Alumar vai botar 650 funcionários no olho da rua

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O Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís (Sindmetal) informou, nesta segunda-feira (30), que o Consórcio de Alumínios do Maranhão (Alumar/Alcoa) anunciou o desligamento temporário da Linha 1 da Sala de Cubas em São Luís, eliminando a produção de alumínio primário, alegando falta de competitividade, com a consequente demissão de 650 trabalhadores do quadro. Com a decisão, a empresa passa a ampliar a produção de alumina na Refinaria e a operação portuária.

Em nota divulgada à imprensa, a Alcoa confirmou que suspenderá a produção remanescente de 74 mil toneladas métricas de alumínio da Alumar, em São Luís. E que a decisão está alinhada com o recente anúncio da companhia de avaliar possíveis reduções, fechamentos ou vendas em sua capacidade de produtos primários para otimizar ainda mais o portfólio de commodities. Ainda segundo a empresa, a expectativa é de que este ajuste seja concluído até 15 de abril próximo.

“Continuamos a tomar medidas decisivas para criar um negócio competitivo em nível global baseados em uma revisão da nossa capacidade nos negócios de produtos primários”, declarou Bob Wilt, presidente Global do Grupo de Produtos Primários da Alcoa. “São decisões difíceis, mas necessárias, para apoiar a estratégia da Alcoa de reduzir a base de custos dos nossos negócios de commodities.”

No entanto, a Alcoa não cita demissões. Segundo a assessoria de imprensa da empresa informa que haverá uma reunião para discutir o assunto.

Veja o anúncio da Alcoa na íntegra.

O presidente do Sindmetal, José Maria Araújo, afirma que a notícia é péssima, com muitos efeitos negativos e afeta trabalhadores diretos e indiretos, além de outras empresas que dependem do produto, refletindo como efeito dominó na cadeia produtiva. “A Alumar a cada dia causa mais decepção aos trabalhadores, indo contra tudo o que afirma”, avalia.

Segundo ele, a empresa divulga os melhores resultados, premiações e pesquisas, como o lucro líquido de U$ 432 milhões de dólares no último trimestre de 2014, que dependem a participação do trabalhador.

Segundo Araújo, a prioridade nesse momento é lutar pela garantia de emprego, melhores salários e benefícios até mesmo para aqueles que vierem a ser demitidos, retroativos à data-base (1° de março). Uma reunião está agendada para esta quarta-feira (1º), entre o Sindmetal e representantes da empresa, para discutir o assunto.

Demissões no ano passado

No ano passado, no dia 28 de março, a Alumar anunciou a demissão de 500 trabalhadores, alegando altos custos no preço da energia e outros gastos. Com a atuação do sindicato frente ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça do Trabalho, as demissões foram reduzidas para 333 empregados, com garantia de salário extra ao pago na rescisão e prioridade em caso de reabertura da linha de produção.

* Com informações do Sindmetal e da Alcoa.

Em nota divulgada à imprensa, o governo do Maranhão lamenta o anúncio feito pela Alumar nesta segunda-feira. Veja, abaixo, a nota na íntegra:

NOTA OFICIAL

O Governo do Maranhão lamenta o anúncio feito pela Alumar de que desativará a terceira linha de produção de alumínio no Estado, com a consequente redução de 650 postos de trabalho;
Em 2014, a Alumar reduziu sua capacidade de produção em duas oportunidades, nos meses de maio e outubro;
Portanto, a decisão, sob a justificativa de reduzir custos e da falta de competitividade do preço de alumínio no mercado, reitera a lamentável política adotada pela empresa nos últimos anos, quando dois terços das linhas de produção no Maranhão foram desativadas;
Ainda este ano, o governador Flávio Dino, o vice-governador Carlos Brandão e o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, realizaram audiências com a direção da empresa, para discutir as perspectivas de investimentos no Estado. Em nenhum momento, os dirigentes da multinacional informaram ao governo sobre a intenção de adotarem a drástica decisão, que fere os interesses do Estado e da nossa população;
O governador Flávio Dino determinou aos secretários Simplício Araújo (Indústria e Comércio) e Julião Amin (Trabalho e Economia Solidária) imediata interlocução junto à empresa, visando assegurar responsabilidade social e alternativas para minimizar os danos causados

 

 

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