Raimundo Freire Cutrim- Uma vida de lutas, superação e experiência a serviço do Maranhão

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    A presidenciável Marina Silva (PSB) tem uma marca: a marca da superação. Diz, em sua campanha, que nasceu numa  família paupérrima, num seringal do Acre, só foi alfabetizada aos 16 anos, trabalhou como empregada doméstica e depois se formou em história e construiu uma rica biografia. Foi  vereadora, deputada, senadora e ministra do Meio Ambiente, no governo Lula.

No Maranhão, temos uma história similar. Raimundo Freire Cutrim  nasceu na cidade de Matinha e até os 18 anos dava um duro danado no cabo da enxada como lavrador. Veio para São Luis e iniciou uma invejável trajetória, como magistrado, depois de sofrer muitas agruras.  Foi balconista de lanchonete no Mercado Central,  hóspede do Instituto Guaxenduba, pensionato mantido pela Diocese para abrigar estudantes pobres do interior.

Sempre centrado nos estudos, foi diretor e  apresentador da Rádio Educadora, representante de laboratório de medicamentos e começou a mudar o curso da vida após se formar em Direito. Advogou para algumas empresas até ser aprovado em concurso para  juiz de Direito, em 1979. Teve uma carreira brilhante na Magistratura, exercendo os cargos de corregedor geral, presidente do Tribunal de Justiça e presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

Aposentado, mas muito respeitado até hoje pelos membros do Judiciário maranhense e pela sociedade, quer levar toda a sua experiência e conhecimentos para o Congresso Nacional. Membro do PSDB, está na disputa por uma vaga na Câmara Federal. Nessa entrevista a ATOS E FATOS, ele fala sobre suas perspectivas.

ATOS E FATOS – O senhor teve uma marcante passagem pelo Judiciário, exercendo todos os postos de comando e está aposentado. O que o leva a buscar uma vaga no Congresso?

RAIMUNDO FREIRE CUTRIM- Nasci no interior, fui lavrador e começava a trabalhar muito cedo. Em São Luis, quando trabalhava no Mercado Central, levantava às 3 horas da madrugada, para chegar às 3 e meia no serviço. Portanto, minha vida sempre foi trabalhar e estudar. A aposentadoria, na realidade, chega a soar como um castigo, para quem ainda tem muita energia para atuar em defesa do povo maranhense.

ATOS E FATOS – O senhor já teria o esboço de algum projeto a ser apresentado no Congresso Nacional caso seja eleito?

RAIMUNDO FREIRE CUTRIM –Como é do seu conhecimento, o instrumento de trabalho do magistrado é a caneta, do legislador é a palavra, o argumento. Estou saindo do Judiciário para tentar entrar no Legislativo, buscando experiência nova, como aquela criança que está entrando na adolescência, muito ansiosa. Terei muito a aprender, mas posso afirmar que, caso seja eleito, tentarei fazer com que muita coisa mude, inclusive no Judiciário, porque qualquer alteração nesse Poder passa pelo Legislativo.

 ATOS E FATOS – O senhor teve políticos na família, como o irmão, que levava seu mesmo nome, (já falecido)  que foi prefeito de Matinha e de Olinda Nova do Maranhão, quando este município  foi desmembrado de Matinha. Seu outro irmão, Edmar Cutrim  foi deputado em três mandatos na Assembleia Legislativa. Isso  estaria o  influenciando?

 RAIMUNDO FREIRE CUTRIM – Não deixa de influenciar. Meu saudoso pai, Oséas Mota Cutrim, era líder político no interior. Era um apaixonado e sempre esteve envolvido nos movimentos eleitorais. Como magistrado, também sempre estamos envolvidos em política. Não há como não ser uma influência.

ATOS E FATOS- Estão polarizadas as candidaturas do senador  Lobão Filho e do ex-presidente da Embratur, Flávio Dino, para o governo do Maranhão. Como o senhor avalia tal cenário, já que está envolvido diretamente na campanha?

RAIMUNDO FREIRE CUTRIM- Estamos vivendo um clima de mudanças, a exemplo do que aconteceu quando cheguei em São Luís, em meados da década  de 1960.Naquele período, o vitorinismo dava seus últimos suspiros, abrindo espaço para a nova liderança, José Sarney, que teve uma brilhante trajetória, chegando inclusive a ser presidente da República.

Hoje, o novo está representado por Flávio Dino, jovem político de  muito brilho, que deixou a Magistratura para ingressar na política e que teve um mandato  muito bem avaliado. O povo mostra que quer mudança. Não podemos também, negar que Sarney mudou muita coisa quando foi governador. Abriu estradas, trouxe a energia da Boa Esperança, o Porto do Itaqui e outras inovações. Mas o ciclo de sua liderança política está chegando ao fim .  Tudo na vida é desta forma. Eterno, só Deus!

ATOS E FATOS- A oposição critica ferozmente o governo de Roseana Sarney, por falta de ações em praticamente todas as áreas. Esta é a quarta vez que ela governa o Maranhão. A sua observação também é a mesma?

RAIMUNDO FREIRE CUTRIM- Olha, na realidade, o último  grande tocador  de obras no Maranhão foi o João Castelo.  Ele governou o Maranhão de 1979 a 1982. Construiu o Castelão, a Ponte Bandeira Tribuzi, o Hospital dos Servidores,  e deixou sua marca por todos os municípios do Estado,  através da construção de muitos fóruns e outras obras. Estabeleceu também  o programa Bom Preço, que vendia produtos alimentícios a preços subsidiados para a população carente e trouxe o Italuís, captação de água do Rio Itapecuru para a capital. Se não fosse ele, a população de São Luís até hoje estaria carregando água na lata. O Maranhão precisa de outro tocador de obras e esse pode ser o Flávio Dino.

 

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