PMs detonaram 30 tiros contra veículo das duas irmãs no caso de Balsas

Karina Brito morreu atingida por um dos 30 tiros que atingiram o veículo, no qual estava com sua irmã     

 

Trinta tiros teriam alvejado o veículo em que estavam as irmãs Karina e Kamila Brito Ferreira. Foi o que mostrou o laudo preliminar feito no automóvel das jovens, que foram confundidas com criminosos durante uma perseguição policial na cidade de Balsas (distante aproximadamente 800 km de São Luís) na semana passada. Na ação, Karina Brito morreu e Kamila foi alvejada com um tiro no braço.

Na tarde de ontem, O Estado conversou com o perito criminal que veio do Instituto de Criminalística (Icrim) da cidade de Imperatriz e fez a perícia no automóvel em que estavam as duas jovens. O laudo conclusivo deve ficar pronto nos próximos dias.

Resultados

Conforme mostram os resultados do laudo pericial, foram cerca de 30 tiros que atingiram o veículo, na madrugada do dia 15 deste mês. A maioria dos tiros atingiu a traseira e também partes da lateral do veículo. A situação comprova que elas estavam fugindo e os policiais vinham logo atrás quando começaram os disparos.

Além disso, o laudo pericial também mostrou que a maioria dos tiros foi dada contra o passageiro do veículo. Por essa razão, Karina Brito, que estava no banco do carona, foi alvejada e morta, enquanto Kamila, que estava conduzindo o carro, foi atingida com um tiro no braço.

A perícia não encontrou marcas de tiros nos pneus do veículo. Por outro lado, durante as análises periciais, foi constatado que o pneu dianteiro direito estava danificado, fato esse provavelmente ocasionado quando Kamila Brito, que estava na direção, perdeu o controle e colidiu.

Outra informação que também consta no laudo é sobre o tipo de arma usada pelos policiais durante a operação. De acordo com as marcas de tiros presentes no carro, as balas saíram de pelos menos três armas de fogo diferentes.

Todas as armas usadas pelos policiais na operação foram recolhidas e catalogadas na Delegacia Regional de Balsas e foram levadas para o quartel do Comando Geral da Polícia Militar (PM), no bairro Calhau, em São Luís, de onde seguiriam para o Icrim, no Campus do Bacanga da UFMA, para serem periciadas. No entanto, até a tarde de ontem essas armas ainda não haviam chegado ao instituto.

Investigações

Todos os laudos, assim que concluídos, serão juntados ao inquérito policial, que tem um prazo de 30 dias para ser finalizado. A Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) está à frente das investigações.

Todos os trabalhos têm o objetivo de identificar de quais armas partiram os tiros que acertaram as jovens e, principalmente, quais eram os policiais que estavam com elas. Após a conclusão do inquérito, ele será remetido à Justiça, e assim será determinada a punição adequada para os responsáveis pelo delito.

 

.Vítimas voltavam de um velório quando foram perseguidas

No dia 15 deste mês, Kamila e Karina Brito estavam vindo de um velório e indo para casa quando foram confundidas com criminosos e então iniciou-se a perseguição policial. Kamila foi atingida no braço com um tiro enquanto que a sua irmã, Karina, morreu baleada dentro do automóvel.

A versão da Secretaria de Segurança Pública (SSP) é a de que as duas teriam furado uma barreira policial feita por viaturas caracterizadas e por isso foram perseguidas. Já Kamila Brito afirma que em nenhum momento furou essa barreira e, durante todo o tempo, foi perseguida por carros sem qualquer tipo de identificação da polícia.

Alguns dos policiais envolvidos na operação já estão de volta à atividade, dentro do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), sediado em Balsas, no entanto, desenvolvendo funções administrativas no interior da unidade.

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