Petrobras busca reajuste de combustíveis de qualquer maneira

A Petrobras deverá expor novamente ao governo, na próxima reunião do Conselho de Administração, a necessidade de reajustar os preços dos combustíveis para aumentar seu caixa, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do tema nesta segunda-feira.

Para não pressionar a inflação, a alternativa que a estatal sugere ao governo é reduzir um dos impostos cobrados sobre a comercialização dos derivados de petróleo, a Cide.

Com uma eventual redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), a Petrobras poderia reajustar o preço nas refinarias sem elevar o valor final no varejo, mas o governo teria de abrir mão de uma parte de sua arrecadação.

“Este assunto é sempre discutido no Conselho de Administração”, afirmou a fonte.

Pelo menos desde o começo deste ano a Petrobras já vinha tentando convencer o governo da necessidade de aumentar os preços de seus produtos, pressionada por um aumento no volume de gasolina importada, segundo a fonte, e uma defasagem entre os preços no exterior e os valores cobrados no mercado interno.

Com a redução do etanol na mistura do combustível a partir deste mês, todo o volume extra de gasolina para compensar a retirada do anidro está sendo comprado no exterior, porque as refinarias estão no seu limite de capacidade.

As importações de gasolina vão quadruplicar em relação ao ano passado, projetou a estatal, ao mesmo tempo em que o dólar está mais valorizado, pressionando ainda mais o caixa da empresa.

Para o consumidor não pagar mais caro pela gasolina com a mudança na mistura, o governo reduziu recentemente a Cide. Como o etanol é mais barato que a gasolina, uma adição menor do biocombustível poderia resultar em leve aumento no preço final na bomba da gasolina já misturada, o que o governo buscou neutralizar com a diminuição no valor do imposto.

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