O juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Fernando Mendonça, denunciou em sua página no Facebook que o traficante e fornecedor de armas Márcio de Jesus Mendes, o Márcio Patrão, que seria líder da facção criminosa Primeiro Comando do Maranhão (PCM), fugiu ontem do Hospital Municipal Clementino Moura, o Socorrão II, com suporte do advogado contratado para defendê-lo. A fuga ocorreu após Márcio ter se submetido a um procedimento cirúrgico.
Em postagem feita na rede social às 19h03 desta quarta-feira, Fernando Mendonça fez a seguinte revelação: “Chefe do PCM foge do Socorrão II com suporte de advogado às 16h30 de hoje”, logo repercutida por dezenas de internautas.
Em post seguinte, o juiz narrou como se deu a fuga. Segundo ele, Márcio, que foi baleado no último dia 23, no Bairro de Fátima – ocasião em que sua companheira, grávida, também foi atingida e morreu -, prestaria depoimento ontem à Polícia Civil. À tarde, agentes foram buscá-lo no Socorrão II para que fosse ouvido, mas o cirurgião que cuidava dele alegou que o paciente acabara de fazer uma laparotomia (procedimento cirúrgico que envolve uma incisão na parede abdominal para atingir a cavidade abdominal) e que só poderia ir hoje.
Enquanto a questão era resolvida, com acompanhamento do advogado, Márcio evadiu-se pela porta usada por pacientes que recebem alta.
Ainda de acordo com o magistrado, Márcio Patrão havia sido transferido do Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, onde fora internado inicialmente, para o Socorrão II, sob o argumento de que seria removido sob escolta policial.
Fernando Mendonça conta também que o policial que supostamente seria responsável pela escolta nem sabia do procedimento. “Nós que o comunicamos”, ressaltou.
Prisão domiciliar
A cronologia dos fatos registrados desde a prisão de Márcio traz alguns pontos que precisam ser esclarecidos. No dia 25 deste mês, a delegada Edeildes Pereira, que chefiava o Plantão Central da Beira-mar na noite em que o fugitivo foi baleado, determinou que ele ficasse custodiado no hospital e depois seguisse para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Mas, segundo Fernando Mendonça, no dia 25, o juiz da unidade jurisdicional do Tribunal do Júri determinou que a prisão preventiva fosse convertida em prisão domiciliar.
Ontem, agentes da Polícia Civil foram buscar Márcio para depor, mas o cirurgião alegou que ele havia realizado uma laparotomia e que poderia ir nesta quinta-feira. Enquanto a questão era resolvida, com suporte do advogado que o defendia, o paciente evadiu-se pela porta de acesso aos pacientes que recebem alta médica.