Primeiros passos no O Debate

*Itamargarethe Correa Lima

Não segurei as lágrimas ao começar a rabiscar as primeiras palavras sobre a importância do Jornal O Debate e de Jaci Morais no meu caminhar profissional. Em 1997, aqui cheguei pelas mãos do saudoso Renato Sousa, quando ainda cursava o 4ª período do

​ Curso de C​omunicação Social​, ​na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ​com a atribuição de digitar os textos​ de autoria do brilhante jornalista policial.

No entanto, em pouco mais de 30 dias, fui convidada por seu Jaci, carinhosamente chamado de Tangedor pelos mais próximos, para assumir a Editoria de Polícia, mesmo sem saber ainda nada do apaixonante mundo policial. Ousada e determinada, características que alicerçam a minha vida pessoal e profissional, de pronto aceitei o desafio.

Naquele momento, deu-se in​í​cio a minha caminhada. Aqui foi minha grande escola. Aqui aprendi a amar o que faço. Aqui me apaixonei pelo jornalismo policial, pois, muito embora esteja afastada deste universo, é o que escrevo com a alma. Aqui convivi com grandes nomes do jornalismo maranhense, como Silvia Teresa, que foi minha primeira chefa imediata, a qual desde aquela época já se admirava com a minha grande paixão pelas joias.

Mário Carvalho, Manoel dos Santos Neto, o Manoelzinho, Daniel Matos, Gilson Dumont, Claudio Brito, Nice Morais foram outros que por aqui também encontrei. Saudades, muitas saudades. Saudades de quando alagava o Portinho, conhecido como “Xirizal”, incluindo a redação do jornal, e tínhamos que sair, muitas das vezes,

​à​s 23h, com água até o joelho com destino ​à​ parada de ônibus no Anel Viário.

Aqui, lembro-me como se fosse hoje​:​ um sábado, já passando das 13h, na correria de fechamento​ [de matéria? da empresa?]​, o saudoso Galinheiro ​(​quem não o conheceu também) falou: “tem um cabra ali estirado no meio da rua. Saiu com uma puta e não quis pagar, não deu outra, ela meteu faca”. Curiosa, mesmo contrariando aos colegas que já queriam ir embora, disse: ​”​vou lá, é tão pertinho​”.  ​Como o jornal não possuía veículo próprio, tudo era feito por telefone, subi andando ao lado do fotógrafo Cavalcante.

​ ​Ainda sensível às brutalidades do mundo policial, não segurei as lágrimas. Naquele dia vi o meu primeiro “presunto”, assim chamado cadáver no jargão policial. Ali percebi que a minha alma era de jornalista.

A seu Jaci, esteja ele onde estiver, o meu muito, muito obrigada. O jornal O Debate foi peça fundamental para que chegasse onde estou.

*Itamargarethe Correa Lima

Jornalista e advogada

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