Para Cunha, PT deveria discutir afastamento de Dilma antes do dele

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Em mais uma crítica direta ao PT, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (27) que o partido deveria discutir o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) antes de sair em defesa de sua saída temporária da presidência da Casa Legislativa.

Em entrevista coletiva após almoço com empresários em São Paulo, o peemedebista rebateu discurso pregado por lideranças petistas em seminário estadual do partido promovido neste final de semana em Minas Gerais, que teve a presença do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Em uma provocação, o presidente da Casa Legislativa sugeriu ao partido que inclusive adote a tese do impeachment da petista.

“Os mesmos princípios que eles têm para mim, eles devem ter para todos os os quadros deles que são por ventura investigados ou suspeitos de qualquer coisa. Se eles pedem qualquer tipo de coisa em relação a mim, deviam começar pedindo o afastamento de ministros e talvez discutindo o da própria presidente. Talvez eles possam aderir à tese do impeachment”, recomendou.

Segundo o deputado federal, a defesa de seu afastamento por dirigentes petista o deixa satisfeito, uma vez que considera a legenda sua inimiga.

 

“O PT é meu adversário, todos já sabem. Se ele tem pedido a minha destituição, só me dá alegria. Se o PT defendesse minha permanência, talvez eu pudesse estar errado”, afirmou.

O peemedebista disse que não pretende se afastar do comando da Casa Legislativa e ressaltou não estar preocupado com a hipótese de perder apoio na Câmara dos Deputados em decorrência de depoimento do lobista Júlio Camargo de que teria pedido US$ 5 milhões em propina em um contrato de navios-sonda da Petrobras.

VOLUME MORTO

Mais cedo, durante o encontro com empresários, Cunha já havia criticado o governo e a presidente. Segundo ele, o PT, “para a sociedade, já baixou do volume morto” e tem impopularidade maior do que a da mandatária do Planalto.

 

A análise é uma referência a declarações feitas em privado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reveladas, no início deste mês, pelo jornal “O Globo”. Na ocasião, ao falar sobre a crise política que o partido atravessa, Lula disse que ele e Dilma estavam “no volume morto”.

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