Após 9 anos, matadores do prefeito Bertin vão a júri popular

Prefeito Bertin

Prefeito Bertin

O Tribunal de Justiça confirmou, ontem, que o soldado Raimundo Nonato Gomes e os sargentos José Evangelista Duarte Sousa e Benedito Manoel Martins Serrão, ambos da Polícia Militar, vão a júri popular pela morte do prefeito da cidade de Presidente Vargas, Raimundo Bartolomeu Santos Aguiar, o Bertin, e pela tentativa de homicídio ao ex-secretário de Esportes desse município, Pedro Pereira de Albuquerque, o Pedro Pote. O julgamento ainda não tem data definida. Bertin foi executado com um tiro na cabeça quando viajava em seu veículo, uma S-10 de placas HPI-4779, de São Luís para Presidente Vargas, em companhia de Pedro Pote, que foi golpeado no abdômen e na cabeça, pelos acusados, na BR-222, nas proximidades de Itapecuru-Mirim, na noite do dia 6 de março de 2007.

O caso está tramitando na 2ª Vara de Itapecuru-Mirim e, conforme versa o Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia deve ser proferida quando, ante as provas produzidas durante o sumário da culpa, convencer o magistrado da existência do crime e de que há indícios suficientes de que foi o réu o autor do crime em apuração. Cumpre asseverar, ainda, que a decisão de pronúncia é mero juízo de admissibilidade da acusação. Portanto, não opera qualquer efeito condenatório, já que competente para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida é o Egrégio Tribunal do Júri.

A investigação desse crime foi coordenada pelo delegado Paulo Márcio Tavares. Consta no inquérito policial e na denúncia do Ministério Público que, por volta das 22h45 do dia 6 de março de 2007, no povoado Cigana, zona rural de Itapecuru-Mirim, Bertin e Pedro Pote foram parados por outro carro, no qual estavam o soldado Salgado e os sargentos Evangelista e Serrão, em companhia de uma quarta pessoa, ainda não identificada.

Eles trancaram a caminhonete que era conduzida por Bertin, obrigando-o a parar. Evangelista, segundo o inquérito, teria efetuado um disparo na lateral esquerda da cabeça do prefeito e entrado no carro em seguida, ao seu lado, enquanto Serrão e Salgado entraram pela outra porta, tentando render Pedro Pote.

A caminhonete foi levada para o acostamento e Pedro Pote, após intensa luta corporal, acabou ferido com golpes de faca no abdômen e na cabeça. Em seguida, os acusados, que usavam luvas cirúrgicas, deixaram o local.

Dúvidas

No dia 30 de abril de 2008, ocorreu a reconstituição desse crime a pedido dos advogados dos policiais militares. A defesa solicitou a reprodução simulada dos fatos para esclarecer dúvidas sobre o caso que surgiram a partir do depoimento de Pedro Albuquerque.

Segundo os advogados de defesa, num dos depoimentos, Pedro Albuquerque disse ter reconhecido os três militares e os apontou como autores do crime. Numa outra declaração, ele teria declarado não ter visto nada, pois o local do crime era muito escuro. Num terceiro momento, o secretário deu mais detalhes do crime. Disse até que uma quarta pessoa estaria envolvida, a qual não pôde identificar, mas que servia de motorista para os três militares.

Os PMs acusados negam qualquer participação no caso. E não apenas os militares, mas também os seis homens acusados de serem os mandantes do crime: o empresário Roberto Gonçalves Coqueiro, irmão do ex-prefeito de Presidente Vargas, Gonzaga Júnior; o coronel Roberto Uchoa Lima; o ex-prefeito de Presidente Vargas, Sebastião Figueiredo; José Augusto Figueiredo Mendes; além dos políticos Ilson de Jesus Mendes, o Ilson de Bida, e Antônio Uchoa Filho, o Toni. l

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *