Recados para ela

 

Olá, minha preta, muito bom dia! Espero que estas poucas e mal traçadas venham a encontra-la na mais perfeita harmonia aí, ao lado do Criador. Por aqui, cidadã, no andar de baixo, é só confusão. Muito parangolé, principalmente agora, quando um dos principais assuntos em voga é a sucessão do governador Flávio Dino, que quer comandar o cenário e já enfrenta obstáculos. Isso porque o vice-governador Carlos Brandão é o candidato de sua predileção, mas o senador Weverton Rocha quer porque quer ser o próximo governante maranhense. É um direito que o assiste. Ele é político e está no pleno exercício de sua cidadania.

Só que em política, Bibi, o cenário muda como as nuvens. O desenho de agora não é o mesmo daqui a cinco minutos. Tudo parecia tranquilo entre o governador e o senador, mas as rusgas já começaram, através de indiretas entre os dois pelas redes sociais e pelo posicionamento de comunicadores dos dois lados. Vai ser briga de cachorro grande, pode esperar.

A propósito, o governador Flávio Dino se desfiliou do PC do B, partido que o acolheu há 15 anos e anunciou sua filiação no PSB. Diz que seu movimento partidário é por conta de estratégias políticos, e por entender que a sobrevida do PC do B pode nem ocorrer, já que o partido não alcançou cláusula de desempenho e a chamada federação partidária, que estão tentando articular no Congresso, pode não sair do papel.

Quase ninguém acredita nessa história. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse que agendou encontro com o presidente nacional do PDT, o Carlos Lupi, que é unha e carne com o  Weverton Rocha e já disse que o senador será candidato de qualquer maneira ao governo do Maranhão. A taboca vai rachar, como diz o amigo radialista André Martins. Vamos dissecar um pouco essa história.

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Olha Bibi, os amigos por aqui costumam dizer que tenho uma memória excelente. Não sei se é tão boa assim, mas costumo lembrar de coisas remotas e atuais com exatidão. Isso me remete ao dia 23 de outubro de 2018, ano em que o governador Flávio Dino foi reeleito para o cargo.

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No dia 23, à noite, ele reuniu deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores e centenas de lideranças políticas, além dos nobres puxa-sacos, numa casa de eventos no Calhau, para agradecer o apoio que o reconduziu ao cargo logo no primeiro turno.

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Ao encerrar a solenidade, Dino, que estava no meio do então prefeito Edivaldo Holanda Júnior, do seu vice, Carlos Brandão, do senador eleito Weverton Rocha (faltava ser diplomado) e de vários deputados federais e estaduais, soltou essa pérola:

-Sei que muitos dos que estão aqui neste palanque vão querer me substituir no governo do Estado e isso é natural. Mas dou um conselho, no sentido de que não queiram transformar um Fusca no carro de Fórmula 1. Isso é perigoso, por conta da velocidade. O carro pode capotar e ferir seus ocupantes-.

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Como se falasse uma parábola, sua frase deixou muita gente sem entender, enquanto outros direcionavam o argumento para um ou para outros dos companheiros do governador. Algumas pessoas entenderam como se fosse uma indireta a Weverton Rocha. Agora, eles começam a se digladiar.

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E o presidente nacional do PDT, o Carlos Lupi, aquele que foi escorraçado do Ministério do Trabalho, no governo de Lula, por conta de maracutaias em sua administração, anunciou, na sexta-feira, que Weverton será candidato ao governo com ou sem o apoio de Flávio Dino.

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Tá uma guerra danada aqui das vacinas, Bibi. O secretário de Saúde do Município, o Joel Nunes, acusa o governo Flávio Dino de reter mais de 100 mil doses do imunizante do coronavírus que deveriam ser entregues ao município de São Luís..

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O titular da Saúde estadual, o Carlos Lula, desmentiu seu colega, e aí o Joaquim Haickel, da Comunicação municipal afirma que toda a documentação sobre o recebimento das doses comprovam o que a Prefeitura está afirmando. Confusão das boas.

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Ah, morena, a imprensa está se dando conta  de que a CPI criada no Senado para apurar irregularidades no uso das verbas para o combate ao Covid-19, é um verdadeiro fracasso. Primeiro porque escolheram para a relatoria, o senador Renan Calheiros, dono de uma biografia nada confiável.

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O senador alagoano é pai do atual governador de Alagoas, que é acusado de desvio de recursos. Ele também responde a mais de uma dezena de processos no STF e teve de renunciar à presidência do Senado para não perder o mandato.

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Nas oitivas, cidadã, se observa muito que os senadores da oposição direcionam tudo contra o presidente Bolsonaro. O ex-governador do Rio de Janeiro, o Wilson Vitzel, cassado exatamente por desvio de verbas do coronavírus, foi prestar depoimento e acabou fazendo um discurso contra o Bolsonaro. Só faltou ser aplaudido de pé pelos senadores oposicionistas.

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O povo percebeu que a CPI não passa de um palanque eleitoreiro e a audiência que era alta na TV Senado no início dos trabalhos, despencou de vez. O Senado deveria pelo menos escolher componentes mais comprometidos com a verdade e com a seriedade, cidadã. Não sou torcedor do Bolsonaro, mas dá pra perceber que tudo não passa de uma manobra politiqueira.

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Outra situação é com relação às mulheres. Todas que foram depor acabaram sendo humilhadas pelos senadores. A senadora conterrânea Eliziane Gama, que tanto lutou para participar dos trabalhos, nada enxergou que lhe fizesse entrar em defesa das depoentes, perante as agressões verbais sofridas.

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Tô triste com o desempenho do meu Vasco. Será eu vai para a terceira Divisão?  Nunca mais soube o que é uma vitória do cruzmaltino. Estou torcendo fervorosamente pela recuperação, Para que dê a volta por cima.

Bem, minha fofa, com essa o teu pretinho vai ficando por aqui, garantindo retorno na próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque sempre foi bacana com esse teu pimpolho.

Beijão de quem continuará te amando para sempre.

Djalma

N.E. Bibi é Benedita Rodrigues, mãe desse editor. Ela faleceu no dia 8 de dezembro de 1965, aos 28 anos de idade, na Santa Casa de Misericórdia.

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