Alunos e pais que frequentam a praça da Juventude, no Cohatrac, sofrem discriminação da coordenadora do local

Cohatrac

Crianças e jovens que frequentam a praça de Juventude, no Cohatrac, onde funciona uma escola de capoeira e atende a comunidade, sofrem discriminação da coordenadora do local, Léa Ambrósio, que,segundo depoimento dos alunos e dos pais que costumam acompanhar seus filhos durante os três dias da semana nos quais as aulas são ministradas, trancou a sala, retirou os instrumentos do professor e mestre de capoeira Carlos André dos Santos (mestre Neguinho) e proibiu a entrada de todos ao espaço público sem qualquer comunicado prévio.

Indignados, na segunda-feira, 16, alunos e pais impedidos de entrar na sala onde há cerca de três anos o professor desenvolve projeto de capoeira, ocuparam a parte externa da praça, fizeram a roda de capoeira, os registros fotográficos e protestaram contra a medida da coordenadora, que consideram arbitrária.

“Hoje eu e meu marido levamos nossos filhos para a capoeira e como sempre, demoraram apara abrir as salas que disponibilizaram para este fim na Praça da Juventude. De repente chega um dos responsáveis das salas, ou não, e nos avisa secamente que a capoeira está cancelada! Não soubemos nem o que falar, mas perguntamos o porquê e ficamos sem resposta. Há algum tempo percebi que a capoeira não era vista com bons olhos, seja pela música, seja por religião, ou por pura ignorância mesmo. Enfim, fomos destratados. O resultado é que ficamos, eu, alguns pais e mais ou menos 40 crianças e adolescentes, de fora sem ao menos saber o motivo! Para combinar melhor com a situação, sugiro que mude o nome da praça para PRAÇA DO PRECONCEITO! Fizemos fotos das nossas crianças gingando no chão de concreto do lado de fora enquanto as salas permaneceram fechadas”, desabafou Raquel Antunes, mãe de duas crianças que frequentam as aulas de capoeira.

Fernanda Cerdeira, outra mãe indignada com o ocorrido diz: “o professor, Mestre Neguinho faz um trabalho diferenciado e merece muito respeito por isso. A praça é da comunidade, estou indignada com essa situação”.

A praça é um local público por excelência, o professor, seus alunos, os pais e o Conselho de Pais (criado recentemente, após o evento de graduação de alunos, em outubro desse ano), se vêm tolhidos de exercerem o seu papel de cidadãos e frequentarem e usarem a praça de melhor forma que ela pode ser usada: para praticar cidadania, para o lazer, para a socialização. Com tão poucos espaços e com tantos exemplos de violência e falta de segurança, a comunidade que tenta trazer qualidade de vida ao seu bairro, é desrespeitosamente vetada.

 

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