Alunos da Prefeitura de São Luís participam do Festival Maranhense de Teatro Estudantil



A escola Rosário Nina reuniu estudantes para encenar a peça “O Navio Negreiro”, baseada na obra de Castro Alves; em anos anteriores os estudantes receberam indicações de melhor ator, melhor atriz e melhor espetáculo
 
 
Estudantes da Unidade de Educação Básica (U.E.B.) Rosário Nina, participantes do programa Novo Mais Educação, da Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed), venceram a timidez e subiram no palco do teatro do Centro de Ensino (C.E.) Benedito Leite para apresentarem a peça teatral “O Navio Negreiro”, que tem a escravidão como temática principal. O espetáculo é uma adaptação da obra do autor Castro Alves e foi apresentado esta semana no XXII Festival Maranhense de Teatro Estudantil (Femate).
A participação dos estudantes no festival já rendeu a eles indicações nos anos anteriores de melhor ator, melhor atriz e melhor espetáculo. Na próxima terça-feira (20), todos os diretores cênicos que participaram da programação saberão os indicados em cada categoria e receberão os resultados dos grupos vencedores. Os campeões ganharão troféu e uma bolsa de estudos no Centro de Artes Cênicas do Maranhão (Cacem).
O secretário de Educação, Moacir Feitosa, disse que as ações dos programas Mais Educação e Novo Mais Educação têm ajudado no fortalecimento da leitura e escrita, por meio das oficinas de letramento e alfabetização, e com a promoção do protagonismo dos alunos por meio das oficinas de teatro, dança, música, capoeira e outras realizadas no contraturno escolar. “Estes programas têm contribuído para a permanência dos alunos em sala de aula e para a melhoria dos seus rendimentos. São programas que educam e ensinam por meio da arte e do incentivo à leitura, promovendo também a integração e melhorando a autoestima dos estudantes”, destaca Moacir Feitosa.
Para ser realizado, o espetáculo “O Navio Negreiro” contou com uma equipe de 26 pessoas da U.E.B. Rosário Nina, sendo 22 atores e atrizes (estudantes), um diretor geral (professor Ronald Sá) e mais três pessoas na produção. Os alunos integrantes têm entre 11 e 14 anos, e são estudantes do 6º ao 8º anos.O grupo é resultado da oficina de teatro que os estudantes participam desde 2016 pelo Programa Mais Educação, e agora também pelo Novo Mais Educação.
Leitura e criatividade fizeram parte do processo de construção da dramaturgia, que iniciou há três meses com intensos ensaios. Utilizando técnicas de expressão corporal, improvisação teatral e exercícios de oratória, o grupo trouxe para as cenas contextos sociais que falam de preconceito, discriminação e ausência de respeito com o diferente.
O professor de teatro, Ronald Sá, falou sobre a dedicação dos alunos e os conflitos sociais abordados na peça. “Todos se dedicaram de igual modo. O segredo é colocar o aluno para fazer um papel totalmente oposto a ele; e, caso seja tímido, damos a ele um personagem num estilo mais despojado, rebelde. A peça aborda mais do que a escravidão como tema, ela traz pontos de vista sobre temáticas heterogêneas bastantes atuais. Os assuntos colocados tinham a intenção de fazer os jurados apaixonarem-se pelo enredo”, compartilhou Ronald Sá, que é monitor do programa há mais de dois anos.
Ainda com o rosto pintado, Clara Isabela de Araújo, 12 anos, que representou a personagem Shinara, uma mulher revolucionária e determinada que buscava a valorização dos escravos como pessoas e não como objeto, falou da sensação de pisar em um palco pela primeira vez. “Nunca tinha pisado em um chão de teatro. Tive uma sensação maravilhosa. Apesar do nervosismo, consegui vencer o medo. Amei fazer a minha personagem Shinara, pois somos semelhantes no aspecto da força e da determinação”, declarou a jovem.
Yago de Oliveira, que já participou da última edição do Festival, fala da felicidade em estar novamente representando no palco da escola. “Participar do festival pela segunda vez me traz bastante alegria. Acredito que passei para o público a coragem e o espírito livre que meu personagem tem”, comentou o estudante de 14 anos, que interpretou o personagem Rais, um capoeirista desbravador que lutava pela sobrevivência dos oprimidos.
SOBRE O FESTIVAL

O Festival Maranhense de Teatro Estudantil visa incentivar o teatro na escola, facilitando o contato do estudante com diversas linguagens da arte. O festival reúne grupos ligados a escolas públicas e privadas em todo o estado do Maranhão. As equipes premiadas recebem o troféu Cosme Júnior, certificados e bolsas de estudos.
Este ano, a programação teve início dia 9 de novembro, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Centro Histórico), e encerra nesta sexta-feira (16), no Centro de Ensino Benedito Leite, localizado no Centro de São Luís. No total, 24 espetáculos foram apresentados em todos os dias de festival. A programação também aconteceu no começo desta semana na cidade de Alto Alegre do Pindaré.
O evento está ligado à Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult). No ano passado, além da Unidade de Educação Básica Rosário Nina, as escolas da rede municipal Bandeira Tribuzzi e Mário Andreazza participaram do Festival de Teatro.
 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *