E-mail pra dona Bibi

Olá, gatinha, meu cordial bom dia e um beijão! Na certeza de que está numa boa por aí, te revelo que, por estas bandas, a maré não tá pra peixe. Dejeito nenhum. Só se fala em crise. É aumento de preços, aliado à falta de dinheiro. Só quem ganha é especulador,  agiota e quem atua à margem da lei. Mas a coisa tá muito braba mesmo, minha fofa.

Mas o noticiário nacional, antes com os holofotes sobre aquela pendenga do deputado Flávio Bolsonaro, eleito senador, cujo  assessor teve uma movimentação financeira de R$ 1,2 milhão em apenas um ano, deu lugar às peripécias sexuais do médium João de Deus, aquele lá dos cafundós de Goiás, cuja fama atraía, até então, seguidores do mundo inteiro.

Olha, Bibi, o homem era uma fera em termo de mulheres. Primeiro, tem 10 filhos, cada um é uma mãe diferente. Agora, são centenas de cidadãs afirmando terem sido molestadas sexualmente por quem deveria ter a alcunha era de João do Diabo. Ele fez o diabo a quatro com menores, adolescentes e adultas.

E isso vinha acontecendo à luz do dia e das velas que ele acendia à guisa de iluminação divina. Um autêntico monstro, que já está com o pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público goiano. Os relatos das vítimas são verdadeiras aberrações sexuais. Um depravado esse João do Diabo.

Além disso, vi, numa das reportagens, que o templo onde ele operava, era uma autêntica fábrica de dinheiro. Medicamentos homeopáticos ali receitados e comercializados saem pelo triplo do valor praticado no mercado comum, enquanto uma garrafa de água “purificada” pelo cidadão custa R$ 10.

É aquela história: Quem encontra besta não compra cavalo. Isso justifica o império financeiro do João do Diabo, que inclui dezenas de imóveis, fazendas e até avião particular. Era personalidade internacional, estando em andamento um filme biográfico sobre ele.

Não sei como é que os produtores vão fazer daqui pra frente. A produção terá que tomar outro rumo. Se no roteiro estava a decisão de santifica-lo, agora terá de ser demonizado pelos  atos praticados. Mais um Jim Jones da vida. Vamos agora  aos fatos daqui.

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A gente fala  nesse João do Diabo, mas lembro aqui de uma história praticada por um pastor da Universal do Reino de Deus, daquele templo ali da Rua Grande, logo em seus primeiros dias.

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O reverendo levou uma jovem, de 15 anos a uma sala reservada e mandou-a que se despisse, para lhe passar um óleo santo pelo corpo, sob a justificativa de que ela estaria possuída pelo  Demônio.

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A jovem percebeu a manobra e depois de alguns minutos se vestiu e saiu voada da igreja. Pelo que me contaram tempos depois, o pastor já deu o fora de lá. Mas é uma situação  parecida sob alguns aspecto com a do João do Diabo lá de Goiás.

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Lutador o nosso jornalista, poeta e escritor Herberth de Jesus Santos, o Betinho. Aos trancos e barrancos conseguiu realizar significativo evento pela passagem dos 50 anos de fundação do bairro do Anjo da Guarda, de boas lembranças.

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Fui um dos homenageados, mas não pude comparecer. O Betinho sabe a razão. Me justifiquei. Não resido no Anjo da Guarda desde 1982, mas o bairro mora desde então no meu coração.

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Vou abrir espaço dentro de alguns dias para escrever sobre minha passagem de uma década pelo bairro, onde semeei amizades das mais sinceras, e onde fui recebido de portas e braços abertos por uma comunidade da qual guardo muito carinho. Valeu, Betinho, pela força, pela coragem e pela iniciativa!

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Tõ só assuntando aí, as trocas de mensagens de Natal e Ano Novo. Um clichê que não muda. Esse é o momento em que se vê famílias sorrindo e se abraçando, para logo depois começarem as confusões internas.

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Nos locais de trabalho, então, nem se fala… Neguinho que passou o ano inteiro tentando passar a perna no chefe, passa a lhe jurar fidelidade. E os puxa-sacos, esses se redobram nas mesuras aos patrões, principalmente nas trocas de presentes.

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Passado  esse período, o clima volta ao normal, pode esperar. Tudo como dantes como no quartel de Abrantes. Ah ah ah. Mas a vida é assim mesmo, cheia de  toques e retoques.

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Ah, fofura, nem te conto! Estive na Câmara de Raposa na sexta-feira, última sessão do ano. Ela é presidida pelo teu sobrinho, o Beka, filho da tia Francisca. A atual Miss Raposa e as candidatas à sucessão dela, em número de sete, estavam lá.

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Só  “filé”, como diz a rapaziada em elogios à beleza feminina. Teve neguinho que evitou tirar foto com as beldades, com medo da  patroa em casa. Mas olha, Bibi, a Raposa estará bem representada no concurso Miss Maranhão, isso posso te garantir.

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Olha, o ex-prefeito de tua cidade, o Júnior Franco, está quase colocando a tornozeleira eletrônica, de acordo com alguns advogados. Tudo em função de sua desastrada administração em Cururupu.

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Falando em administração municipal, a cidade de Bom Jardim não tem jeito. Primeiro foi a famosa Lidiane Leite, que foi afastada e acabou no xilindró. A vice, Malrinete Gralhada não esquentou muito a cadeira e foi afastada. Agora, o atual prefeito, já tem processo de cassação correndo contra ele.

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Cruz credo. Na década de 1980, Bom Jardim ficou famosa por conta de assassinatos de prefeitos. Agora, é o afastamento deles. Que sina hein, Bibi? Pobre da comunidade desse belo município.

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Aquele história do deputado Flávio Bolsonaro, a respeito da movimentação financeira de um assessor, está deixando muita gente preocupada aqui no Maranhão.

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Esse ano não vai ser igual aquele que passou. Falo em termo de Carnaval e aludindo a uma famosa marchinha do passado. É que a crise chegou às escolas de samba, minha gata.

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No Rio de Janeiro, por exemplo, teve escola que foi despejada de barracão que havia alugada, outra está com os carros alegóricos expostos ao tempo e por aí vai. Se lá está assim, imagine como não  estão  as nossas pequenas escolas de samba aqui do Maranhão.

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Bem, minha fofa, com essa, teu pretinho vai ficando por aqui, garantindo retorno na próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque sempre foi bacana com o teu pimpolho aqui.

Beijão de quem jamais deixará de te amar

Djalma

N.E- Bibi é Benedita Rodrigues, mãe do editor. Ela faleceu em São Luis no dia 8 de dezembro de 1965, com apenas 28 anos de idade.

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