Carmem Lúcia é pressionada por ministro do STF para não homologar Lava Jato

A ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, começa nesta semana uma séria de análises e consultas sobre a possibilidade dela avocar para si a responsabilidade em homologar o quanto antes as delações dos ex-executivos da empreiteira Odebrecht. A tarefa estava sob a custódia do ministro Teori Zavascki morto semana passada após a queda do avião no mar em Paraty, no Rio de Janeiro.

O ministro Marco Aurélio de Mello é um dos contrários.

“O importante agora é a redistribuição imediata da relatoria. A ministra Cármen pode e deve fazer isso. Mas avocar não pode. Avocar por quê? Começaria mal esse processo de substituição do ministro Teori. A avocação é um instituto do regime de exceção. Usar isso agora? Somos todos democratas por excelência. Não que eu não acredite no taco da presidente. Mas não convém inverter a ordem natural do processo” — diz Marco Aurélio Mello.

Cármen Lúcia, segundo ministros com quem conversou no fim de semana durante o funeral de Teori, avalia a alternativa de avocar a responsabilidade de validar os depoimentos, mas estaria ainda insegura sobre essa opção. Embora seja esse um clamor de parte da sociedade que teme atraso na Lava-Jato. Um desses ministros observa que o julgamento da Lava-Jato no Supremo já é uma matéria polêmica demais e a avocação seria um risco novo para aumentar os questionamentos.

Antes de conversar com Janot, a primeira conversa de Cármen Lúcia deverá ser com o ministro decano Celso de Mello, com quem ela se aconselha em todas as decisões mais polêmicas. Celso de Mello integra a segunda turma, responsável pela Lava-Jato e era o ministro revisor de Teori.

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