Principal testemunha do caso Júnior do Mojó é executada com mais de 20 tiros

Júnior do Mojó e Elias Orlando

Júnior do Mojó e Elias Orlando

Alex Nascimento, Felipe Guimarães e Roubert de Souza

Alex Nascimento, Felipe Guimarães e Roubert de Souza

Margyon, a vítima

Margyon, a vítima

Na madrugada da última quinta-feira, o adolescente infrator Felipe Guimarães Silva (17) o Papel, foi retirado arrancado debaixo da cama do quarto da mãe dele, a dona de casa Maria José, no Residencial Sítio Natureza, na estrada de Ribamar, por um grupo de seis homens e executado friamente com  mais de 20 tiros de balas de armas de vários calibres.

Horas, antes, suspeita-se que  o mesmo grupo, que usava um Corsa Classic, teria executado, nas mesmas circunstâncias, um homem desconhecido no povoado Tajaçuaba, na área  do Santa Bárbara.

A morte de Felipe Guimarães remete ao dia 11 de outubro de 2011, quando empresário Marggion Lanyere Ferreira Andrade, 45 anos, foi assassinado com requintes de perversidade no Araçagy, com pancadas de pá e um tiro na nuca.

Quatro pessoas foram presas acusadas de participação no crime:  O caseiro Robert Sousa dos Santos, 19 anos; o ex-presidiário Alex Nascimento dos Santos, de 23 anos, ambos executores do homicídio; além de Felipe, à época com 15 anos. Ele foi  apreendido e liberado pela Justiça.

A polícia prendeu, também, o corretor de imóveis Elias Orlando Nunes Filho, de 43 anos, e o ex-vereador de Paço do Lumiar, Edson Arouche Júnior, o ‘Júnior do Mojó’. O ex-parlamentar foi preso em São Paulo pela Polícia Federal. Outro suspeito de mandar matar o empresário Marggion Andrade, o corretor de imóveis Elias Orlando, de 59 anos, que estava com prisão preventiva decretada, se apresentou à polícia acompanhado de um advogado.

Elias Orlando e Júnior do Mojó foram indiciados por falsidade ideológica, homicídio qualificado, ocultação de cadáver e estelionato.

Entenda o Caso

O empresário Marggion Andrade que foi assassinado no dia 11 de outubro do ano passado em terreno no Araçagi por denunciar o esquema de venda ilegal de lotes, após descobrir que um terreno seu no bairro teria sido vendido três vezes. Junto ao ex-vereador Júnior do Mojó, o corretor Elias Orlando Nunes Filho também é considerado o outro mandante do crime. Ele chegou a ser preso por determinação da Vara Criminal de São José de Ribamar três dias após o crime, mas foi solto, em menos de 24 horas, por um habeas corpus concedido pela desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Maria dos Remédios Buna, que julgou os indícios de seu envolvimento no crime como “suposições”. Segundo a polícia, o corretor já responde a processos por crimes de estelionato na capital, datados de 1981, 1994, e 2000. Após o habeas corpus, Elias havia fugido.

Mojó e Elias contrataram o caseiro Roubert Sousa dos Santos, o “Louro”, 19, o ex-presidiário Alex Nascimento de Sousa, 23, e o menor Felipe Guimarães para matar Marggion, dono do terreno que Mojó e Elias estariam oferecendo ilegalmente a vários compradores.

O empresário Marggion levou um tiro de revólver na nuca, quando chegava com o almoço de Roubert Sousa dos Santos, o Louro, contratado para vigiar o seu terreno, localizado à Rua Bonanza, no Araçagi. Enquanto o caseiro distraía a vítima, Alex de Sousa se aproximou pelas costas do empresário e o alvejou. A dupla contou com ajuda do menor, que vigiava o local. No terreno, os criminosos já haviam preparado a cova, na qual o corpo foi encontrado na manhã do dia seguinte.

Elias Orlando Filho e o ex-vereador Júnior do Mojó passaram a ser investigados pela polícia durante a prisão de três pessoas contratadas para matar o empresário, que haviam comprado um terreno.

Elias, Mojó e os outros dois continuam presos. Com a morte do menor, que  confessou toda a trama, suspeita-se que possa está havendo o chamado processo de queima de arquivo em torno do crime. A polícia tem que investigar essa e outras hipóteses.

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