejuízo de aproximadamente 2,7 bilhões de reais. A estatal compreende que será necessário realizar ajustes contábeis nos ativos imobilizados, por conta da Operação Lava-Jato, mas, “em face da impraticabilidade de quantificar de forma correta” essas perdas, preferiu usar uma metodologia mais gradual até se chegar ao valor justo desses ativos no balanço.

O maior motivo do prejuízo foi a descontinuação dos projetos nas refinarias. as, em carta assinada pela presidente Graça Foster, a empresa reconhece que o tamanho provável do rombo pode ser até maior do que o valor divulgado inicialmente.

Um terço dos ativos da estatal passaram por um processo de avaliação por firmas independentes, porém a presidente da empresa afirma que o amadurecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho tornou evidente que essa metodologia não se apresentou como uma substituta ‘proxy’ adequada para mensuração dos potenciais pagamentos indevidos.

Sobre este caso, a presidente da estatal relatou: “O resultado das avaliações indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos com valor justo superior totalizaram R$ 27,2 bilhões de diferença a maior frente ao imobilizado”. Apesar disso, a empresa decidiu não utilizar a metodologia do valor justo para ajustar os ativos no balanço.

A expectativa final aponta que aquilo que seria um prejuízo de mais de R$ 60 bilhões por perdas contábeis se transformou num lucro de R$ 3 bilhões no trimestre (que, ainda assim, representa uma queda de quase 40% em relação ao trimestre anterior). O EBITDA ajustado, uma proxy da geração bruta de caixa da empresa, ficou em R$ 11,7 bilhões no trimestre, uma queda de 28% em relação ao segundo trimestre.

A baixa com as refinarias Premium I e II, Abreu e Lima, em Pernambuco e Comperj, no Rio de Janeiro, foram propostas e aprovadas na gestão do ex-diretor Paulo Roberto Costa, delator na Operação Lava Jato que cumpre pena domiciliar e responde a ações penais por corrupção na estatal.

As duas refinarias do Maranhão e do Ceará foram planejadas em 2008, com o intuito de aproveitar as margens financeiros do refino. A parte esssencial de todo o projeto foi divulgado em 2010, em Bacabeira (MA) e Pecém (CE), pela diretora da empresa, inclusive com a participação do ex-presidente Lula e de Dilma Roussef.

A Petrobras terminou o trimestre com um endividamento líquido de R$ 261,4 bilhões, um aumento de 18% (ou R$ 40 bilhões) em relação ao fechamento de 2013. A empresa investiu R$ 62 bilhões até o terceiro trimestre em 2014. Ou seja, a geração própria de caixa da empresa não consegue financiar seus projetos, e ela precisou buscar dois terços do total investido com terceiros.

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