DEZ DIAS DE 2021.

(*) João Melo e Sousa Bentivi (**)

E 2021 iniciou de maneira frenética. Trump sai e Kamala entra, digo isso porque Biden é um ser inexistente, ou fim de carreira, tanto que o seu nome não rima com o futuro, mas nada muda, os democratas americanos, de hoje, não guardam nenhuma semelhança com os Kennedys, por exemplo, na realidade são psolistas americanos, mais ranzinzas e venenosos que os do Brasil (o que é pior pode piorar). A história de América first acabou, agora o first é a China. O mundo ainda vai chorar.

Pelo Brasil, em alguns aspectos, eu preferia continuar em 2019, com o meu Mengão trucidando todos e ganhando tudo. Desconfio que a urucubaca de 20 entrou com força no 21. Um pesadelo!

Na política nacional tudo tende a piorar para a seriedade, iniciando com quatro ministros do STF que resolveram não gozar férias. Isso é certeza de cagadas e interferências no governo e o presidente Bolsonaro tem a chance de continuar sendo uma perfeita alegoria.

Sim, alegoria, porque de fato a executivo brasileiro não governa,  em plenitude, melhor dizendo, não lhe deixam governar e a oportunidade de o presidente Bolsonaro realmente governar foi perdida, exatamente naquele dia em que obedeceu a um ordenamento espúrio e não manteve a nomeação do dirigente da PF.

Foi a senha que os Toffolis e Alexandres queriam. Resta uma só saída: ou o presidente peita o STF, ou estará se candidatando a ser o Trump brasileiro, em 2022.

Aqui, pelo Maranhão, como em todo Brasil, a novidade foram as posses dos comandos municipais, São Luís em destaque, por sua importância e, muito mais, porque por seu peso específico, a capital é pedra angular na sucessão de 2022.

Com muito prazer estive na campanha vitoriosa do prefeito Braide, contribuindo da melhor maneira e ele, o prefeito, mais que qualquer outra pessoa, sabe das minhas motivações em apoiá-lo, inclusive já tinha feito isso na eleição anterior. Disse-lhe textualmente: meu voto é do convencimento, acho você o melhor candidato. Creio, deveras, que acertei.

Não seria, jamais, um calhorda para, oportunisticamente, fazer elogios ao prefeito que entra e críticas para quele que se foi. A minha análise é política, conceitual, quase impessoal e avessa aos interesses subalternos, mas os dez dias do prefeito Braide mostram uma mudança de postura interessante.

Primeiro. Todo governo tem composições, mas reconheço que as escolhas do prefeito, ainda que correspondam a acordos políticos (e isso é da regra), foi de sua absoluta vontade e discernimento. Esse secretariado tem a sua cara e carrega o seu DNA.

Segundo. Está posta uma meta de performance: 100 dias. Ou seja, a equipe sabe que esse prefeito cobrará resultados e isso pode redundar em eficiência administrativa. Definitivamente não teremos secretários anônimos, pois o pior de todos os gestores é aquele que a população não toma conhecimento de sua presença.

Terceiro. Parece que a conta de luz municipal, de água e cafezinho. está muito e muito mais cara. A informação que tenho é que as reuniões de trabalho adentram a madrugada e, somente isso, já mostra que está se formando uma equipe. Na administração, como no futebol, equipe tem que ter técnico, muito treino, suor e repetição. A resultante é a favor da coletividade.

Quarto. O prefeito deve ter aprendido com aquele adágio popular que afirma “quem engorda o burro é o olho do dono”. Traduzindo: quem faz uma administração eficiente é o olho do gestor, no caso o olho do prefeito. Ele já deve ter recebido centenas de relatórios, mas nenhum relatório pode prescindir da avaliação in loco, na afirmação de um saudoso personagem da TV, “cara/crachá”. Um detalhe não pode ser olvidado, esse comportamento presencial do prefeito tem jeito de se transformar em uma marca de sua administração. Merece parabéns.

Quinto. São mais de 30 colaboradores, mas um se destaca, a escolha da vice Esmênia, como Secretária de Educação. A história do mundo é vasta sobre a figura dos vices e, pela minha observação, do processo, inclusive a primeira análise jornalística sobre a vice foi de minha lavra, posso asseverar o acerto da escolha.

Mas quando a vice é convidada para uma das secretarias mais importantes do governo, isso é uma interessante sinalização. O prefeito quer a certeza de que essa secretaria será bem gerida, que se trata de alguém firmemente envolvida com o setor e que haverá uma absoluta relação de confiança, mais exponencial que com os outros secretários, todos demissíveis ad nutum.

Mas são somente dez dias, muito pouco tempo em relação a quatro anos vindouros e, como espero ultrapassar muitas décadas ainda, quero ter a alegria de continuar analisando a administração do nosso atual prefeito com esses meus olhos de esperança. Sei, perfeitamente, que ele enfrentará dificuldades, mas sei, também, que as dificuldades forjam os grandes líderes.

Que 2021 seja fértil em realizações para essa nova administração e que uma fada encantada possa trazer de volta o Flamengo de Jorge de Jesus, pois esse de agora tem me feito produzir rios de lágrimas de amargura.

Tenho dito.

(*) Médico otorrinolaringologista, legista, jornalista, advogado, professor universitário, músico, poeta, escritor e doutor em Administração, pela Universidade Fernando Pessoa, Porto, Portugal.

(**) Pode ser reproduzido, sem a anuência do autor, em qualquer      plataforma de comunicação.

(Obs. O texto acima foi publicado pelo seu autor no último sábado, dia 10)

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