Casamento Comunitário oficializa união de 71 casais no fórum do Calhau

Um casal feliz

Cleones Cunha saudando os casais

Sob a coordenação da juíza Joseane Bezerra, da 3ª Vara da Família, 71 casais tiveram suas respectivas uniões oficializadas, em mais uma versão do projeto Casamento Comunitário, realizada na tarde do último sábado (24), no Forum Desembargador Sarney Costa, no Calhau. A solenidade foi aberta pelo corregedor-geral de Justiça, desembargador Cleones Cunha, que destacou a importância do evento, lembrando que o projeto, além do largo alcance social, aproxima o poder Judiciário do Cidadão.

O desembargador Cleones Cunha lembrou que o referido projeto foi instituído em 1999, pelo então corregedor-geral, desembargador Jorge Rachid, enfatizando que ao longo desses anos já foram realizados mais de 30 mil casamentos em todo o Maranhão. Ele disse que o evento do Casamento Comunitário que aglutinou mais casais aconteceu em 2000, na Praça Maria Aragão, com 5 mil nubentes.

Na concepção do corregedor-geral da Justiça do Maranhão, esse casamento não pode ser considerado coletivo, levando-se em conta que cada um dos noivos dizem o sim ao magistrado que oficializa a união.

“É um casamento comunitário, porque é feito em comunhão, com vários casais e é um dos mais destacados projetos do Poder Judiciário do Maranhão, que desta forma, consegue materializar o sonho de muitas famílias”, assinalou o desembargador Cleones Cunha.

Os 71 casais que disseram o “sim” no sábado, foram inscritos nos cartórios da 2ª e 3ª Zonas. O juiz Sebastião Bonfim, diretor do Forum Desembargador Sarney Costa também esteve presente e os casamentos foram celebrados pelos juízes Alice Prazeres, Isabella Lago, Teresa Cristina Mendes, Marcela Lobo, Mirella Freitas, Lícia Cristina Ribeiro e Pedro Holanda Pascoal.

“Estamos realizando um sonho, pois estamos juntos há 15 anos e, a partir de agora, somos casados no papel”, disse a dona-de-casa Cassandra Ribeiro Guerra, ao lado do marido, Leomar Anderson e do casal de filhos de 9 e sete anos.

O auxiliar administrativo Ivanildo Cartágenas, de 56 anos, não conseguia esconder o orgulho e a felicidade, após oficializar sua união com Lúcia Regina, com quem divide o teto há pelo menos cinco anos. “Esse casamento sela o nosso amor, e a Justiça do Maranhão está de parabéns por esse projeto que auxiliar os menos favorecidos”, assinalou.

Aos 77 anos, o aposentado José Estêvão Ferreira, que divide sonhos e preocupações com Ana de Fátima dos Santos Reis ao longo de 20 anos, revelou está se sentindo um rapaz, ao casar com a mulher que ele diz ser o grande amor de sua vida.

RECONHECER É AMAR

O desembargador Cleones Cunha aproveitou a oportunidade para destacar outro projeto que ele considera de fundamental importância no âmbito do Judiciário, que é o “Reconhecer é Amar”, que estabelece o reconhecimento de paternidade àqueles em cujo registro de nascimento não consta o nome do pai.

“Ninguém pediu para nascer e ninguém foi concebido sem a participação do pai, o Reconhecer foi criado para evitar esse problema da falta de reconhecimento da paternidade e aqui, no Forum do Calhau, funciona um posto que cuida exclusivamente dessa questão”, afirmou o corregedor geral de Justiça.

Ele afirmou que os pais que desejam reconhecer os filhos que não estão registrados em seus nomes, devem procurar a unidade da Corregedoria no Forum e será encaminhado ao juiz para a resolução do problema. Já para os que não se interessam pelo reconhecimento, cabe à mãe procurar a Justiça que o problema será resolvido sem muita burocracia.

Transporte clandestino é tema de reunião entre SMTT e SSP

A Secretaria Municipal de Transportes (SMTT) se reunirá na tarde de terça-feira (27), com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA) e com a Polícia Civil para traçar um plano de combate ao transporte irregular em São Luís, especialmente na região do Itaqui-Bacanga.
O secretário Canindé Barros afirmou que já houve uma conversa prévia com o secretário Aluísio Mendes e o delegado Sebastião Uchôa para tratar do assunto. “Precisamos combater não só o transporte alternativo, mas também a fraude que existe nesse sistema. Com todos esses fatores, não há condições de ter transporte de qualidade”, afirmou Canindé.
Dados do Sindicato dos Taxistas mostram que quase mil veículos circulam ilegalmente em São Luís, sejam como táxis lotação ou táxis piratas. A prática desse tipo de transporte, segundo o secretário, acaba prejudicando a frota legal de transporte na capital. “A partir do momento em que há essa evasão de receita, que é cerca de 90% no Itaqui-Bacanga, a população acaba pagando, já que há a necessidade do aumento de tarifa no transporte público. Não vai ter como proporcionar um transporte de qualidade, acaba sendo inviável. Precisamos de fiscalização completa para coibir esse tipo de serviço”, disse.

