Entrevista/ João Bentivi – “ O próximo prefeito tem que agregar múltiplas qualidades”

bentivi 2

 

(Por Djalma Rodrigues)

João Melo e Sousa Bentivi é uma das figuras mais conhecidas de São Luis. Tem uma irretocável biografia. De menino pobre vindo com a família da cidade de Pedreiras, ajudou o pai, feirante no mercado do João Paulo, mas deu uma grande guinada na vida.

É médico, jornalista, advogado, músico e, no ano passado, concluiu doutorado na prestigiada  Universidade Fernando Pessoa, em Portugal. Foi professor de cursinhos,  médico legisla do Icrim,  chegando a ser preso durante um movimento grevista durante o governo Luiz Rocha. Sempre teve participação nos grandes movimentos sociais da cidade.

Como político, foi vereador e primeiro vice-presidente da Câmara Municipal de São Luis. Atualmente, é pré-candidato a prefeito de São Luis, pelo PHS. É o segundo entrevistado nessa condição. O primeiro foi Fábio Câmara (PMDB). Vamos à íntegra da entrevista:

ATOS E FATOS– O que lhe motiva a tentar se prefeito de São Luis?

JOÃO BENTIVI -muitas motivações, que tentarei ser didático na explicação:  São Luís, historicamente, foi mal gerida. O próximo gestor, para a felicidade da cidade, tem que agregar múltiplas qualidades: experiência, competência, preparo intelectual e moral, liderança e credibilidade. Como ninguém pode prever o futuro, seria bom que a população olhasse, com lupa, a vida de cada pretendente ao cargo de prefeito. A história de cada vida aponta para a certeza do futuro.

Finalmente, um cidadão como eu, nascido pobre, em Pedreiras, feirante na velha feira do João Paulo, depois professor de tantos colégios, médico,jornalista e advogado, exercendo essas três atividades com competência, agora professor universitário e Deus ainda deu-­me a oportunidade de concluir sete pós­graduações, incluindo um doutorado na Universidade Fernando Pessoa, Portugal, não poderia ser um prefeito nem despreparado, nem incompetente. A história de minha vida garante a todos que o futuro com a minha gestão não será uma nova tentativa, mas uma certeza.

ATOS E FATOS– Qual  é sua plataforma de campanha?

JOÃO BENTIVI-–De novo, cabem várias respostas. Poderia dizer :Sustentabilidade no seu conceito mais amplo. Mas darei outro resumo: trabalho, seriedade e competência. Exatamente o que tem faltado em muitas prateleiras.

ATOS E FATOS- Qual seria a sua primeira medida caso fosse eleito prefeito?

JOÃO BENTIVI-Tem tanta coisa a ser feita, que fica difícil dizer qual a mais premente e necessária, contudo faço uma consideração. São Luís é uma ilha, portanto cercada pelo mar e, para nossa vergonha não tem uma só praia saudável. Somente esse fato me dá a impressão que o nosso primeiro ato será decretar “emergência ambiental” e, assim, tomarmos as primeiras medidas na defesa de uma ilha saudável, habitável e feliz.

ATOS E FATOS
 – O prefeito Edivaldo Holanda, que tenta a reeleição, tem uma base de algo em torno de 14 partidos, a deputada federal Eliziane Gama já conta com o apoio declarado do PSDB e está de conversação com o PSB do senador Roberto Rocha, duas consideráveis forças partidárias.
No seu caso, na pré-campanha, quais as siglas que estariam propensas alhe acompanhar nessa empreitada?

JOÃO BENTIVI-O histórico dessa pergunta relata o que esse pessoal entende de como tratar o povo. Esses conchavos de gabinete jamais seriam feitos em praça pública, pois em muitos casos o caras sairiam algemados de tão espúrios os acordos. O meu partido, o PHS, por exemplo, é um dos poucos que não está enlameado no PETROLÃO. Não se enlameará em São Luís, garanto.

A nossa campanha pressupõe um fato simples: dois meses de caminhada bairro a bairro, rua a rua. Não vai ser fácil segurar João Bentiví e o PHS.

ATOS E FATOS– recentemente, o senhor participou de um encontro
envolvendo os também pré-candidatos  Wellington do Curso (PPS), Rose Sales (PMB) e Fábio Câmara (PMDB), onde firmaram um pacto. Quê pacto é esse e em quais pilares ele se sustenta?

