MINHA POBRE SÃO LUÍS 2

 

João Melo e Sousa Bentiví

 

A campanha eleitoral do segundo turno teima em surpreender, para pior. De repente,o tema passou a ser o sarneisismo. Sim, o sarneisismo.

Nesse assunto sou professor, sem falsa modéstia. Não há, na história do jornalismo maranhense, quem tenha escrito tanto e por tanto tempo, sobre o sarneisismo, quanto esse escriba.

No Maranhão é muito comum jornalista mudar de trincheira, sem ofender ninguém, acho-me um exemplo quase solitário. Mantive-me firme, incluindo o momento áureo do Saney, quando galgou a presidência do Brasil. Isso não é crítica, mas constatação.

Desde que o sarneisismo atingiu o ocaso, me senti na obrigação de não falar mais domesmo, visto observar uma enormidade de pessoas, jornalistas inclusos, que viveram com o Sarney, mamaram nas tetas sarneisistas, lucraram com o sarneismo e agora se apresentam como críticos ferozes.

 

São cretinos e ingratos e não me agrada compartilhar desse grupo. Nessa altura do campeonato, já me dou ao luxo de escolher as minhas companhias e até os meus adversários. Mas volto para a campanha eleitoral.

Quem seria o candidato interna cordis do Sarney? Do fundo do coração do

morubixaba?

Os três políticos jovens em maior evidência, no Maranhão, agora, Dino, Holandinha e Braide, possuem algumas semelhanças: são formados em Direito e na infância e adolescência, por suas famílias, estavam no colo do velho Sarney. Na idade adulta podem ter se afastado, mas na origem…

Na eleição passada, Lobinho com Dino, formalmente o candidato de Roseana era o Lobinho, mas em realidade o maior adversário de Lobinho foi Roseana, o que, no raciocínio de Maquiavel, fez Roseana a maior aliada da vitória do Dino. Pelo sim e pelo não, com dois anos de governo, o inimigo a ser caçado por Dino é o Ricardo Murad, nunca Roseana.

Para Dino, Roseana não tem falhas e não tem pecados. Dou um doce para quem me apresentar uma linha do governador contra Roseana. Ou uma ação qualquer contra a pessoa da ex-governadora. Para Dino, Roseana não tem culpas e, para Roseana, o governo Dino é só alegria.

A pergunta ainda não quer calar: quem é o candidato do Sarney, Braide ou

Holandinha?

Sarney não deu essa resposta e eu não seria leviano emdá-la. Mas resta-me o direito de faze a análise do fato político efaço. Alguns dados falam mais que as palavras e mesmo na ausência das palavras, pode-se ouvir a voz do silêncio. No caso, nãohouve silêncio, contudo dois argumentos são relevantes.

 

O primeiro, está na Bíblia. Em Mt. 12:30, Jesus diz: quem não é por mim, é contramim, e quem comigo não ajunta, espalha.

O segundo decorreu da ação destemida do deputado Adriano Sarney. Já afirmei que se trata de um deputado com boa participação na Assembleia Legislativa, entretanto falta-lhe otalento e, por faltar, ele entregou todos os indícios.

 

O seu pronunciamento vale, muito mais, por aquilo que ele não verbalizou, mas disse com todas as letras. O deputado Adriano Sarney disse, sem dizer, que o candidato Eduardo Braide não é o escolhido da família Sarney.

 

Não afirmo quem é o escolhido, mas posso garantir que o Braide não o é. Os que discordam possuem o direito de fazê-lo e não coloquem seus torpedos contra esse humilde jornalista. Briguem com Jesus: “quem não é por mim, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha”.

Tenho dito.

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