Embaixador da Grécia desapareceu no Rio há três dias e pode ter sido sequestrado ou assassinado

O embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59, está desaparecido há quase três dias no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (29) pela Polícia Civil.

Agentes do Setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) procuram pelo embaixador, que teria sido visto pela última vez na noite da última segunda (26), na casa de familiares de sua mulher em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Naquela noite, ele deixou a residência e não voltou mais.

O delegado Evaristo Pontes, porém, afirma que não acredita que o embaixador tenha sido sequestrado. “A investigação segue algumas linhas, mas não trabalhamos com essa. Se fosse isso, os sequestradores já teriam feito contato”, afirmou Pontes, que afirmou não dar mais informações para não atrapalhar as investigações.

Funcionários do Consulado da Grécia no Rio não deram informações sobre o paradeiro de Amiridis. A Embaixada da Grécia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Apesar disso, dois funcionários da embaixada grega em Brasília, que pediram para não ter seus nomes publicados, informaram à Folha que a embaixada já acionou a polícia, o Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Grécia em busca de informações sobre o paradeiro do embaixador, que oficialmente está de férias até o próximo dia 9, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília.

Um dos funcionários informou que manteve contato com o embaixador pela última vez por um aplicativo de mensagens na última segunda-feira (26). Porém, ponderou o funcionário, não é possível saber se a pessoa que respondeu à mensagem era mesmo o embaixador, pois não houve contato visual ou telefônico.

Os funcionários ainda trabalham com a hipótese de um mal entendido. “Ele pode estar apenas fora de contato”, disse um dos funcionários. Eles disseram que estão “aguardando as autoridades brasileiras”. “Além do que está na imprensa, não temos mais informações.”

A mulher do embaixador, Françoise Amiridis, que é brasileira, prestou depoimento nesta quinta e contou que o marido deixou sozinho a casa em que eles estavam por volta das 20h de segunda (26). Ele estava dirigindo o carro alugado pelo casal para sua estadia no Rio. Outras testemunhas ouvidas pela polícia também viram o embaixador dirigindo o veículo para deixar Nova Iguaçu.

Quarta (28), Françoise comunicou à PF (Polícia Federal) o desaparecimento de seu marido. A PF avaliou que o sumiço não tinha qualquer relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à DHBF, que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.

Agentes estão pesquisando imagens de câmeras de segurança dos arredores da residência em que estava o embaixados e reconstituindo seus trajetos mais frequentes pelo município.

Amiridis é um apaixonado pelo Rio e já foi cônsul na cidade de 2001 até 2004. Em janeiro deste ano, ele assumiu o posto em Brasília. Nas suas folgas, ele costuma passar alguns dias no Rio. Um dos funcionários da embaixada grega em Brasília confirmou que a mulher de Amiridis tem residência no Rio de Janeiro.

O embaixador é formado em direito pela Universidade de Aristóteles em Tessalônica, na Grécia. A sua carreira diplomática começou em 1985. Antes de assumir o posto em Brasília, ele foi embaixador da Grécia na Líbia por quatro anos a partir de 2012.

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