Músico maranhense desempregado tenta a vida em Uberaba e morre atropelado

O músico morreu atropelado

Família quer trazer o corpo da vítima para São Luis

Josirlone Sousa Serra, de anos, deixou São Luís, em companhia de um primo, Raimundo Pereira, para buscar trabalho em Uberaba/MG. Poucos dias depois de chegar à cidade do Triângulo Mineiro, com perturbações mentais, Josirlone saiu andando por uma rodovia, sendo atropelado e morto por uma carreta. Depois de vários dias de procura, no último dia 19 o primo de Josirlone, o apontador Raimundo Pereira de Paiva, fez o reconhecimento através de fotos disponibilizadas pela PF e de uma reportagem na TV.
Josirlone foi velado e enterrado como se fosse o pedreiro Gilsimar Ângelo de Souza no cemitério Medalha Milagrosa, em Uberaba. Na sepultura também está o pai do pedreiro. A família disse que ainda não decidiu se vai pedir a exumação e transferência do cadáver de Josirlone. Gilsimar apareceu vivo na semana passada e está internado numa clínica especializada em tratamento de dependentes químicos.
O apontador contou que Josirlone Sousa morava com ele Uberlândia e estava desaparecido desde o dia 14 de outubro. Segundo ele, ambos saíram de São Luis (MA) para trabalhar e, antes de sumir, o primo estava com depressão.

— Ele veio para trabalhar e quando chegou estava com depressão. Ele morava comigo, mas como estudo e trabalho, não pude fazer companhia a ele. Ficou difícil ter tempo para o Josirlone, que ficou sozinho a maior parte do tempo. E, com saudade da família, ele, que já estava doente, ficou ainda pior” — contou Raimundo.

Raimundo relatou, também, que chegou em casa com Josirlone no dia 13 de outubro e, na manhã do dia seguinte, o primo tinha desparecido de onde eles moravam.

— No domingo pela manhã percebi que ele tinha desaparecido. Eu o procurei no bairro, na região, mas não achei. Na segunda-feira procurei a Polícia Militar e fiz o Boletim de Ocorrência. A família dele chegou a vir do Maranhão, mas não o encontramos — relembrou.
O apontador disse que teve a certeza que a vítima de um atropelamento na BR-050 no dia 16 de outubro era o primo, mas quando ligou para o Instituto Médico Legal (IML) de Uberaba, recebeu a notícia de que o corpo já tinha sido reconhecido por outra pessoa.
— Já foi enterrado e a família vai ver o que fará quanto a isso. A mãe vai querer desenterrá-lo e levar o corpo para o Maranhão se tiver possibilidade — comentou.
Exumação do corpo
Segundo o delegado regional de Uberaba, Francisco Gouvêa Motta, agora a família deve procurar o delegado responsável pelo caso para que ele possa solicitar à Justiça a exumação do corpo. “Depois disso, eles devem colher o material para fazer a comparação em Belo Horizonte. Depois de confirmado, o corpo é liberado”, explicou o delegado.
Motta afirmou que não é possível mensurar o tempo que leva para que a família consiga a confirmação de que o corpo é de Josirlone, pois depende do tempo da aprovação da Justiça e do teste.
— Se demora ou não depende da Justiça e de BH, pois só na capital é possível fazer o exame de DNA, que recebe de solicitações de testes de todo o Estado — concluiu.
Sem condições de pagar as despesas para translado do corpo
A família de Josirlone Sousa Serra reside na Rua 12, casa 15, na Vila Embratel, e não tem condições financeiras de arcar com as despesas para translado do corpo para sepultamento em São Luis.

— Ainda nem chegamos a fazer um levantamento e nem sabemos por onde começar. Um amigo nosso entrou em contato com uma funerária e informaram que para trazer o corpo para São Luís custa algo em torno de R$ 5 mil. A família é pobre e não tem condições de pagar. Qualquer ajuda será bem-vinda nesse momento de dor e sofrimento para a família do Josirlone, principalmente para a mãe dele que tem problemas de saúde – disse um cunhado de Josirlone.

Além de pagar pelo translado, a família também afirma que não tem condições de pagar as passagens aéreas para que outros familiares se desloquem até Uberaba para solicitar a exumação do corpo de Josirlone.
Músico desempregado
Josirlone Sousa Serra era músico e, por mais mais de dois anos, foi professor de violino na Escola de Música “Bom Menino das Mercês”. Estava desempregado há algum tempo e resolveu tentar a sorte em Uberada/MG, a convite do primo.
Josirlone era casado com Marlúcia Serra e deixa uma filha de 1 ano de idade.
Quem se dispuser a ajudar a família, favor entrar em contato com Samuel, cunhado de Josirlone, pelo celular 8143-1013.

(Blogue do Gilberto Lima)

Júnior Marreca declara apoio a Gil Cutrim na eleição da FAMEM

O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (FAMEM), prefeito Júnior Marreca (PR – Itapecuru Mirim), anunciou oficialmente, nesta segunda-feira (26), apoio a candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim (PMDB), à presidência da entidade – biênio 2013/14.

“O Gil é o candidato da diretoria da FAMEM. Ele reúne todas as condições para dar continuidade ao trabalho de fortalecer, cada vez mais, o municipalismo no Estado. Além de ser o atual vice-presidente, o Gil tem ótimo trânsito nos Governos do Estado e Federal, situação que, para os municípios, é de suma importância”, afirmou Marreca durante o seminário Desafios, Perspectivas e Limites da Gestão Pública Municipal, que está sendo promovido pela Federação no auditório da FIEMA.

O evento, que terá continuidade nesta terça-feira (27), reúne prefeitos eleitos e reeleitos e tem como objetivo tratar da transição política nos municípios, orientando os gestores a executarem governos bem planejados administrativamente e financeiramente.

O apoio de Júnior Marreca e dos demais membros da atual diretoria da FAMEM à candidatura de Gil Cutrim, que é vice-presidente da entidade, já era de conhecimento público. No entanto, o presidente da entidade fez questão de anunciá-lo oficialmente durante o evento como forma de garantir a unidade na eleição, que acontecerá no período compreendido entre 20 de janeiro até a primeira semana de fevereiro. “A eleição na entidade tem tradição de consenso. E com o nome do Gil tenho certeza que não será diferente. Os prefeitos maranhenses irão dar mais uma demonstração de unidade”, avaliou.

