ANDRÉIA SADI
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Relatório final da Operação Lava Jato relata que o doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe de um esquema que teria movimentado R$ 10 bilhões de forma suspeita, teve 34 aparelhos de telefone celular apreendidos pela Polícia Federal.
O documento, ao qual a Folha teve acesso, diz que Youssef estava com sete celulares quando foi preso, em São Luís (MA), no mês passado. Outros 27 foram apreendidos na sede de uma empresa ligada a ele, “junto à mesa do investigado”. A informação foi revelada pela TV Globo.
Youssef foi indiciado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre outros crimes. No mesmo relatório, a PF relata ter aberto uma investigação exclusiva para apurar a suspeita de crimes de licitação e pagamento indevido a servidores públicos por meio de duas empresas ligadas a Youssef que negociavam uma parceria com o Ministério da Saúde.
Esse é um dos três “inquéritos filhotes” da Operação Lava Jato, que indiciou 46 pessoas por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro. O caso envolveria ainda empreiteiras e fornecedoras da Petrobras, apontadas como responsáveis por repasses de dinheiro a políticos.
A PF suspeita que Youssef tentava se infiltrar no Ministério da Saúde para conquistar contratos “com perspectivas de ganhos de R$ 250 milhões”. Nos negócios sob suspeita, a PF destaca assinatura de um termo de compromisso da pasta e uma empresa para desenvolvimento, produção e fornecimento de medicamentos.
A assinatura foi registrada em foto com a presença do então ministro Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. O ministério informou que o negócio não prosperou.