Entrevista/Vereador Estêvão Aragão – “O Congresso usa os  vereadores  como se fossem ratos de laboratório”

 

 

 

 

 

 

 

O vereador Estêvão Aragão (PSB) vislumbra seguir as pegadas do pai, o empresário Nonato Aragão, que  também foi vereador e deputado estadual. Está no exercício do segundo mandato. Faz oposição ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior, mas afirma ser um opositor responsável, que aponta as falhas, mas sem agressões.

Completará 40 anos em fevereiro do próximo ano, e se considera  um vereador de certa experiência no Legislativo Municipal.  É oficial de Justiça do TJ do Maranhão e exibe uma aliança de noivado, mas não diz  ainda quando pretende casar.

Em entrevista ao  Câmara em Destaque, avalia o panorama político e foi bem enfático com relação à aprovação, pelo Senado, da instituição do voto distrital misto.  Afirma que os vereadores são utilizados como se fossem cobaias, autênticos ratos de laboratórios para os experimentos dos senadores e deputados federais. Vamos  à entrevista:

Câmara em Destaque –  O que representa a Câmara Municipal para o senhor?

Estêvão Aragão–  O local de ação política, do exercício  pleno do mandato, já que ser vereador não é um emprego fixo, mas uma forma de se exercer o mandato pensando no desenvolvimento de políticas que venham a beneficiar o povo. O vereador é o político que tem mais contato com o eleitor, é o para-choque,  é a base da pirâmide política.

Câmara em Destaque – O senhor pretende seguir os mesmos passos do seu pai, o empresário Nonato Aragão, que foi vereador e depois deputado estadual?

Estêvão Aragão – Meu pai é minha referência, é meu norte, minha régua e meu compasso. Todo político sonha alçar voos mais altos. Não nego que pretenda seguir os mesmos passos do mau pai, mas é algo para se planejar, se pensar, até porque exige um dispêndio financeiro muito grande.

Câmara em Destaque – O país atravessa uma tormenta, com crises de cunho econômico, social e moral. O senhor vislumbra alguma possibilidade de se ultrapassar esse nevoeiro?

Estêvão Aragão – Observo que toda essa crise decorre da corrupção. Foi a corrupção que levou o país  a essa torrente de crises. No momento em que a corrupção for extinta, certamente os outros problemas serão debelados, não tenho a menor dúvida. Basta você observar que em países onde o nível de corrupção é praticamente zero, a qualidade de vida é melhor e não há problemas como a violência, a pobreza extremada e outras mazelas como as existentes no Brasil. Nossa maior crise é a crise da falta de ética, da inversão de valores.

Câmara em Destaque  –Na esteira  da reforma política, o Senado aprovou, na semana passada, o voto distrital misto, para ser   instituído a partir das eleições municipais  de 2020, como o senhor analisa essa novidade?

Estêvão Aragão –  O  voto distrital misto foi aprovado   pelo Senado e ainda vai passar pela Câmara e considero ser muito cedo para uma avaliação mais acurada. O que observo é que o Congresso sempre utiliza os vereadores como verdadeiros ratos de laboratórios para os seus experimentos.  Acabamos sendo cobaias de deputados federais e senadores. Com relação ao novo modelo que pretendem implantar, terei que me debruçar ainda sobre o assunto para que possa  estabelecer uma avaliação  mais fundamentada.

Câmara em Destaque – Qual sua avaliação sobre a Câmara atual?

Estêvão Aragão  – Esse parlamento tem desempenhado seu papel a contento. Acho que algumas lacunas precisam ser preenchidas, a exemplo  do Plano  Diretor, que já está caduco, de acordo com o Estatuto das Cidades, que estabelece o prazo de 10 anos para sua renovação. Temos que debater com mais ênfase o  Plano Plurianual (PPA) e a Loa  (Lei  Orçamentária Anual) , cuja audiência pública foi adiada, e outros projetos que requerem  um link com o Executivo. Sou oposição, mas faço uma oposição responsável, apontando erros, mas sem agressões. Quanto aos demais colegas, cada um tem o seu perfil e acho que todos exercem um bom mandato. O que costumo criticar é quando falta quórum para realização das sessões plenárias. Com relação ao Plano Diretor, a Prefeitura incorre num erro muito grande quando não estabelece uma agenda para que ele seja renovado.

 

Câmara em Destaque  –  Qual o projeto de sua autoria que o senhor poderia definir como mais importante, nessa legislatura?

Estêvão Aragão – Apresentei um projeto de lei que obriga a Cemar a divulgar em suas contas, o montante arrecadado com a taxa de iluminação pública. É um mecanismo de transparência ,  porque  quem paga a iluminação pública é o contribuinte, que não sabe o total desse dinheiro. Pretendo também criar  outro mecanismo, para que o povo venha a saber onde esse recurso é aplicado.  Considero essa matéria de grande impacto, e uma forma da população que o paga a iluminação pública saber  como esse dinheiro está sendo investido.

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