Secretário diz que Cutrim pode depor sobre morte de Décio Sá

O secretário de Estado de Segurança (SSP), Aluísio Mendes, concedeu entrevista, nesta manhã (22), ao programa Ponto Final, na rádio Mirante AM (foto). Du-

rante a conversa com o jornalista Roberto Fernandes, o secretário comentou sobre o andamento das investigações e do vazamento do depoimento do pistoleiro Jhonatan Sousa Silva, em que  este aponta o nome do ex-secretário de Estado de Segurança e deputado estadual, Raimundo Cutrim (PSD), como um dos mandantes do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá, onde pistoleiro paraense foi o executor.

Segundo Aluísio, Jhonatan foi ouvido por cinco vezes e garantiu que foi incisivo nas denúncias, levantando indícios fortes e o envolvimento dessas pessoas que já estão presas, de três foragidos, no crime ocorrido no dia 23 abril, em um bar na avenida Litorânea. Durante o depoimento, o pistoleiro citou o nome do ex-secretário de Segurança, Raimundo Cutrim. A notícia acabou vazando no Blog do jornalista Itevaldo Júnior.

– Não seremos levianos em descartar nenhuma dessas possibilidades. Tudo o que ele disse está sendo investigado de maneira aprofundada, num traba

lho em conjunto com o Ministério Público do Estado. Mas não podemos fazer juízo de valor baseado em um único depoimento. Estamos trabalhando dentro da lei desde o primeiro momento sendo acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Maranhão, com o apoio da Polícia Federal. O objetivo é conc

luir a nossa investigação com transparência procurando não cometer injustiças e sem nenhum viés de vingança ou de interesse político”, assegurou.

Indagado da possibilidade do deputado Raimundo Cutrim prestar depoimento sobre o caso Décio Sá, o secretário Aluisio Mendes garantiu que se for necessário o parlamentar será chamado, mas quem decidirá é a comissão de delegados, responsável pela investigação.

 

– É de interesse da polícia o depoimento dele. Também é de interesse dele esclarecer sobre a denúncia feita pelo réu confesso. Mas o parlamentar tem prerrogativas pelo cargo que ocupa. É um direito constitucional e

que tem de ser respeitado – enfatiza.

Vazamento

O secretário Aluisio Mendes garantiu que não houve interesse da Polícia ou da Justiça no vazamento de qualquer tipo de informação sobre o inquérito policial para prejudicar ou denegrir a imagem de qualquer que seja a pessoa. “Esse não é

objetivo do trabalho da Polícia. O vazamento das investigações acaba comprometendo o nosso trabalho”, acrescentou.

Outros agiotas

O secretário Aluisio Mendes voltou a elogiar a eficiência da equipe de delegados responsável pelo trabalho. Disse, ainda, que essa é uma nova fase da investigação.

– Pedimos mais uma vez sigilo e um voto de confiança nessa nova fase da investigação.O nosso primeiro foco foi a elucidação da morte do jornalista Décio Sá. E a partir daí, mapeamos e conseguimos prender uma quadrilha perigosa, com poder financeiro e que permeia por outros setores da sociedade.

O fio que foi puxado após a morte de Décio Sá pode alcançar outros grupos que agem da mesma forma comprometendo recursos públicos e fazem fortuna em pouco tempo. O grupo que está preso procurava hegemonia nesse mercado da agiotagem. Mas iremos investigar a possibilidade de outros grupos que atuam nessa prática criminosa – admite.

Prefeituras envolvidas

O secretário preferiu dizer que os documentos que constam no inquérito policial estão sendo analisados pela comissão de delegados. Ele disse que os casos que envolvem recursos públicos federais serão investigados pela Polícia Federal.

 Crise entre SSP e MPMA

 O secretário Aluisio Mendes esclareceu que não existe nenhuma “crise gerada entre as duas instituições”, conforme tem sido divulgado por alguns setores da imprensa.

 Ele disse que a SSP e o MPMA estão atuando de maneira conjunta e transparente desde o início das investigações sobre a morte do jornalista Décio Sá.

Parceria essa que terá continuidade também na segunda fase das investigações, na apuração de outros crimes cometidos pela quadrilha, a fim de que todos os fatos sejam esclarecidos com total responsabilidade e isenção.

– A parceria foi iniciada na gestão da ex-procuradora Fátima Travassos, que se manifestou favorável ao trabalho em conjunto. Os promotores estão debruçados, juntamente com a Polícia Civil, nesse caso. E que o trabalho continua com o apoio da atual procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Regina Lúcia de Almeida – ressaltou.

Ele voltou a confirmar que os trabalhos devem continuar sob sigilo e as instituições que trabalham no caso irão, mais uma vez, dar as respostas positivas que a sociedade maranhense espera.

(Imirante)

 

 

 

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