Presente ao seminário, Gil Cutrim agradeceu o apoio de Júnior Marreca e dos demais integrantes da diretoria da entidade. Afirmou que a sua candidatura está sendo construída de forma conjunta com todos os prefeitos maranhenses. “Já contamos com o apoio de mais de 80 prefeitos, entre eleitos e reeleitos. Estamos conversando com todos, ouvindo suas sugestões para que, juntos, possamos construir uma plataforma de trabalho que tem como foco principal lutar pelos interesses dos municípios”, disse.

Cutrim adiantou que, ainda esta semana, estará em Imperatriz participando de encontro com gestores da região. “Dividimos o Estado em 21 regiões e, em todas elas, promoveremos encontros para conversar diretamente com os gestores. Ouvir suas propostas e reivindicações e transformá-las em compromissos que iremos executar ao longo de nosso mandato”.

Entre os gestores que estão participando do seminário, o nome de Gil Cutrim para suceder Júnior Marreca foi bastante elogiado. “O Gil é a prova concreta de que os políticos jovens podem dar grande contribuição aos municípios e ao Estado. Em Ribamar, ele continua executando um excelente trabalho e na FAMEM tenho certeza que fará igual”, comentou o prefeito eleito de Buriti, Rafael Mesquita (PRB).

Tadeu Palácio e ex-secretário de São Luís são denunciados à Justiça

Depois de colher inúmeras baixas durante o período eleitoral, o ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público Federal do Maranhão (MPF-MA) por supostos atos de improbidade administrativa. A mesma ação se estendeu também ao ex-secretário de Educação da capital maranhense, Altemar Lima. Os dois, segundo o MPF, não teriam repassado, em 2008, recursos a entidades filantrópicas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo o documento assinado pelo procurador da República Juraci Guimarães, os recursos deveriam ser aplicados em ações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Programa Nacional de Alimentação Escolar Pré-Escolar (Pnap) e Programa Nacional de Alimentação Escolar para Creche (Pnac).
Na denúncia, o procurador alega que uma auditoria constatou que, dos recursos que a Prefeitura de São Luís recebeu em 2008 para aplicar em tais programas, o ex-prefeito deixou de repassar mais de R$ 118 mil a entidades filantrópicas que auxiliam o município na educação de crianças ludovicenses. Aproximadamente 190 entidades teriam ficado sem receber parcelas dos programas, como a Associação beneficente da Vila Embratel, que ficou sem receber R$ 2.076,80, e a União de Mulheres da Cidade Olímpica, que não recebeu R$ 3.060.
De acordo com o MPF, tanto o ex-prefeito Tadeu Palácio, quanto o ex-secretário de Educação Altemar Lima foram notificados para prestarem esclarecimentos sobre o não repasse das verbas, porém, não apresentaram justificativa para a irregularidade.
“A improbidade administrativa no caso se potencializa porque eles deixaram de aplicar recursos públicos cujo objetivo era atender às necessidades nutricionais de crianças carentes de creches e merenda escolar de alunos do ensino infantil e fundamental de São Luís”, declarou Juraci Guimarães.
Na ação, o MPF requer a condenação de Tadeu Palácio e Altemar Lima com a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e restituição erário dos valores e multa.

Câmara concede cidadania ao jornalista Cordeiro Filho

A Câmara Municipal de São Luís entregou, no final da manhã desta segunda-feira (26), um título de cidadão ludovicense ao jornalista Cordeiro Filho. Proposta pelo vereador Albino Soeiro (PSC), a solenidade de entrega da comenda foi prestigiada por membros do judiciário e da imprensa local, familiares e amigos do homenageado.
Cearense da capital Fortaleza, Raimundo Nonato Cordeiro Filho, tendo o pai como grande inspiração, começou cedo nas artes gráficas – com apenas 14 anos, já trabalhava na maior gráfica do Ceará, a Tipogresso. Em seguida, levado pelo pai, trabalhou no Jornal Tribuna do Ceará como despaginador, paginador, diagramador e redator. Aos 16 anos, resolveu morar no Rio de Janeiro, onde ficou instalado numa banca de jornais e revistas por 6 meses. Na Cidade Maravilhosa vendeu chá mate, café palheta e sorvete Kibon no Maracanã. Mas também trabalhou como chapista, gerente da Gráfica Brasil e diagramador de capa dos jornais Última Hora e Jornal dos Sports. De volta à terra natal, Fortaleza, ajudou a montar os jornais O Jornal e Tribuna do Ceará, onde permaneceu até 1960. Nesse mesmo ano, viajou para Goiânia a fim de implantar o projeto do jornal Diário do Oeste. Com a revolução de 1964 e o fechamento do Diário, retornou ao Ceará para ser o editor gráfico do Jornal O Povo, e realizar a reforma gráfica do jornal Líder do Ceará. Finalmente, em 1967, a convite dos jornalistas Pires de Sabóia e Rangel Cavalcante, veio para o Maranhão, conhecer a capital São Luís e iniciar uma nova fase em sua vida profissional. Polivalente, foi colunista da página nobre, diagramador, paginador, corretor de publicidade e diretor comercial do Jornal O Imparcial. Foi sob sua direção, que O Imparcial adquiriu a primeira rotativa off-set do Maranhão. Encerrada a missão nos Diários Associados, Cordeiro Filho integrou a equipe do Jornal O Dia, foi diretor comercial do Jornal O Estado do Maranhão, e diretor do Sistema Mirante (TV, Rádio e Jornal) onde permaneceu até 1991. Deixou a direção do Sistema para dedicar-se à sua Revista Leia Hoje e suas enciclopédias. Lançou a mini lista telefônica de bolso, Listafônica e os Informes Especiais (jornal gratuito). Lançou também: O Jornal, Jornal de Hoje, Diário do Norte, Revista Leia Hoje Turismo Brasil, Perfil do Maranhão, Enciclopédia dos Municípios do Brasil, Guia do Maranhão (em português, inglês e espanhol) e Perfil Eletroeletrônico do Brasil (São Paulo). Cordeiro Filho foi o primeiro assessor de imprensa da UFMA, DER e Fiema. É filiado à Associação Brasileira de Imprensa, Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais, Associação Cearense de Imprensa e Associação Nacional de Imprensa do Distrito Federal. Atualmente, dedica-se às suas publicações e pesquisas da história do Maranhão e do Brasil, e aos seus eventos em municípios brasileiros.

