Traficante brasileiro mata jovem no Paraguai para evitar extradição mas acaba sendo expulso daquele país

Marcos Piloto foi entregue à Polícia Federal

O narcotraficante Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, que estava preso em Assunção, no Paraguai, foi entregue às autoridades brasileiras nesta segunda-feira (19) após ser expulso do país vizinho.

Segundo informações do governo paraguaio, o avião com o traficante partiu do grupo tático aéreo da Força Aérea Paraguaia, em Luque, cidade vizinha a Assunção, às 5h05 desta segunda-feira.

A aeronave pousou no aeroporto que fica do lado paraguaio da Usina de Itaipu, em Hernandarias, antes das 7h e em seguida Marcelo Piloto foi levado para a delegacia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, em um helicóptero da Polícia Civil.

Ele chegou algemado, encapuzado e escoltado. Ainda na pista, agentes tiraram o colete a prova de balas de Piloto e trocaram as algemas. Já no helicóptero, teve os pés amarrados, recebeu uma embalagem plástica caso passasse mal no voo e conversou rapidamente com alguns policiais. Assista ao vídeo.

Piloto deve ser transferido a um presídio federal para o cumprimento da pena de mais de 26 anos de prisão a que foi condenado por latrocínio e por roubo.

Mortena cela

No sábado (17), Piloto matou uma jovem dentro de sua cela no Agrupamento Especializado em Assunção para, apontam promotores paraguaios, tentar evitar a extradição ao Brasil.

O assassinato da jovem de 18 anos foi “uma atitude extrema de Piloto para impedir sua extradição”, disse o promotor Hugo Volpe. A Justiça do Paraguai autorizou a extradição de Piloto no dia 30 de setembro, após serem frustradas duas tentativas de resgate do traficante.

A jovem morta por Marcelo Piloto entrou na prisão em que ele estava, no Paraguai, fora do protocolo, declarou o Ministério Público paraguaio. Lidia Meza Burgos ficou 40 minutos na cela e morreu após levar 16 facadas do traficante.

A vítima, ainda conforme o MP, era prostituta e o visitava pela segunda vez. “Ela ingressou no presídio sem ser dia e hora de visita”, disse Volpe ao G1.

Extradição

De acordo com a decisão de setembro que determinou a extradição de Marcelo Piloto, ele só poderia ser entregue às autoridades brasileiras depois da conclusão de dois processos abertos no país vizinho: um por homicídio e outro por produção de documentos falsos e violação da Lei de Armas – este julgado na sexta-feira (16).

Segundo Volpe, a apelação de Piloto para que não fosse extraditado deveria ser julgada ainda este mês e a permanência dele no Paraguai poderia ser determinada caso comprovada a culpa dele na morte da jovem.

No Brasil, além da condenação por latrocínio e roubo, ele responde por outros crimes como homicídio, tráfico e associação para o tráfico.

Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, é apontado pelas polícias dos dois países como o maior fornecedor de armas e drogas fora do Brasil desde a prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

Foragido desde 2007, ele vivia no país vizinho desde 2012. Para não ser identificado, usava uma identidade falsa e mudava de endereço a cada seis meses. Aos vizinhos, se apresentava como vendedor de eletrônicos.

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