Lobão prevê pelo menos 7 horas para sabatina de Alexandre de Moraes

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Edison Lobão (MA), disse ao GLOBO que vai presidir nesta terça-feira a sessão da sabatina de Alexandre de Moraes, indicado para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e prevê que ela será longa. Investigado na Lava-Jato, Lobão repetiu que foi eleito presidente da CCJ e que não há constrangimento.

A oposição, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer que Lobão se considere impedido de comandar a sessão. Assim como Lobão, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), aposta numa sabatina demorada. Mas não tão longa como a do ministro Luiz Edson Fachin, que durou 12 horas.

Lobão lembrou que, contabilizando que cada senador terá direito a falar dez minutos, com resposta do sabatina, tréplica e réplica, serão 30 minutos para cada arguição. O senador prevê cerca de sete horas. A ideia é que no final da tarde a CCJ tenha acabado e que o nome de Moraes seja levado diretamente ao plenário do Senado.

— Não acredito que seja uma sabatina tão longa como as últimas, mas nem tão rápida assim. Se a sessão se prolongar, está dentro do regimento. Vou presidir a sessão. Não tenho nenhum nenhum impedimento para presidir. Fui eleito presidente da CCJ. Não há nenhum membro que tenha sido condenado — disse Lobão, lembrando que já foi inocentado em dois inquéritos, sendo alvo de mais dois na Lava-Jato.

Lobão disse que encaminhou ao senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator do caso Moraes na CCJ, o abaixo-assinado protocolado nesta segunda-feira por estudantes contra a sua ida de Moraes para o Supremo. Braga poderá questionar o indicado sobre a postura dos estudantes, se quiser.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também previu uma sessão demorada, alegando que todos os senadores – aliados do governo ou oposição – irão querer falar. E Jucá reagiu à postura de Randolfe de não querer que Lobão presida a sessão.

— Se for assim (Lobão não poder presidir), então antes o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) não podia se manifestar ou votar porque era investigado e agora pode porque foi inocentado (O STF arquivou a denúncia)? E a senadora Gleisi, que é investigada, vai fazer pergunta? A previsão é que haja uma sabatina longa. Alguns setores tentarão politizar o debate, mas quem é indicado para ser ministro do STF debe estar preparado para isso — disse Jucá, outro investigado na Lava-Jato.

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