Operação resgata 34 homens em trabalho escravo no interior do Maranhão

 

Uma operação envolvendo vários órgãos, incluindo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), resgatou 26 cearenses que estavam trabalhando em condições análogas à escravidão em Vargem Grande/MA, na quarta-feira (13) e quinta-feira (14). As condições em que estas pessoas viviam eram subumanas, em ambientes completamente insalubres. Mais oito moradores da região também foram retirados dos alojamentos pelo mesmo motivo, totalizando 34.

A PRF, por meio do seu Núcleo de Comunicação Social (Nucom), informou que as diligências aconteceram no Povoado Alto Bonito, distante aproximadamente 30kg da sede de Vargem Grande, no nordeste do Maranhão. Os 26 trabalhadores, vindos do Ceará, sobretudo das cidades de Granja e Marinópolis, e que eram tratados como animais selvagens, seguiram ao local em busca de renda para sustentar suas famílias e atuavam aqui no corte da palha de carnaúba, “palmeira muito presente no Ceará, Piauí e Maranhão”. Aqui, reuniram-se com mais oito maranhenses da localidade para a realização das árduas tarefas.

Em condições de sobrevivência primitivas e recebendo baixa remuneração, os cearenses dormiam em alojamentos imundos, improvisados no meio do mato, com alimentação insuficiente e escassa, que incluía pequenos peixes conhecidos como pititinga, arroz, feijão, rapadura e farinha. O cozinheiro de lá, que não teve o nome revelado, disse às equipes que carne era servida nas refeições de dez em dez dias, ou seja, raramente.

Diariamente, o grupo recebia dos proprietários R$ 40, sendo que os trabalhadores eram subordinados a atravessadores, “sendo difícil chegar às indústrias que recebem a palha da carnaúba, que em seguida é exportada para outros países”. Resgatados e com os direitos pagos, os cearenses (assim como os oito maranhenses) foram encaminhados a um hotel em Vargem Grande, e, ainda ontem, seriam levados para as suas cidades de origem. Durante a operação da força-tarefa, um homem foi preso, mas não teve a identidade divulgada.

As incursões foram realizadas, além da PRF e MPT, por agentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU).

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