Durante entrevista concedida ao blogueiro, na tarde da última sexta-feira, no programa Notícias da Capital, na Rádio Capital AM, o comandante do 24º BC, coronel Flávio Botelho Peregrino fez um balanço do seu primeiro ano à frente daquele batalhão, destacando que a tropa apresentou um saldo altamente positivo, tanto na questão do adestramento como no relacionamento com a sociedade, através de várias ações desenvolvidas em São Luís e no interior do Estado.
O oficial destacou como principal ação do Exército em São Luís, este ano, a ação desempenhada na área da Segurança Pública, durante o movimento deflagrado pelos policiais militares, que no mês de novembro, em manifesto por melhoria salarial, ocuparam o pátio da Assembléia Legislativa, provocando momentos de muita tensão ao longo dos dias.
“Esse, com certeza, foi um momento histórico em São Luís, o que provocou a entrada em ação do Exército, a pedido da governadora Roseana Sarney, que foi prontamente atendido pela presidente da República. Foram momentos de tensão e muitas negociações, mas graças a Deus, tudo acabou bem”, disse o coronel Peregrino.
O comandante do 24º BC disse que durante o movimento dos militares, quase que a totalidade da tropa foi para as ruas, que teve ainda apoio de militares oriundos do Piauí e de outros Estados, revelando que alguns tanques do batalhão de Tucuruí chegaram a embarcar num trem com destino a São Luís, mas ocorreu a negociação e o fim do conflito.
“Não existiu intervenção do Exército no setor da Segurança Pública, como muita gente chegou a afirmar. O que aconteceu foi um trabalho em conjunto, reunindo Exército, parte dos policiais militares que não aderiram ao movimento, Marinha, Polícia Rodoviária Federal, Força Federal e até a Guarda Municipal”, disse o militar.
Peregrino também destacou a entrada em cena do general Gomes de Matos, comandante da 10ª Região Militar. No entendimento do comandante do 24º BC, o general soube muito bem conduzir as ações do Exército e teve ativa participação nas negociações que resultaram no fim do conflito.
“Houve sim, risco de um conflito. Caso a Justiça decidisse por um pedido de reintegração de posse, teríamos que cumprir a determinação e, pelo nível em que se encontrava a situação, poderia haver confronto, com graves conseqüências. Esse foi o nosso temor, porque jamais pensamos em derramamento de sangue, mas graças a Deus, tudo transcorreu bem e as relações entre o Exército e a Polícia Militar continuam amistosas”, finalizou o coronel Peregrino.