SINEPE confirma risco de transmissão da Covid-19 em escolas

Mesmo diante de uma possível decretação de lockdown pelo Governo do Estado nos próximos dias em virtude do grande números de casos de covid-19 em nosso estado, tendo esta ocasionado a ocupação de quase 100% dos leitos de UTI disponíveis em nosso sistema de saúde, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Maranhão emitiu nota na qual se baseia em artigos de revistas e de centros de controle de doenças internacionais para garantir a segurança das escolas, esquecendo de justificar os motivos que levaram mais de 25 escolas a suspenderem as aulas ao constatarem casos de covid em alunos e colaboradores.

O alerta acendeu aos pais e responsáveis por alunos, após o Governador Flávio Dino relatar no início do mês de fevereiro, em coletiva de imprensa, que seria necessário a abertura de novos leitos de UTI’s infantis, visto que diferente da primeira onda da Covid, esta segunda estaria acometendo um grande número de crianças e adolescentes, estando algumas em estado grave e mais de 40 já perdido a vida desde o início da pandemia, conforme destaca o último boletim epidemiológico.

Na nota, o SINEPE destaque que crianças possuem um menor potencial transmissor do vírus em relação aos adultos, como se isso fosse justificativa para continuarem indo para o ambiente escolar. Ora, se na própria nota informa que a transmissão em ambiente escolar ocorre mesmo que em menor escala, e que crianças e professores “não contribuíram significativamente para a transmissão da doença”, o SINEPE acaba desqualificando o próprio protocolo sanitário desenvolvido pelos profissionais contratados pela instituição e que daria segurança ao ensino presencial, pois confirma que o mesmo não é 100% eficiente, podendo sim ocorrer o contágio, e levando a doença para o seio familiar.

Em outro trecho, o SINEPE sustenta que é mais eficaz para a redução da transmissão do novo coronavírus a adoção de home office pelos trabalhadores do que a suspensão das aulas presenciais, o que se torna um contrassenso, pois  assim como as escolas precisam dos seus profissionais nos estabelecimentos de ensino para que as aulas ocorram de forma presencial, a imensa maioria dos outros ramos comerciais também dependem dos seus funcionários, não sendo possível o home office, que está resumido a uma pequena fração dos trabalhadores.

Desde o início do ano letivo mais de 25 escolas já suspenderam aulas em seus estabelecimentos de ensino, tendo várias suspendido por mais de uma vez diante da informação de que membros da comunidade escolar estariam com o vírus, a exemplo da instituição de ensino administrada pelo próprio presidente do SINEPE, o Colégio Literato.

Diferentemente do que tem sustentado o SINEPE, o secretário de saúde do Estado do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, emitiu uma carta (veja íntegra abaixo) com sugestões de medidas urgentes contra o iminente colapso das redes pública e privada de saúde diante do aumento dos casos de Covid-19 no Brasil, na qual elenca entre as medidas, a suspensão imediata das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país.

O presidente da Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do Estado do Maranhão – ASPA/MA – diz ter acompanhado com preocupação o aumento dos casos de covid-19 e espera que o Governo do Estado possa tomar a melhor decisão com base nas orientações do Comitê Científico de Prevenção e Combate ao Coronavírus do Maranhão.

Veja a íntegra da nota do SINEPE no link abaixo:

NOTA_02_03_2021-1

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