“Sua contribuição ao progresso e ao desenvolvimento do Maranhão é notória. Nada mais, portanto, precisa ser mostrado para que consideremos de inteira justiça a homenagem que hoje prestamos a Cordeiro Filho e a qual se associam todos aqueles que o conhecem de perto e viram assinalados os seus feitos”, discursou o proponente da comenda, vereador Albino Soeiro. “É com profunda admiração, orgulho e muita emoção que concedo a Cordeiro Filho, através desta Casa Legislativa, o título de cidadão de São Luís, evento este que marcará para sempre meu coração”, finalizou Albino Soeiro.

Bastante emocionado, após a outorga de sua nova cidadania, Cordeiro Filho agradeceu, dizendo: “Quero, inicialmente, pedir desculpas ao vereador Albino Soeiro por não ter podido vir, em 2010, receber esse título. É que, um andarilho como eu, precisava continuar perseguindo os caminhos que tracei em minha vida de idealista, a realização dos meus projetos. Aqui concretizei todos eles, abrindo o mercado de trabalho para os meus companheiros. Quando vim para cá, em 1967, me apaixonei não só por São Luís, como também pelo Maranhão. Por causa dessa enorme paixão é que escolhi São Luís para viver até o último dos meus dias. E é aqui que irei me aposentar, depois de realizar mais um projeto meu, pelo qual estou batalhando muito: o Guia Cidade das Copas”.

Grupo de Pereirinha assina manifesto com 22 nomes pela unidade na Câmara

Vereadores de São Luís, eleitos no pleito de outubro, formalizaram a constituição de um grupo suprapartidário de atuação parlamentar. A manifestação se deu por meio de um documento em que 22 vereadores garantem as seguintes questões:

01- Garantir a independência e harmonia dos poderes constituídos, na forma que estabelece a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município;

02- Fortalecer o parlamento municipal para melhor representar os interesses da sociedade de São Luís;

03- Garantir o apoio necessário ao Poder Executivo, quando as ações forem de interesse da população;

04- Apresentar chapa completa para representar o grupo na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, para o biênio 2012-2013;

05- Garantir a unidade do grupo, através de ações que respeitem a todos, prevalecendo sempre a vontade da maioria.
Desse grupo sairá a Mesa Diretora da Câmara Municipal, sendo que até agora, o nome mais forte para despontar como postulante à presidência é o do atual presidente, Isaías Pereirinha.
Assinam o manifesto os vereadores:
01. Marlon Garcia (PTdoB)
02. Pavão Filho (PDT)
03. Isaías Pereirinha (PSL)
04. Chico Carvalho (PSL)
05. Fábio Câmara (PMDB)
06. Manoel Rego (PTdoB)
07. Beto Castro (PRTB)
08. Paulo Luiz (PRB)
09. Josué Pinheiro (PSDC)
10. Pedro Lucas Fernandes (PTB)
11. Ricardo Diniz (PHS)
12. Barbosa Lages (PDT)
13. Francisco Chaguinhas (PRP)
14. Armando Costa (PSDC)
15. Marquinhos (PRB)
16. Astro de Ogum (PRB)
17. Nato (PRP)
18. Sérgio Frota (PSDB)
19. Dr. Gutemberg Araújo (PSDB)
20. Helena Duailibe (PMDB)
21. José Joaquim
22. Luciana Mendes (PTdoB)
Veja, ao lado, a íntegra do documento :

Herói brasileiro (maranhense) Senta a Pua na ditadura militar!