JOÃO BENTIVI-Esse foi um fato relevante. Tenho um grande carinho por Fábio, Wellington e Rose, inclusive a minha amizade com Rose transita pelo seu pai, um comunitário digno, vereador de São Luís, inesquecível Hugo Reis.

A proposta foi e é de ninguém ser laranja de ninguém. Que caminharíamos nossas campanhas, reavaliaríamos, em julho, o melhor caminho e, caso seguíssemos separados, o apoio do segundo turno seria mera consequência, porém se nenhum estivesse no segundo turno, caminharíamos juntos em uma mesma direção. Essa proposta continua absolutamente validada por mim e pelo PHS.

ATOS E FATOS
 – O seu partido, o PHS é considerado uma sigla pequena, o que resulta em pouco tempo de propaganda na rádio e na televisão. Como pretende fazer para alavancar sua mensagem junto ao eleitorado?

JOÃO BENTIVI
-Caso o conceito de tamanho de sigla partidária seja a competência e honestidade, o PHS é o maior partido do Brasil. Em números é um pequeno partido, sim. Porém louvo a Deus por estar no PHS, pois o meu partido anterior, que me foi negado por artimanhas de alguns cretinos, não possuía nenhum deputado federal e o PHS tem uma bancada de oito deputados. Benditos cretinos! Deixei um tempo eleitoral de segundos e terei quase dois minutos, tempo suficiente para dar a minha mensagem e ganhar a eleição.

ATOS E FATOS – Qual a avaliação que o senhor faz do cenário político
nacional, com políticos de todas as correntes políticas e partidárias
sendo apontadas por delatores como envolvidos em atos de corrupção e muitos deles presos?

JOÃO BENTIVI
-Vejo com bastante alegria. Não tenho pena nem dó de vagabundos, porém é bom se avaliar o quilate dos corruptos e, nesse particular, se fôssemos dar medalhas, o pódio estaria garantido: ouro, PT, prata, PMDB e bronze para o PP. A esperança é que o povo tome esses episódios de corrupção para melhorar as suas escolhas. Nenhum desses corruptos chegaram ao poder por oração, mas pelo voto popular. Sonho que essa avalanche corruptiva seja um estímulo para pessoas, como eu, ficha limpa, poderem ganhar as disputas eleitorais.

ATOS E FATOS– O senhor já foi vereador e primeiro vice-presidente da Câmara Municipal de São Luis. Sob esse aspecto, acha que o parlamento é o que imaginava, antes do exercício do mandato?

JOÃO BENTIVI –Tenho uma convicção e uma tristeza: o parlamento municipal de São Luís piorou. Caso fosse um fraco ou hipócrita, como candidato a prefeito, não diria isso. Digo e pronto. Lutarei com todas as minhas forças para uma profunda renovação na Câmara Municipal de São Luís. Lutarei para que o PHS faça uma grande bancada. Sonharei que pessoas sérias e competentes, amigos meus, de outros  partidos, se elejam. Sonho com outra Câmara Municipal.

ATOS E FATOS– A pequena reforma política a ser testada esse ano, sem financiamento privada e com apenas 45 dias, lhe agradou?
JOÃO BENTIVI-Sim, principalmente na eliminação do abuso do poder econômico.Como eu confio no poder da mensagem que pregarei e na fortaleza dos meus argumentos, estou bem a vontade com as novas regras eleitorais.
ATOS E FATOS- O que estaria faltando para  que a classe política readquirir a credibilidade junto à população, diante de tantos escândalos?

JOÃO BENTIVI- Simplesmente trilhar pela trilha da seriedade, trabalho e competência e, caso agregasse os legítimos valores cristãos, tudo estaria resolvido. Bom frisar que não estou advogando nenhum conceito de igreja A ou B, mas de cristianismo. A minha casa é cristã, o meu trabalho também, se estiver na prefeitura, o meu governo será cristocêntrico, ou seja, tentarei fazer tudo que não macule aquilo que aprendi em toda a minha vida e, como diz a Bíblia, sempre me apresentar como um obreiro que não tem nada para se envergonhar.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *