Pai do Collor matou colega do Senado com tiro no meio do plenário, mas não foi preso

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Arnon de Mello, senador e pai do hoje ex-presidente da República e também senador, Fernando Collor de Mello, sacou uma arma no meio plenário do Senado na tentativa de matar seu desafeto político, o senador Silvestre Péricles. Mas de três tiros, apenas um foi fatal e acertou outro colega da casa, o senador José Kairala que morreu 5h depois.

O fato ocorreu em 4 de dezembro de 1963 e nos ajuda a imaginar o clima político 127 dias antes do Golpe Militar de 64.

Arnon, entretanto, não foi preso pois manteve sua imunidade parlamentar já que não teve seu mandato cassado no Senado após o ocorrido.

O alagoano também foi escritor além de jornalista de sucesso, advogado e político. Seu primeiro livro, “Os sem trabalho da política” de entrevistas com parlamentares depostos na Revolução de 30, teve o prefácio escrito por Jorge Amado.

Começou a participar de campanhas políticas em 1934. Fundador da UDN de oposição ao Estado Novo, foi eleito governador de Alagoas em 1950 após o fim do regime com a deposição de Getúlio Vargas.

Fazia parte do PDC na época do homicídio e foi senador pela ARENA e depois pelo PDS, partidos governistas, até a sua morte aos 72 anos em 1983, dois anos antes do fim da Ditadura Militar.

Hoje, o senador dá nome a um dos conglomerados de comunicação do país, a Organização Arnon de Mello, em Alagoas.

Já o sogro de Arnon e avô de Fernando Collor, Lindolfo Collor, não tinha as mesmas preferências políticas que o homem que casou com a sua filha, Leda Collor. Lindolfo foi um dois líderes da Revolução de 30 e o primeiro ministro do trabalho no Brasil no governo de Getúlio Vargas.

Foi o senador Arthur Virgílio Filho, pai do atual líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto, que estava conversando com Silvestre Péricles antes do homicídio em 1963, informa também o Estadão. Já o senador João Agripino, tio do atual líder do DEM, José Agripino, foi quem agarrou Péricles na tentativa de tirar a arma que este também trazia para atirar em Arnon de Melo. José Karaila acabou tendo o intestino atravessado por uma bala ao tentar ajudar o colega.

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