Esporte como instrumento de educação

Carlos Nina

Equipe Infanto de basquete do Reino Infantil, campeã do JELS 2022

Acompanhando meu filho Alan, como um dos atletas da equipe de basquete do Reino Infantil, testemunhei a responsabilidade, a decência e a elegância com que o técnico José Ricardo Lima da Silva conduziu as equipes do Infantil e do Infanto da escola nos Jogos Escolares Ludovicenses, 2022. Seu equilíbrio nas horas de adversidade. O estímulo nos momentos certos.
Foram e são lições que deverão servir para seus alunos, que estão em processo de formação. Por isso mesmo os treinadores de todos os esportes, conscientes de suas responsabilidades, devem ser reconhecidos como educadores que são, formadores das gerações futuras.
A origem do esporte se confunde com a história. Ao longo do tempo foi sendo usado como meio de aperfeiçoamento dentro dos grupos sociais. Posteriormente, prestou-se para interação entre os povos. As copas, olimpíadas e outros torneios internacionais realizados atualmente são o resultado desse processo de evolução e integração.
É, portanto, um dos mais importantes instrumentos de aproximação entre as nações, um canal de incentivo à convivência pacífica, no qual os confrontos não utilizam armas de destruição. São disputas onde as condutas devem ser pautadas pelo respeito aos adversários, à ética, à disciplina, à honra e à dignidade humana.
O esporte tem imensurável relevância na vida das pessoas que o praticam, pois nele aprendem sobre disciplina, cooperação, solidariedade, resiliência e, acima de tudo, educação, entendida esta como processo de habilitação dos indivíduos para a convivência social, observando padrões que dignifiquem o ser humano e não que o transformem em ameaça ao equilíbrio das relações interpessoais.
Entra aí a importância dos professores de esporte, educadores na plenitude dessa desafiadora missão.
É triste ver times que, sem orientação correta, são estimulados ao uso da violência, como se jogassem futebol americano, aquele esporte no qual prevalece a força bruta e os jogadores se lançam contra os adversários, perseguindo-os e empurrando-os, para derrubá-los, como se numa guerra estivessem. Visam eliminar mesmo – de determinada partida e até de torneios e campeonatos – os atletas mais habilidosos.
Pior é constatar que há quem aplauda essa violência, que, de torneios escolares, é levada para o seio da família, o ambiente de trabalho, a comunidade. É o resultado de quem não tem o alcance do valor do esporte como um dos mais eficazes instrumentos de educação. É o cotidiano da visão distinta que as pessoas têm sobre o que é esporte e, acima de tudo, do que é educação.
O Esporte tanto é um instrumento literalmente espetacular de educação que é a via mais escolhida para retirar crianças da rua e ocupá-las de modo saudável, para que tenham saúde física e mental, aprendam a ser pessoas melhores, a fim de contribuírem para o desenvolvimento da comunidade em que estão inseridas.
É evidente que quem joga quer ganhar. Mas ganhar de qualquer jeito não me parece um caminho educativo. Os jogos têm regras, que devem ser respeitadas. Até as guerras as têm. E Esporte nem é guerra. É educação.
Tenho esperança de que continuará havendo aqueles que, mesmo provocados, mantêm sua conduta de respeito à finalidade do esporte e orientam seus alunos/jogadores para que resistam à violência com a firmeza, à força bruta com a inteligência, à arrogância com a coragem.
Perder um jogo para um adversário que jogou melhor instrui muito mais do que ganhar ao preço da desonra pessoal.
Parabéns ao treinador José Ricardo Lima da Silva, aos professores dos esportes da escola Reino Infantil e a todos os profissionais que fazem a diferença, ensinando, além da técnica esportiva, princípios morais indispensáveis para a construção de um mundo melhor.

 

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