Nelma Sarney experimentou o gosto amargo de duas derrotas seguidas

  Nas últimas décadas, apenas dois desembargadores deixaram de ser beneficiados por um acordo de cavalheiros até então existente no Tribunal de Justiça do Maranhão, que propiciava àquele que estivesse no exercício do cargo de corregedor-geral ser alçado à presidência da Corte.

Stélio Muniz foi corregedor no biênio (2004/2005) mas não conseguiu se eleger presidente.  Eram freqüentes seus atritos com os colegas. Em 2007, chegou a enviar um dossiê ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), denunciando colegas por suposto recebimentos de diárias ilegais. Mergulhou no ostracismo e, ao completar 70 anos, recolheu-se ao pijama da aposentadoria.

Já a desembargadora Nelma Sarney foi humilhada pela rejeição dos colegas  duas vezes seguidas. Na eleição de 2017, topou bater chapa com o atual presidente, José Joaquim Figueiredo dos Anjos e saiu derrotada por  16×10. Na época, estava deixando a Corregedoria Geral.

A eleição foi politizada pela imprensa local. Logo houve quem visse o dedo do governador Flávio Dino na derrota de Nelma Sarney. O que o blogue apurou,foi que a maioria dos colegas de Nelma não aprovava o seu jeito de administrar, sempre se sobressaindo pela arrogância e desprezo pelos que não rezavam pela sua cartilha.

Também foi apurado que o ex-presidente José Sarney, cunhado da desembargadora, teria procurado um amigo desembargador, para saber quais seriam as chances dela vencer a disputa. A resposta teria sido a seguinte:

-Presidente, o que está atrapalhando não é o sobrenome Sarney. O entrave é  a própria Nelma-.

Na disputa desta quarta-feira, criou-se a ilusão de que ela poderia sair vencedora, depois daquele famoso e polêmico encontro entre o ex-presidente José Sarney e o governador Flávio Dino. A vitória do desembargador Lourival Serejo foi apertada. 16×14, mas derrota é derrota por mil ou por apenas um voto.

O drama da desembargadora Nelma Sarney é o seu próprio estilo. O jeito do “quero, mando e posso”, que a deixou com remotíssimas chances de vir a presidir o Tribunal de Justiça do Maranhão. Ela talvez tenha sido a única a experimentar, por duas vezes seguidas o gosto amargo da derrota.

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