* Herberth de Jesus Santos
(Ás da FAB, na 2.ª Guerra Mundial, Rui Moreira Lima (foto) solicita Comissão da Verdade mais rigorosa. Golpe de 1964 foi tramado por U$S 5 milhões . O também legendário primo William) Morre o Último Herói Brasileiro — foi a manchete do jornal O Estado do Maranhão, dada pelo diretor de Redação, Adalberto Areias, ao falecimento (13.6.1981) do brigadeiro (fluminense) Eduardo Gomes. No necrológio, via telex, o pranteado na Revolta dos 18 do Forte Copacabana (1922), no Rio; contra a Intentona Comunista (1935); brigadeiro, em 1941, na criação de bases aéreas e do Correio Aéreo Nacional; e, marechal-do-Ar, ministro da Aeronáutica, em 1955, no Governo Café Filho. Presenciei ao parto da edição, com o secretário de Redação e o diagramador, os dois já saudosos, Reginaldo Correia (Sargento Garcia) e Edu Corrêa, o editor de política (Francisco) Couto Correia, de nacional (J. França) e os repórteres Djalma Rodrigues (geral) e Renato Souza (de polícia), e Valdir Rios, depois que os irmãos Júlio Rodrigues e João Litho, então meus colegas do Sioge, hoje, capitães da indústria na Lithograf, apostaram no meu taco, no matutino, que, em mudança redacional, precisava de um copidesque. Foi assim que acresci meus rendimentos, saindo de noitinha da chefia da Revisão do Sioge, e, n´O Estado, em correção de um texto, quanto às normas gramaticais e adequação do estilo, antes de ir para a composição. Ali, o chefão esbanjou sua experiência da grande imprensa, e municiei meu currículo de egresso do Curso de Comunicação (Jornalismo) da Ufma, iniciado na Reportagem de O imparcial (1980) e culminado no Diário do Norte (de chefe de Reportagem a editor-geral), com bons articulistas, no apogeu da nossa Imprensa, no decênio, modéstia à parte, quando também fornecemos nossa colaboração, onde o diretor de Redação, Wady Hadad, adorava ser chamado de Braço-de-Radiola, Souzinha (editor de polícia), de Capacete, e Carlos Andrade (diagramador), de Risadinha. Talvez Areias (paraense, escolado no Jornal do Brasil e n´O Estado de São Paulo), ou a Nação, tachada de sem-memória, haja esquecido as derrapagens do reverenciado, no sistema ditatorial que apeou João Goulart (Jango), eleito legalmente, do poder central: ora, ministro da Aeronáutica do marechal Castelo Branco, assinou com este, em 1965, a denunciada fraudulenta liquidação da Panair, a nossa mais prestigiosa empresa aérea no Mundo, para levantar a Varig. O deputado Ulysses Guimarães (derrotado, em 1974, pelo gen. Ernesto Geisel, em pleito presidencial) parafraseou Eduardo Gomes em seu desabafo, de 1972, quiçá, assistindo ao regime de chumbo ser prodigioso em torturas e cair na vala da corrupção, também na Ponte Rio-Niterói, Coroa-Brastel, Tucuruí, Transamazônica, Lutfalla, etc.: “Só na liberdade se criam valores estáveis para o desenvolvimento e justiça social.” A Cobra Tá Fumando! Rui e William Entre Jovens de São Luís — Àquele tempo, era mais conhecido, aqui, o heroísmo do major-brigadeiro Rui (Barbosa) Moreira Lima, desde 1968, sempre que emergia, em sessões de Clubes de Jovens de São Luís, na Igreja de São Pantaleão, seu primo (também nascido em Colinas-MA), o legendário médico e comunista convicto Wiliam Moreira Lima, que, no auge da repressão, passou mais de 100 dias preso no 24.º BC, sob acusação de pelejar pela reforma agrária. Em nossa concepção juvenil, eram uma filmagem as 94 missões do tenente da FAB (Força Aérea Brasileira), na 2.ª Grande Guerra, com Senta a Pua (lema e símbolo, na fuselagem das aeronaves), título que escreveria sobre o Brasil, na Itália (1944-5), com a FEB (Força Expedicionária Brasileira), na sentença de A Cobra Tá Fumando!, já sem “É mais fácil uma cobra fumar que o Brasil entrar na guerra”. Comandante da Base de Santa Cruz, no Rio, num caça, em 31.3.1964, foi à interceptação das tropas do gal. Mourão Filho, deslocadas de Minas Gerais para derrubar Jango. Sem ordem para atirar, regressou, com sua cassação e luta pelos companheiros perseguidos. Os nacionalistas (de crânio e seriedade) foram exilados e a politicagem prosperou com os militares opressores. Guiado Pela Carta do Pai, Juiz em Caxias (MA), à Salmo de Salomão — Salta aos olhos, sua obediência à carta, de 30.4.1939, chegada no Rio, do seu pai, Bento Moreira Lima, juiz de Direito da Comarca de Caxias (MA), e que, em São Luís, desembargador, foi presidente do TJ. Remeteu-nos a um salmo do Rei Salomão ao filho Roboão, na pacificação das doze tribos de Judá (Israel): “Rui, és cadete, mais tarde, general. Agora, deves dobrar os teus esforços, estudar muito, obediência aos teus superiores, lealdade aos companheiros, dignidade no desempenho do que te foi confiado, atitudes justas e não arbitrárias. Sê um patriota verdadeiro e não te esqueças de que a força deve ser sempre empregada a serviço do Direito. O povo desarmado merece o respeito das forças armadas. Estas não devem esquecer que é este povo que deve inspirá-las nos momentos graves; e, nas loucuras coletivas, deves ser prudente, não atentando contra a vida de teus concidadãos. O soldado não deve ser covarde e nem fanfarrão. A honra para ele deve ser um imperativo e nunca ser malcompreendida (…)” A Alma da Panair na Resistência ao Arbítrio — Lemos que em todo 22 de outubro, ex-funcionários da Panair concentram-se no Aeroporto Santos Dumont (RJ), onde localizava-se a mais bem-sucedida empresa nacional do ramo, em reminiscência ao seu aniversário. Já devem ter lembrado que ela caiu com o Golpe de 1964, que o embaixador americano, no Brasil, Lincoln Gordon, negociou com Kennedy, na Casa Branca, por U$S 8 milhões, e ficou por 5, consoante obra publicada. E que Rui Moreira Lima, à Revista Época, em 2011, com a asa da carreira cortada pelo arbítrio, sem anistia geral, pede a prisão dos torturadores, “covardes e infames”; e que Eduardo Gomes ascendeu a Patrono da FAB, “post-mortem”, em 1984. Entre Chumbo Grosso e “Ora, me Comprem um Bode!” — Em O Estado, onde reluzia a advertência do Sargento Garcia, num cartaz, “Ser chefe é carregar um saco de serpentes, sem o direito de matar nenhuma”! , pelo sim, pelo não, Renato Souza, com suas matérias, todo o santo dia, corrigidas, “bateu” uma de um telex, num assalto, em São Paulo, com ambientação de São Luís, para dissimular sua intenção. Aí, o copidesque só anexou vírgulas e crases, nas laudas, deixando o texto intacto. Ele reconheceu, na Redação, o meu trabalho, tanto que eu seria, anos depois, editor do seu corajoso semanário Chumbo Grosso. Até hoje, na rádio em que dar o ar da sua graça, com audiência acentuada, RS saúda nossa sinceridade, em minha entrevista, ou citação de meus livros. Desacerto, ele fecha com seu bordão contumaz: “Ora, me comprem um bode!”— expressão que vem de “bode na sala”, quando um homem, liso, quis vender um deles, colocando-o em melhor visualização, na casa. Foi pior a emenda do que o soneto, com os balidos, dejetos e a fedentina empestando o ambiente, e necas de freguesia! Daí a cajadada numa adversidade: “Ora, me comprem um bode”! Renato pode até sentar a pua, agora, em homenagem ao nonagenário patriota conterrâneo, no Rio, que está combatendo, com lucidez, pela punição dos algozes de idealistas brasileiros indefesos, querendo uma Comissão da Verdade da Presidência da República, , em ação, inflexível, em Brasília.

