Waldir Maranhão passa a rasteira em Eduardo Cunha Publicado em 20 de junho de 2016 por djalmarodrigues O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), pediu nesta segunda-feira (20) que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) retire de tramitação a consulta sobre a votação em plenário de pedidos de cassação de mandato que poderia beneficiar o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A consulta foi pedida pelo próprio Maranhão e já havia recebido parecer do relator Arthur Lira (PP-AL), com entendimento que poderia beneficiar o peemedebista. Outros quatro deputados, que defendem a cassação de Cunha, haviam apresentado voto em separado, discordando do que defendeu Lira. O caso deveria ir a votação nesta segunda-feira na comissão mas, com o pedido de retirada de tramitação, não será mais analisado. Na última terça-feira (14), o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a 9, parecer pela cassação de Eduardo Cunha. Agora, a perda do mandato precisa ser votada em plenário, onde é necessário o apoio de ao menos 257 deputados. A Câmara possui 513 parlamentares. Com a consulta arquivada, o plenário deverá votar diretamente o pedido de cassação do peemedebista. Se o parecer pela cassação não alcançar os 257 votos, o caso é arquivado e Cunha não receberá nenhuma penalidade. Antes de ser votado em plenário, porém, ainda há a possibilidade de que o deputado recorra contra o parecer do conselho à própria CCJ. Cunha tem prazo até a quinta-feira (23) para apresentar este recurso. O parecer apresentado por Lira à CCJ defendia que fosse possível a apresentação de emendas antes da votação do pedido de cassação no plenário, o que, na prática, abria a possibilidade de se conceder uma pena mais branda que a definida pelo Conselho de Ética. No ofício encaminhado nesta segunda-feira à CCJ, Maranhão afirma entender que não cabem emendas ao parecer do Conselho de Ética que decidiu pela cassação. Maranhão fundamenta seu pedido à CCJ citando duas decisões anteriores da própria Comissão de Constituição e Justiça, de 1991 e de 2005, em que foi decidido que não caberiam emendas ao parecer do Conselho de Ética. O processo contra Cunha acusa o deputado de ter mentido à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, em março de 2015, quando disse não possuir contas no exterior. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de contas na Suíça ligadas a Cunha e seus familiares. O deputado diz não possuir contas bancárias, mas trusts, um tipo de investimento para o qual não seria exigida à declaração à Receita Federal. Outras denúncias contra Cunha Além das acusações que enfrenta no Conselho de Ética, Cunha se tornou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no STF e é alvo de pelo menos outras duas denúncias e de um inquérito no STF. Segundo o “Estadão Conteúdo”, o número de investigações contra Cunha no STF, em maio, era de oito. Em uma das ações, que deve ser julgada no dia 23, a Procuradoria-Geral da República acusa Cunha de ter abastecido contas secretas na Suíça com dinheiro de propina d