Acaba a greve dos policiais militares na Bahia e Sindicato dos Policiais do Rio abandona movimento

Policiais voltam a ativa

Os policiais militares da Bahia decidiram encerrar a
greve da categoria após assembleia realizada na noite deste sábado. Eles
estavam de braços cruzados desde o dia 31 de janeiro.

A reunião de hoje foi realizada no ginásio do
sindicato dos bancário, em Salvador.

Nos discursos, líderes da greve alegaram não ter
mais como manter a mobilização do policiais no interior do Estado, que já
voltaram ao trabalho.

Em um dos pronunciamentos, o deputado estadual e
capitão da PM Tadeu Fernandes (PSB) disse, se dirigindo aos policiais
presentes: “Nós lavamos a nossa alma. O grupo precisa sair de cabeça
erguida”.

GREVE

A greve dos PMs da Bahia, decretada na semana
passada, tinha como objetivo conseguir a incorporação de gratificações aos
salários.

Em entrevista à Folha, o governador Jaques Wagner
(PT) disse que não pagaria nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo
do Estado. Na terça (7), porém, o governo passou o dia negociando com líderes
grevistas, mas a reunião foi suspensa sem acordo.

O impasse ficou por conta dos 12 mandados de prisão
expedidos contra PMs grevistas. Prisco afirmou na ocasião que ninguém
retornaria ao trabalho sem que houvesse uma anistia geral.

Na segunda-feira, diversos focos de tumulto
ocorreram no local, e os militares usaram balas de borracha e bombas de efeito
moral para conter os ânimos.

 Sindicato da Polícia Civil abandona greve no RJ, que perde força

O Sindpol, um dos sindicatos da Polícia Civil do
Rio, anunciou no início da noite deste sábado que suspendeu sua participação na
greve das polícias e dos bombeiros, convocada na noite de quinta-feira (9).

Francisco Chao, diretor do Sindpol, alegou que
bombeiros estariam atuando fora do combinado, ao abandonarem postos de
guarda-vidas na orla, deixando desguarnecida a população. Ele disse que
convocou uma assembleia para a próxima quarta-feira, para que a categoria
confirme a decisão de parar o movimento.

“É muito difícil falar em movimento
revindicatório sem adesão. Segurança para a sociedade está em primeiro lugar.
Por cautela e respeito, a melhor decisão é suspender. Quem encerra movimento
grevista é a categoria. É em homenagem a minha categoria que nós estamos
suspendendo momentaneamente a greve”, disse Chao.

Representantes e familiares dos bombeiros, no
entanto, confirmaram um ato público amanhã de manhã em Copacabana e uma
assembleia em seguida.

O Corpo de Bombeiros e a PM querem dignidade para
atender melhor a população”, disse o sargento dos bombeiros Paulo Edson de
Campos, que afirma ter sido intimado a se apresentar ao seu batalhão por
liderar a greve.

Mulheres dos militares presos reclamaram das
prisões. “Foi uma prisão sem cabimento. Eles continuam realizando os
salvamentos, estão apenas atrás de dignidade. Na segunda-feira, minha filha faz
seis anos. O que eu vou dizer pra ela, que o pai está preso?”, disse
Ursula Madeira Ayres, mulher do sargento Harrua Leal Ayres, que está preso.

PRESSÃO

Hoje, o governo do Estado aumentou a pressão sobre
os grevistas. O comando do Corpo de Bombeiros anunciou que foi decretada a
prisão de 11 líderes do movimento, sob as acusações de motim e incitação a ato
ilegal.

Dos 11, 8 haviam sido presos até o início da noite e
levados para o presídio de Bangu 1 (zona oeste), onde também está o cabo dos
bombeiros Benevenuto Daciolo, detido na quarta-feira, quando voltava de
Salvador.

Daciolo foi flagrado em escutas autorizadas pela
Justiça falando sobre uma possível greve geral e que por isso não haveria
Carnaval no Rio e na Bahia.

Além disso, 162 bombeiros foram postos em prisão
administrativa e responderão a processos disciplinares –incluindo 123
indiciados na sexta-feira e 39 guardas-vidas que faltaram hoje ao serviço no
Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca (zona oeste).

Ontem, a Polícia Militar já havia anunciado a prisão
de 17 PMs líderes da greve na corporação –11 com mandados expedidos pela
Justiça e 6 detidos em flagrante. Outros 129 PMs do Batalhão de Volta Redonda
(sul fluminense) foram indiciados em inquérito policial militar.

A paralisação foi decidida na noite de quinta-feira,
quando as três corporações rejeitaram o reajuste aprovado pela Assembleia
Legislativa do Estado.

Com o aumento, o salário base de um soldado da PM e
dos Bombeiros passou de R$ 1.277 para R$ 1.699. As categorias reivindicam piso
de R$ 3.500.

 

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