(*)Jornalista e escritor

Servidor preso pela PF foi aprovado no Senado graças a pressão de Lula e manobra de Sarney

Preso pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, Paulo Rodrigues Vieira, diretor de Hidrologia da ANA (Agênca Nacional de Águas), foi guindado ao cargo graças a uma forte pressão de Lula e a uma manobra patrocinada por José Sarney (PMDB-AP). Como ocorre com todos os indicados para diretorias de agências reguladoras, o nome de Paulo Vieira teve de passar pelo Senado. Uma pesquisa nos anais do Legislativo revela que, neste caso, a aprovação foi tumultuada, atípica e violou as regras regimentais.

Assinada por Lula, a mensagem presidencial que indicou Paulo Vieira para uma poltrona da agência de águas teve tramitação relâmpago. Em sabatina precária, o indicado foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado em 16 de dezembro de 2009. No mesmo dia, o nome seguiu para o plenário. Ali, realizaram-se duas votações. Numa, houve empate. Noutra, o nome de Paulo Vieira foi rejeitado por diferença miúda: 26 votos contra, 25 a favor e uma abstenção.

Como manda o regimento, o Senado enviou ao Planalto ofício comunicando a Lula que seu escolhido não passara pelo crivo dos senadores. Não restava ao presidente senão sugerir outro nome. Passaram-se quatro meses. E nada. De repente, quando se imaginava que o jogo estivesse jogado, Sarney valeu-se de sua autoridade de presidente do Senado para reinserir na pauta de votações o nome de Paulo Vieira.

Na tarde do dia 14 de abril de 2010, uma quarta-feira, a indicação de Paulo Veira foi votada pela terceira vez. O nome foi, então, aprovado por 28 votos a 15. Houve uma abstenção (a foto lá do alto exibe o resultado no painel). A votação foi atípica porque o Senado não poderia ter aprovado o nome que rejeitara. Foi antiregimental porque a decisão anterior jamais foi revogada. Foi tumultuada porque um parecer da Comissão de Justiça tachara a ‘revotação’ de ilegal.

Descobre-se agora que aquilo que começou errado terminou em desastre. Na operação deflagrada nesta sexta (23), a Polícia Federal indiciou 18 pessoas e prendeu seis. Entre os presos estão Paulo Vieira e um irmão dele, o diretor de Infraestrutura da Agência Nacional de Aviação Civil Rubens Carlos Vieira (também indicado por Lula e aprovado pelo Senado e 7 de julho de 2010, sem manobras). Entre os indiciados está Rosemary Novoa de Noronha, a Rose, chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo.

Descobriu-se que foi Rose, uma servidora nomeada por Lula e mantida por Dilma Rousseff, quem patrocinou as indicações dos irmãos Vieira. Mais: os três participavam de um esquema de venda de pareceres de interesse de empresas nas agências reguladoras e em outros órgãos públicos. Pior: suspeita de corrupção, tráfico de influência e falsidade ideologica, Rose é investigada por ter supostamente exigido e recebido por intermédio dos Vieira vantagens monetárias e favores que vão do custeio de uma cirurgia plástica a viagens.

Além dos indiciamentos e das prisões, a PF realizou batidas de busca e apreensão de documentos e computadores em Brasília e São Paulo. para constrangimento do governo, varejaram-se inclusive os gabinetes de Rose, de Rubens Vieira e de Paulo Vieira. No caso deste último, o diretor que o Senado aprovou na marra, sua sala na ANA foi varejada por quatro horas e 15 minutos –das 6h30 às 10h45. Depois de coletar papéis e computador, a PF lacrou o recinto.

De passagem pela Índia, Lula foi informado pelo telefone sobre a encrenca que engolfou sua ex-assessora Rose e os dois diretores que ela indicou e ele patrocinou no Senado. Os arquivos do Senado revelam que Lula empenhou-se pelos Vieira com um interesse revelador do prestígio de Rose, a quem conhecera na década de 90. Por 12 anos, ela assessora José Dirceu na máquina partidária do PT. Eleito, Lula fez de Rose, em 2003, assessora especial da Presidência em São Paulo. Em 2005, promoveu-a a chefe de gabinete.

