Senador do PSD é acusado de haver estuprado jovem de 22 anos

 

Uma modelo de 22 anos registrou, na madrugada de hoje, em boletim de ocorrência, ter sido estuprada pelo senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO) em hotel no Itaim Bibi, bairro nobre da capital paulista. Em nota, o parlamentar, que é filho da senadora Kátia Abreu (PP-TO), alega “total e plena inocência”.

O caso, ocorrido ontem, foi registrado no 14º DP (Distrito Policial), em Pinheiros, e agora é investigado pela Polícia Civil. Em resposta à acusação, o senador afirmou que lamenta “ter sido envolvido nesse enredo calunioso e difamatório que busca manchar o meu nome em função da visibilidade momentânea da função que ocupo”.

De acordo com o relato de policiais militares que atenderam a ocorrência, amigos da modelo ligaram para o 190. Relataram que a jovem conheceu o parlamentar durante um almoço em um restaurante no Jóquei Clube e, à noite, seguiram para uma casa de show onde consumiram álcool.

Durante a noite, a jovem perdeu a consciência e acordou em um flat. Segundo seus amigos, ela acordou durante o ato sexual forçado e ouviu Irajá Silvestre Filho dizendo: “Você é minha” e “Estou apaixonado”.

Segundo a Polícia Civil, a modelo acrescentou que não pôde resistir ao ato forçado porque temia por sua segurança, já que não conhecia o acusado, “mas insistentemente pedia para ir ao banheiro e tomar água, sem sucesso”.

Na sequência, a mulher conseguiu sair da cama, se trancou no banheiro e conseguiu telefonar para amigos, que chamaram a Polícia Militar.

“Com a chegada da sua amiga, [a vítima] saiu do banheiro porque sentiu-se mais segura e, com ódio, foi para cima do investigado chutando-o e esmurrando-o”, diz a Polícia Civil.

A modelo relatou à polícia que saiu do quarto com sua amiga e foi para a recepção do hotel. Quando a PM chegou, os policiais se dirigiram ao apartamento para tentar localizar o senador, que já tinha ido embora.

Em nota, o parlamentar afirma: “Ressalto que compareci espontaneamente à delegacia responsável pela apuração dos fatos e pedi para ser submetido, voluntariamente, a exame de corpo de delito e toxicológico, tudo para desmistificar o quanto aleivosamente alegado”.

Na delegacia, a jovem reconheceu o senador por uma fotografia publicada na internet. A polícia determinou aos policiais a preservação da suíte para exame pericial e “encaminhou a vítima para exames de conjunção carnal e outros atos libidinosos, assim como exame toxicológico”.

A polícia requereu imagens de câmeras de segurança do hotel para tentar esclarecer os fatos.

O senador é filho de Kátia Abreu, que está internada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com covid-19. O UOL procurou a senadora para uma manifestação por meio de sua assessoria e aguarda retorno.

Nas notas enviadas à imprensa, o senador e a defesa não citam em momento algum a palavra “estupro”. Silvestre Filho afirma não ter cometido “ilícito algum” e chama o caso de farsa, além de se referir a ele como “episódio infame, maldoso e traiçoeiro”.

O advogado criminalista Daniel Leon Bialski, que defende o senador, diz que Silvestre Filho “jamais praticou tal ato e repudia a acusação”.

A defesa solicitou imagens de câmeras de segurança da casa noturna, de trânsito e do flat. “Confiamos, como sempre, plenamente na Justiça”, afirma a nota. “O senador Irajá aguardará com serenidade a conclusão das investigações e a comprovação da sua plena inocência.”

Leia a seguir a íntegra da nota divulgada pelo senador:

“Foi com surpresa, decepção, tristeza e indignação que tomei conhecimento do episódio infame, maldoso e traiçoeiro envolvendo a minha vida e minha dignidade.

Eu sempre pautei minha vida profissional, pública e pessoal pela ética, respeito e retidão, sendo inimaginável ser acusado de algo dessa natureza.

O fato é que, como principal interessado na revelação ampla e total de toda essa farsa, solicitei que meu advogado, Daniel Bialski, reforçasse às autoridades responsáveis pela investigação do caso que requisitassem a realização de exame de corpo delito na acusadora para comprovar a verdade.

Ressalto que compareci espontaneamente à delegacia responsável pela apuração dos fatos e pedi para ser submetido, voluntariamente, a exame de corpo de delito e toxicológico, tudo para desmistificar o quanto aleivosamente alegado.

As filmagens, demais provas e testemunhas hão de repor a verdade no seu devido lugar e vir a declarar minha total e plena inocência.

Confio na polícia e na Justiça e sei que ficará provado que jamais houve nada que possa tangenciar qualquer comportamento inapropriado de minha parte.

Lamento muito ter sido envolvido nesse enredo calunioso e difamatório que busca manchar o meu nome em função da visibilidade momentânea da função que ocupo.

Reitero que aguardarei a conclusão das investigações antes de fazer qualquer nova manifestação. Não pretendo ser atirado para essa arena sórdida. A verdade aparecerá e eu a aguardarei com serenidade.

Declaro e reitero que não cometi ilícito algum e estou à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários

Senador Irajá”.

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