Recados para ela

Ei, morena, muito bom dia! Vamos acordar cedo, cidadã, que hoje a maré não tá pra peixe. A campanha eleitoral começa a esquentar e muito por estas bandas. Sei que está na maior tranquilidade aí, ao lado do Criador e muito bem protegida pelos anjos, mas aqui no andar de baixo a situação tá periclitante, como dizia minha avó Chiquita.

Na realidade, morena, desde que me entendo, nunca vi ninguém dizer que a situação estava boa. Mas agora piorou. O arroz nosso de casa dia está com o preço nas alturas, assim como a carne, o peixe o feijão e praticamente todos os produtos alimentícios. Lembro de um samba da Beth Carvalho, dos anos 1970, em que ela dizia que depois que inventaram o tal cruzeiro, ela ia no armazém do Seu Manoel, comprava um quilo de feijão e deixava um saco de dinheiro.

Tá parecido com os tempos atuais. Olha que aqui no AP somos apenas três pessoas. Eu, a Elineusa e a Lívia e sentimos a porrada do aumento dos preços. Tava conversando com o desembargador José Bernardo na sexta-feira, em seu gabinete e lembramos que lá em casa, no Apeadouro eram 10 filhos e o casal Nhô e Ana Amélia.  Discutimos sobre qual o milagre desses dois cidadãos sustentarem essa imensa família. Nhô era um simples funcionário da Receita Federal e Ana Amélia, mulher muito prendada, ajudava no orçamento dando aulas de corte e costura, culinária, datilografia e artesanato. Dois heróis. Todo mundo estudou e seguiu seu rumo.

Bem, vamos agora à parte política desta semana.

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O caldo engrossou por aqui. O senador Weverton Rocha, presidente estadual do PDT, praticamente anunciou o rompimento com o governador Flávio Dino, de acordo com os analistas políticos de plantão. E eles são muitos.

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Foi no sentido figurado, mas neguinho acha que suas palavras estão no rumo oposto ao do governador. Essa história aconteceu na convenção do PSC, em Colinas, que selou a candidatura do médico Antônio Carlos, como candidato a prefeito.

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Disse o senador, que Antônio Carlos (que já foi prefeito), vencerá a eleição e que se o governo estadual lhe negar apoio ele irá arrombar a porta do Palácio.

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Ocorre que Colinas é a terra do vice-governador Carlos Brandão, e do deputado federal Márcio Jerry. Lá, a prefeita é do grupo do Brandão e o vice é irmão do Jerry. Já deu para entender, né não?

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Some-se a isso, o fato de que em São Luís, o grupo Sarney está dando apoio ao deputado Neto Evangelista, candidato apoiado por Weverton.

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Na minha sincera opinião, isso são coisas que jamais me surpreenderão, porque a política tem a sua dinâmica e todos que estão nelas querem sempre subir de degraus.

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O governador Flávio Dino, por exemplo, sonha noite e dia em ser presidente da República. Na última pesquisa, chegou a 4%, mesmo percentual do Ciro Gomes, que está quase se aposentando como candidato ao cargo.

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Ah, Bibi, o procurador geral da República, o Augusto Aras, botou uma pá de cal naquela antiga história dos ex-governadores que ainda estão sendo beneficiados com aposentadoria, ou dependentes com pensão vitalícia.

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Ele encaminhou ao STF, uma ação acabando com esta farra em todo País. O STF já havia decidido cortar essa regalia em vários Estados, inclusive no Maranhão. Ele arguiu a inconstitucionalidade dessa prática e a festa vai acabar para ex-governantes do Acre, Santa Catarina, Amazonas, Minas Gerais, Rondônia e Paraíba.

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Além dos governadores propriamente dito, o vice, quando assumiam por qualquer período, também garantiam seu lugar nesse Panteon da molecagem com o dinheiro público. Aqui no Maranhão há a história de um vice que passou apenas 3 dias no comando do Estado e foi beneficiado com a sinecura.

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A medida atingiu, no Maranhão, da viúva de Antônio Dino, até a última governante, a Roseana Sarney. O próprio José Sarney foi atingido. Dino era seu vice e assumiu em 1969, quando Sarney saiu para o Senado.

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Ia esquecendo de te falar. Iniciei dizendo que a campanha começou a esquentar e não te relatei alguns detalhes. Lá em Cantanhede, por exemplo, o ex-prefeito Kabão está apanhando mais do que cachorro quando invade festa.

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Há um grupo na blogosfera que lhe dá porrada diariamente. Tão dizendo agora que ele é ficha-suja, que está na lista do TCE e por aí vai. Ele está na lista mesmo, mas só quem pode lhe sepultar a candidatura é a Justiça Eleitoral.  Ela ainda não se manifestou.

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Outro que também vem levando pancada a torto e a direito é o ex-prefeito de Bacabeira, o Venancinho. Só que, no caso dele, a situação ainda é mais delicada. No site do TSE, ele surge como se não tivesse título eleitoral. Nesse caso, não há como ser votado e nem ele pode votar.

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Lá em Tuntum, um clima de calmaria nos últimos dias, entre os grupos do prefeito Tema e do deputado Fernando Pessoa. Lá a campanha começou em temperatura máxima.

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Tudo nas redes sociais. Criaram até pistoleiros para o Cleomar Tema. Não pegou porque todo mundo sabe que o prefeito tuntuense é da linha do diálogo, um dos políticos mais conciliadores que se conhece por estas bandas.

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Bem aqui em São José de Ribamar, uma disputa muito acirrada, entre o ex-prefeito Julinho e o atual vice-prefeito, Eudes Sampaio, que, por sua vez, tem o apoio do ex-prefeito Luís Fernando. Como se fosse o clássico Moto e Sampaio.

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Lá em Barra do Corde, pelo visto, o deputado Rigo Teles deverá ganhar de goleado do candidato apoiado pelo prefeito Erick Costa. É aguardar para conferir depois da apuração eletrônica, já que não temos mais urnas a serem abertas.

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Olha, morena, mulher não é sexo frágil, como muita gente imagina. É forte e mostra competência. Aqui no Condomínio Mali, onde moro, por exemplo, quem está arrumando a casa são duas mulheres.

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Falo da síndica, a Marinalva Dias e a supervisora Michele Ferreira. As duas estão corrigindo erros grosseiros de administrações passadas, como forma de estabelecer tranquilidade aos condôminos.

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Com essa, vou ficando por aqui, garantindo retorno na próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque sempre foi bacana com o teu pimpolho aqui.

Beijão desse filhote que jamais deixará de te amar

Djalma

N.E- Bibi é Benedita Rodrigues, mãe do editor. Ela faleceu em São Luís aos 28 anos de idade, no dia 28 de dezembro de 1965.

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