Em toda a história do Senado, só havia dois casos de autoridades que, tendo sido rejeitadas pelo plenário, foram aprovadas em votações posteriores. Num dos casos, a segunda votação fora precedida de decisão da Mesa diretora do Senado. Noutro, fora referendada pela unanimidade dos líderes partidários. No episódio de Paulo Vieira, Sarney decidiu sozinho pela realizaçã de uma terceira votação.

Líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) recebera ordens do Planalto para reverter a rejeição ao nome de Paulo Vieira. O senador alegara que obtivera o assentimento dos líderes. Foi com base nesse suposto entendimento que Sarney devolveu o nome ao plenário. Os desdobramentos revelariam que Jucá mentira. Em 15 de abril de 2010, um dia depois da violação das regras, o PSDB e o DEM entregaram a Sarney um pedido de anulação da pantomima. Assinaram a peça os líderes do DEM, José Agripino Maia; e do PSDB, Arthur Virgílio, hoje prefeito de Manaus. Ficou entendido que o alegado acordo de lideranças era lorota.

“Não havia nenhuma justificativa para que essa matéria voltasse ao Plenário”, disse Agripino, conforme os registros da sessão. “Para surpresa de todos, a proposição rejeitada foi arbitrariamente colocada novamente em votação na sessão deliberativa de ontem. Trata-se de uma ilegalidade jamais vista na história desta Casa Legislativa”, ecoou Virgílio, segundo registram as notas taquigráficas.

Decorridos cinco dias, Sarney enviou o recurso de Agripino e Virgílio à Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Nessa época, presidia a comissão um ainda respeitado Demóstenes Torres. Em 27 de abril de 2010, esse Demóstenes pré-Cachoeira emitiu seu parecer. Considerou que não era atribuição da Comissão de Justiça dirimir a querela. Por quê? A presidência do Senado só poderia acionar a comissão em casos que envolvessem interpretações do texto constitucional.

Demóstenes anotou: “Evidentemente que a questão de ordem ora analisada não diz respeito à interpretação de qualquer dispositivo constitucional. Questiona-se o atendimento, ou não, a preceito regimental. Portanto, incabível a apreciação dessa matéria pela CCJ”. No mesmo documento, Demóstenes apontou “falhas gritantes” no processo que levou à aprovação da indicação de Paulo Vieira. Recordou que a Comissão de Justiça já havia se manifestado sobre a matéria.

Lembrou que, na sequência da rejeição do indicado de Lula, o senador Magno Malta recorrera à Mesa presidida por Sarney. Um recurso não previsto no regimento do Senado. Foi “por absoluta falta de previsão legal”, escreveu Demóstenes, que a Comissão de Justiça rejeitara esse primeiro recurso, assinado por Malta. Evocando os dois únicos precedentes disponíveis nos anais do Senado, Demóstenes aventou a hipótese de o plenario deliberar sobre a conveniência de realizar ou não uma nova votação no plenário. Porém…

Demóstenes realçou que seria preciso que a Mesa ou os líderes aprovassem a realização da nova votação. “Embora […] o senador Romero Jucá tenha afirmado que a matéria legislativa já havia sido objeto de ‘entendimento entre os líderes’, quer me parecer que tal entendimento não ocorreu. Sustento-me na iniciativa dos líderes Agripino e Virgílio, que subscreveram essa questão de ordem”, anotou Demóstenes. “Não concebo que precedente tão grave, que atropela o regimento interno, possa ser adotado sem o acordo de todos os líderes partidários.”

De resto, Demóstenes enfatizou que a aprovação de Paulo Viera ocorrera sem que a rejeição ao nome dele tivesse sido anulada. “Uma decisão do plenário [a rejeição da indicação de Paulo Vieira] estava em pleno vigor, inclusive dela já estava informada a Presidência da República, e sobre ela outra foi tomada, sem sequer se discutir as razões pelas quais aquela deveria ser anulada. Nem é o caso de se dizer que a segunda votação revogou tacitamente a primeira.”

Em sessão realizada no dia 4 de maio de 2010, já munido do parecer do Demóstenes pré-clube Nextel, Sarney deu por encerrada a querela. Rejeitou o pedido de Agripino e Virgílio e deu por válida a aprovação do agora encrencado Paulo Viera. Alegou que não tinha poderes para se subrepor à decisão do colegiado. “Não aceito a questão de ordem por não ter competência para agir em nome do plenário”, disse.

Sarney comprometeu-se a editar um ato regulamentando a votação de autoridades. Algo que evitasse a repetição das anomalias. Virgílio foi ao microfone: “Devemos tomar isso como lição para adotar medidas de responsabilidade. A Mesa deve impedir que fatos semelhantes ocorram daqui pra frente.” Agripino ecoou-o: “O episódio foi lamentável. Temos que ter a devida instrução da Mesa. Que permaneça a cautela em episódios futuros, para que não seja repetido esse fato.” E a coisa ficou nisso. Passados dois anos e meio, a Polícia Federal entra em cena.

A EQUIPE DO JORNAL DE HOJE

(Por Nonato Reis)

A justa homenagem que a Câmara Municipal de São Luís prestará nesta segunda-feira ao empresário Cordeiro Filho, fundador do lendário Jornal de Hoje, remete a um tempo igualmente místico. Vejo-me diante do editor-chefe De Campos, um sujeito que parecia estar sempre de mau humor. Tinha a fala grave e o olhar arguto. Eu chegara ali pelas mãos do amigo Gil Maranhão, que nessa época já brilhava como jornalista. Estava de volta a São Luís, após um tempo de malandragem no Rio. A grana acabara e me vi obrigado a sentar de novo diante da máquina de escrever.

