BERNARDO ITRI
LEANDRO COLON
ENVIADOS ESPECIAIS A ZURIQUE
O ex-presidente da CBF José Maria Marin quer pedir à Justiça suíça para ficar em prisão domiciliar durante o processo de extradição aos EUA, que pode durar seis meses.
O pedido deve ser feito por um advogado suíço, indicado pela Conmebol para auxiliar o cartola, preso em Zurique desde quarta-feira (27) em operação que deteve mais seis dirigentes da Fifa, todos acusados de corrupção pelas autoridades americanas.
Dois argumentos devem usados por Marin perante a Justiça da Suíça: sua idade, 83 anos, e possíveis problemas de saúde que a prisão pode acarretar a ele. Marin está numa cela individual em presídio na região de Zurique.
Segundo o secretário-executivo da Conmebol, José Luis Meiszner, esse advogado suíço –o nome é mantido sob sigilo– é a única pessoa com acesso direto ao ex-presidente da CBF. Nem a mulher do cartola, Neusa Marin, que estava em Zurique na hora da prisão, teve autorização para conversar com o marido.
Segundo Meiszner, o contato entre Marin e o advogado tem sido feito por meio de um vidro que os separa. Alegando segurança, as autoridades não divulgam o local.
A Suíça já pediu às autoridades americanas para formalizar os pedidos de extradição. Segundo o Departamento de Justiça suíça, a partir de agora, está valendo prazo de 40 dias para os Estados Unidos enviarem o pedido.
Os sete continuarão presos à espera do requerimento americano sobre extradição. De acordo com a Suíça, o ex-presidente da CBF só poderá apelar de uma eventual decisão pela transferência depois de o governo local tomar essa decisão –período em que também ficará detido. Se o governo suíço negar a extradição, eles serão liberados.
As autoridades suíças informaram ainda que todos os sete detidos se recusaram a serem transferidos imediatamente para os Estados Unidos –na quarta, a informação era que um deles teria aceitado a proposta, mas o nome não fora revelado. Ou seja, o cartola brasileiro rejeitou a possibilidade de seguir para território americano.
A prisão domiciliar tem precedentes recentes notórios na Suíça. O cineasta francês Roman Polanski passou dez meses nesse tipo de custódia, com tornozeleira eletrônica, entre 2009 e 2010, à espera de uma decisão.