Vereador Marcelo Poeta/ “ A Câmara Federal usou os vereadores como cobaias”

Nascido e criado no bairro do Anil, o vereador Marcelo Poeta (PC do B), seguiu  as pegadas do pai, o jornalista e ex-vereador Chico Poeta. Se transformou em liderança comunitária e jogou todas as fichas para representar o bairro na Câmara Municipal. Apaixonado pelo bairro, retornou ao berço natal mesmo depois de morar vários  anos no Japão, experiência que diz haver lhe propiciado uma certa tranquilidade financeira, por conta do trabalho e da economia realizados na Terra do Sol Nascente.

Aos 43 anos, é dotado de  uma grande loquacidade e carisma. Nesta entrevista ao blogue, fala sobre a experiência do parlamento e destaca a vida familiar como das mais tranquilas. Há 21 anos divide sonhos, esperanças, preocupações, vitórias e abalos com a esposa Sara e os filhos, os universitários Juliana, de 20 anos, que cursa Engenharia no IFMA e Vinícius, um ano mais novo, do curso de Educação Física da UFMA.

Vamos à entrevista do vereador:

 

Blogue –O parlamento é o que o senhor esperava?

 

Marcelo Poeta – É, na realidade o que eu conhecia, por conta da convivência na casa,  quando meu pai foi vereador e passei a frequentar o parlamento. Minha vocação, na realidade é a ação comunitária e estou gostando da experiência, já consigo unificar as duas coisas: a representatividade comunitária com a ação parlamentar.

Blogue-

O senhor é representante  do bairro do Anil. Neste primeiro ano de mandato, o que tem feito em defesa da área que defende e  onde reside?

 

Marcelo Poeta – Na realidade, precisamos revitalizar a cidade. Não podemos modificar tudo da noite pro dia. Mas posso elencar algumas obras estruturantes que consegui junto ao governo do Estado para o Anil, como a reforma do Cintra e de seu anexo. São várias ações individuais, como o Mutirão da Rua Digna, na Rua da Matança, o Movimento Grande Anil, com apoio do governo e apoio do Mateus. Tenho, agora, feito uma ação isolada, do vereador, que é o Primeiro Cur

so Preparatório do Anil, que visa preparar jovens para concurso público e o Enem. Temos 92 alunos para concurso e 63 para o Enem. Idealizamos executamos a I Copa Marcelo Poeta, estamos trabalhando a edificação do estádio do Anil e também focando várias atividades na área do esporte.

Blogue- O Brasil passa por um momento de grande turbulência, com a Lava Jato permeando o noticiário. A reboque, o Congresso criou uma tal reforma política, que está andando a passos lentos. O senhor acha que ela será aprovada, levando-se em conta que o prazo final para que ela possa vigorar em 2018 é de que esteja aprovada na Câmara e no Senado até o dia 7 do próximo mês?

Marcelo Poeta – Tenho certeza de que será aprovada. No dia 19, assisti uma discussão muito efervescente entre

os parlamentares, que se colocam no dever de aprovar pelo menos alguns itens dessas mudanças. Até acordos foram quebrados. O resultado foi no dia seguinte a aprovação do fim das coligações e outro item é a cláusula de desempenho.

Blogue – O fim das coligações foi aprovado, mas para 2020, isso não deixa o Congresso livre para continuar na mesma no ano que vem e joga tudo para vereadores nas eleições seguintes?

Marcelo Poeta – É, os congressistas acabaram transformando os vereadores em verdadeiras cobaias. Deveriam f

azer a experiência com eles mesmos, em 2018, mas preferiram  iniciar o novo modelo com a política municipal. Isso é um claro exemplo de que ainda legislam em causa própria. As mudanças deveriam começar eram por eles mesmos.

Blogue – Como o senhor avalia as ações da Câmara?

 

Marcelo Poeta –  A Câmara é a voz, é a caixa de

ressonância da sociedade. Discute os principais problemas da cidade. Não concordo com quem critica a Câmara e principalmente os vereadores de maior número de mandato. Eles têm muita responsabilidade e experiência. Ela vem cumprindo o papel dela à risca. Veja, por exemplo, a questão do Uber, um aplicativo criado na Suécia e que se espalhou pelo mundo e chegou a São Luis. A Câmara está debatendo o assunto e quanto o projeto sobre ele chegar a plenário, irei apresentar modificações. Mas lhe garanto que a Câmara está atenta e cumpre com suas prerrogativas.

Blogue –O general do Exército Antonio Mourão provocou a maior polêmica na semana passada, ao dizer, num encontro da Maço

naria, no Rio Grande do Sul, que as Forças Armadas estariam propensas a uma intervenção no País, caso a Justiça não conseguisse brecar a  corrupção no País. Isso não o assusta?

Marcelo Poeta – Infelizmente, ainda há gente pensando como se estivesse em 1964. Deve ser a paixão de alguém que só sabe dizer duas frases: “Bandido bom é bandido morto”. Não acredito nessa possibilidade e o deputado Jair Bolsonaro, um capitão reformado do Exército, vem ajudando a espalhar esse pensamento retrógrado. Esse é um fantasma que já foi  espantado do Brasil há mais de 30 anos. Agora, a classe política vem pecando pelos desacertos. Devemos focar no desenvolvimento do Brasil, reforçando a Educação, e a profissionalização do jovem, criando oportunidades, mas acreditar em golpe militar, não acredito. O fator de transformação não está numa intervenção militar, mas na educação, na cultura, no esporte e no lazer. Isso é o que resolverá os principais problemas do Brasil. Golpe militar, nunca mais!

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