-Você sabe escrever? Questionou-me com a cara mais natural do mundo. Com um misto de humor e revolta, devolvi: “Por que o senhor não faz um teste comigo?” Ele aceitou na hora e pediu que eu escrevesse um texto de 30 linhas. “Sobre qual assunto?”, eu quis saber. “Qualquer um, você escolhe”. Alguns minutos depois, entregava o material que ele examinou durante um tempo que me pareceu interminável. Depois ordenou: “Amanhã ,às oito horas, esteja na redação. Apresente-se ao Regis Marques”.

Começava ali um dos melhores períodos da minha vida profissional. No Jornal de Hoje convivi com alguns dos maiores jornalistas do Maranhão. Figuras como Bernardo Coelho de Almeida, Jersan Araújo, Othelino Filho, Regis Marques, Djalma Rodrigues, Ribamar Cardoso, Souzinha, Marinaldo Gonçalves, Adenis Mathias e Raimundo França. Esses, quando eu aportei no JH, já eram nomes consagrados. Mas depois deles veio uma geração promissora, que amadureceu ali. Helciane Araújo, Waldirene Oliveira, Sílvia Moscoso, Josy Ribeiro, Albino Soeiro, Valderina Silveira, Walquíria Santana, Biaman Prado, Amélia Aranha, Ribamar Cavalcante, Manoel dos Santos Neto, Waldemar Ter, Sidney Pereira, Maria Piedade, e tantos outros.

Diferentemente de outros lugares, no Jornal de Hoje trabalhava-se por amor à profissão. Os salários, além de irrisórios e atrasados em quase três meses, eram pagos por meio de vales. Isso após o ciclo de Cordeiro Filho, quando o jornal iniciou uma decadência sem volta. Antes era uma máquina de vendagem. Começou fazendo dura oposição a Castelo, na época governador. Incomodou tanto que, para se ver livre dele, Castelo decidiu cortar o mal pela raiz, comprando-o. Cordeiro permaneceu como diretor-geral, mas já não tinha poder de mando.
Quando eu cheguei ali, já sob os auspícios de Castelo, o jornal ainda era um fenômeno de vendagem, auferia bons lucros e pagava os funcionários em dia. Aliás, o pagamento era feito em duas parcelas. No dia 20 de cada mês se recebia 40% e o restante no dia 05 do mês seguinte.
Desse modo, quase nunca se ficava sem dinheiro. Afora o prestígio de trabalhar num jornal de grande aceitação popular, era o sentido de liberdade que nos motivava a estar ali. Como o jornal fazia oposição ao governo e à prefeitura, o jornalista se sentia solto para elaborar seus textos.
Nessa época as greves pipocavam, tanto no âmbito do Estado como no do Município. O jornal dava ampla cobertura a essas manifestações, por entender que elas colocavam em xeque a autoridade constituída. Eu, Gil e Helciane trabalhávamos pelo período da tarde. A cada um era destinada uma página. Não recebíamos pautas. A orientação era apenas para que explorássemos ao máximo os assuntos explosivos.

Trago imagens memoráveis dessa época. Como a leitura de páginas inteiras do jornal nas assembléias de grevistas, em que se reuniam centenas e até milhares de participantes. Os textos, escritos em linguagem leve, clara e envolvente, tocavam a sensibilidade das pessoas, e muitas choravam copiosamente. Não nos limitávamos a relatar fatos. A idéia era situá-los dentro de um contexto, dar-lhes uma dimensão psicológica.
Assim, na cobertura de uma passeata, descrevíamos o estado de ânimo dos manifestantes, realçávamos um gesto emblemático ou uma palavra de ordem de maior peso, algo que marcasse aquele momento. Some-se a isso a sensibilidade dos fotógrafos, que captavam imagens de enorme significado. Tudo isso harmonizado com um sentido crítico agudo. O resultado era um produto inteligente, de fácil aceitação.
O Jornal de Hoje vendia aos magotes. Na feira da Cohab havia uma banca de periódicos avulsa. Aos domingos eu ficava ali, anonimamente, observando a reação dos leitores. A proporção de venda do JH para o concorrente mais próximo ficava na faixa de 5 para l. Isso acontecia por vários motivos. O jornal tinha a melhor equipe de repórteres, editores e diagramadores; atuava numa linha editorial agressiva, que priorizava a denúncia; exibia uma feição gráfico atraente; e era dirigido com competência. Não havia como dar errado. E por ironia do destino, ou da imperfeição humana, no final deu tudo errado.
Cordeiro Filho, que quase nunca errava, acabou errando quando não podia, ao decidir aceitar Castelo como sócio do jornal. Tivesse se mantido à frente do JH, ditando o seu rumo e definindo as suas estratégias de atuação, o Jornal de Hoje não apenas teria entrado para a história, como efetivamente entrou, mas até hoje estaria influenciando o comportamento da sociedade, fiscalizando de perto as instituições e, afinal, fazendo história, que era a sua maior vocação. Enfim, o JH passou, mas ficou gravado na memória daqueles que escreveram as suas páginas de glória e de quantos que tiveram o prazer de passear os olhos sobre seus textos.

<strong>(Observação do blogueiro: Cordeiro Filho receberá, nesta segunda-feira, o título de Cidadão de São Luís, outorgado por iniciativa do vereador Albino Soeiro, que também trabalhou no Jornal de Hoje)