Oficial do Exército português é executado e tem corpo carbonizado no Rio de Janeiro

Léo Ferrari, o PM criminoso

Léo Ferrari, o PM criminoso

 

Brasileiro de nascimento, o tenente do Exército português Douglas Clemente Ferreira sonhava voltar a viver em seu país de origem. Há seis meses, ele conseguiu uma licença e retornou ao Rio. No dia 7 de abril, porém, o convívio com a família foi interrompido de forma trágica. Atraído para uma armadilha ao tentar comprar uma quantidade de ouro, o militar foi sequestrado e morto com quatro tiros, em Curicica, na Zona Oeste do Rio.

Para dificultar as investigações, os assassinos carbonizaram o corpo da vítima e o abandonaram a 38 quilômetros de distância do local do crime, na entrada de uma favela, em Santa Cruz, também na Zona Oeste.

Após ser identificado, o corpo do militar foi finalmente sepultado, no domingo, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Abalada, a família do militar preferiu não dar declarações.

No entanto, amigos da vítima confirmaram que três pessoas, entre elas o policial militar Aldo Leonardo Premori Ferrari, já foram presas pela polícia, acusadas de envolvimento com o assassinato.

De acordo com as investigações da Divisão de Homicídios (DH), no dia em que desapareceu, o oficial do Exército português estaria com R$ 40 mil. Ele teria ido ao encontro de Ferrari para negociar a compra de ouro. Os dois foram vistos juntos, por testemunhas, dentro de um carro.

O corpo carbonizado foi encontrado pela polícia nas proximidades da favela do Rola, em Santa Cruz, dois dias após o desaparecimento do militar, em 9 de abril.

No último dia 10, agentes da DH prenderam, em Curicica, o PM Aldo Leonardo. Também conhecido como Léo Ferrari, o policial estava com duas pistolas, uma de calibre 45 e outra 380. Como as armas não tinham registro, ele foi autuado em flagrante por porte ilegal.

Além dele, estão presos outros dois homens. Um é acusado de dirigir o carro que foi usado para transportar o corpo da vítima até o local em que foi encontrado. Com o outro, a polícia encontrou um kit para testar ouro que pertencia ao tenente.

O trio teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Léo Ferrari é lotado no 31º Batalhão (Barra da Tijuca). Ele prestou depoimento e negou envolvimento no assassinato do tenente Douglas.

PM já foi investigado em 2011

Não é a primeira vez que Léo Ferrari é investigado pela polícia. Em 2011, o PM chegou a ser preso na Operação Guilhotina. Ele foi acusado pela Polícia Federal de pertencer a um grupo de policiais que recebia propina de R$ 100 mil mensais do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. O relatório do inquérito da PF também acusou o mesmo grupo de receber propina do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol. A PF ainda acusou Ferrari e outros policiais de vender informações para o tráfico.

Ferrari conseguiu o direito à delação premiada, oferecida pela Justiça. Ele recebeu proteção do Grupamento de Apoio à Promotoria (GAP) do Ministério Público após revelar informações do bando ao MP.

 

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