Jovem fala do lado social nas competições de Queimado na área periférica de São Luís

Recentemente, o PL de autoria do vereador Ribeiro Neto reconhecendo o jogo como modalidade esportiva foi aprovado na CMSL

Ao logo do dia, jovens usaram suas redes sociais para parabenizar os parlamentares ludovicense, com ênfase ao vereador Ribeiro Neto(PMN), autor do Projeto de Lei de nº 048/2022 que, assim como no Distrito Federal, tornou o jogo de Queimado como modalidade esportiva em São Luís.

“Na periferia existe uma liga com 25 times e sempre quando organizamos torneios arrecadamos alimentos não perecíveis e produtos de limpeza para distribuição na própria comunidade. Nós cumprimos um papel social. Precisamos de ajuda e reconhecimento por parte do Poder Público”, disse Furacão, um dos amantes do jogo na capital.

Na realidade, o esporte tem sido uma importante ferramenta utilizada pelo Poder Público e entidades não governamentais como forma de inclusão social. E foi exatamente por comungar desse pensamento que Ribeiro Neto(PMN) apresentou o projeto.

O Queimado, segundo relatos, nasceu na Idade Média, mais precisamente no norte da Europa Meridional, no reino da Papônia. Na época, o rei Papus treinou seus soldados contra a invasão dos Bárbaros por meio de arremesso de bolas de fogo. O treinamento obteve tanto sucesso que passou ser jogo nas festividades.

No mundo inteiro, o jogo recebe inúmeras denominações do tipo: Baleada ou Matada (Paraíba) Baleado(Bahia), Bola Queimada(Paraná), Caçador(Rio Grande do Sul), Carimba ou Cemitério (Ceará), Carimbada(Goiás), Mata-mata ou Mata-Soldado (Santa Catarina), Jogo do Mata(Portugal), Dodgeball ou Prisonball (Estados Unidos).  Em Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro e Sergipe, assim como no Maranhão, o esporte é conhecido como Queimada.

 

“Apesar de não parecer prioridade, principalmente para aquelas pessoas que jamais participaram ou ouviram falar no queimado, pois suas diversões são jogos eletrônicos, o PL serve para que o esporte receba incentivo. Nem todo mundo dispõe de R$5.000, (cinco mil reais), em média, para comprar um Playstation. A maioria da população não tem esse privilégio. Eu tenho certeza que ao apresentar e defender o projeto, cumprir com a função precípua do vereador, que é o de representar os interesses da população. Assim como asfalto, segurança, saúde e educação são importantes, o esporte também merece atenção, principalmente quando beneficia os menos favorecidos”, afirmou Ribeiro Neto.

Embora em muitos estados o queimado já seja considerado uma modalidade esportiva, ainda não se tem notícias de competições oficiais no Brasil. Na capital maranhense, sempre teve muita aceitação nas escolas públicas e nos bairros periféricos, e consegue atrair um vasto e diferenciado publico do sexo masculino, feminino e comunidade GLBTQIA+.

“O queimado é um esporte praticado dentro das periferias e que recepciona a maioria da comunidade GLBTQUIA+. Muito bom que o vereador Ribeiro Neto tenha apresentado esse projeto para que nós, enquanto times de queimado, sejamos reconhecidos”, concluiu “Furacão”.

 

INCLUSÃO – Além da inclusão e acessibilidade, o PL objetiva fortalecer uma pratica esportiva educativa, levando os jogadores a se entender como adversários e não como inimigos – o que de maneira direta auxiliará na construção de identidades, baseada no respeito. O projeto prevê, também, a valorização de uma boa convivência, cidadania, diversão e aprendizagem para os praticantes da modalidade, independente de gênero, idade, raça ou credo.

“Nas escolas públicas e comunidades, como Liberdade, Anjo da Guarda, João de Deus, Barreto, Alemanha e tantos outros, esse jogo é muito forte. Nas minhas andanças apoiei competições entre bairros. Jovens lideranças, incluindo o “Furacão”, questionavam a falta de incentivo, o que me fez perceber a força da brincadeira, e a necessidade de ser considerada uma modalidade esportiva. Agora, além de apoiar as competições locais, o Poder Público irá reconhecer os participantes como atletas”, finalizou o autor do projeto.

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