Olá, minha fofa, muito bom dia! Espero que estas poucas e mal traçadas te encontrem no bem bom por aí, como sempre, ao lado do Onipresente. Por estas bandas, cidadã, tudo como dantes, no quartel de Abrantes. A oposição pressionando o teimoso do Bolsonaro, com a CPI da Pandemia e o senador Renan Calheiros dando as ordens como se fosse o homem mais sério do mundo, em nada lembrando um político ladravaz que responde a 17 inquéritos no STF.
Já aqui, em nossa terra, a prévia de 2022 já começou. O vice-governador Carlos Brandão tomou o rumo do interior e já visita até cinco municípios num só dia, enquanto o senador Weverton Rocha continua sua luta incessante para chegar ao governo do Maranhão. O governador Flávio Dino disse que somente em novembro irá reunir seu grupo político para definir quem será o candidato de sua predileção.
Pelas movimentações e falas do Brandão, só um surdo que não quer ouvir poderá não fazer suas apostas no vice-governador. Tenho dito aqui e em outros espaços, que os recados estão sendo dados sem muitas sutilezas pelo Palácio dos Leões. Tô sabendo inclusive de parlamentar do PDT já mantendo estreitas conversas com o vice-governador.
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Olha, cidadã, o prefeito Eduardo Braide tem sido muito ativo na questão da vacinação. Quem não o conhece, nos postos de vacina, pode até pensar que ele seja um enfermeiro, dada a assiduidade com que acompanha o trabalho de combate à pandemia na cidade.
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Mas tenho ouvido alguns muxoxos de vereadores que o acompanharam na jornada que o elevou à prefeitura, por conta da falta da política propriamente dita. Daquelas conversas, daqueles afagos…
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Dentre as vítimas da pandemia que fizeram a viagem celestial, destaque desta semana para a culinarista e empresária Ana Lula e o advogado criminalista Mozar Baldez. Vou te relatar aqui como conheci a ambos.
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Ana Lula é mãe do ex-secretário de Saúde do município, na gestão de Edivaldo Holanda Júnior. Meu primeiro contato com ela foi no bar e restaurante Antigamente, de sua propriedade, localizado ao lado da Câmara Municipal de São Luís, no Reviver.
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O Antigamente era um ambiente que unia o rústico ao sofisticado, com deliciosas comidas típicas. Certa vez, estava tomando umas gelatinosas com os saudosos Fernando Sá Vale e Raimundo Assub, quando ela apareceu, sentou em nossa mesa e levou um papo de 30 minutos. Era amiga dos dois.
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Virei habitue do Antigamente, até que o estabelecimento cerrou as portas. De vez em quando conversávamos sobre os mais variados assuntos. Aprendi a fazer cuxá através de uma de suas receitas. Era uma artista da culinária.
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Quanto ao Mozart, este era um polemista desde a infância. A família era oriunda do Maracanã, e foi morar no Apeadouro. Costumávamos jogar futebol juntos na fase da adolescência. Daí, perdemos o contato.
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Certa vez, estava no comando de um programa na Rádio Capital, e fui apresentado ele pela Itamargareth Correa Lima, então diretora de Comunicação da Câmara Municipal. O reconheci e o entrevistei. Falou sobre sua carreira como policial civil no Distrito Federal e como advogado e disse que estava fundando o Sindicato dos Advogados do Maranhão.
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Depois disso, virou notícia quase que diariamente, pelas polêmicas que criava. Foi candidato a presidente da seccional da OAB/MA e sentava a pua em juízes que só frequentavam suas comarcas às terças, quartas e quintas-feiras, os chamados “TQQs”.
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Vivia às turras com magistrados e promotores e não levava desaforos para casa. Era um excelente causídico e foi levado ainda muito jovem pela Covid-19.
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Outra grande tristeza foi a viagem celestial do amigo, o gráfico
Antonio Valzindo Pinto Leão, conhecido como Leão.
Foi meu padrinho do segundo casamento, juntamente com a amiga jornalista Adenis Matias, com quem morava no período, isso em meados da década de 1980.
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Ele foi um paraense que o Maranhão adotou. Figura carismática e sempre de bom humor. O conheci quando comandava o setor gráfico do extinto O Jornal, na rua Cândido Ribeiro, em 1979. Adênis era repórter e eu havia entrado como revisor.
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Tomamos muitos porres juntos. Fazíamos visitas uns aos outros nos finais de semana. Não lembro de tê-lo visto acabrunhado em qualquer momento. Era o retrato da alegria. Só emborcou o copo por problemas de saúde. Era um bom boêmio.
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O chamava de padrinho, porque havia sido padrinho de casamento. Nunca perdemos o contato. Ele faleceu no último dia 10, mas de aneurisma abdominal.
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Por falar em pandemia, pelo que tenho lido, no próximo dia 18 deixo de correr o risco de morrer acometido pelo coronavírus. Isso porque estarão se completando 14 dias após haver tomado a segunda dose da vacina.
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Mesmo assim, garanto que não irei brincar coma bicha. Continuarei adotando todas as medidas determinadas pelas autoridades sanitárias. Neguinho diz aí que a morte é um descanso. Pretendo viver cansado ainda por um bom tempo.
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Ah, cidadã, Sampaio e Moto começam hoje a decidir o Campeonato Maranhense mais uma vez. Saudades dos tempos em que o futebol do Maranhão contava com Ferroviário, Maranhão Atlético Clube, São José Vitória do Mar, Expressinho, Tupã e outras fortes equipes.
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Para que tenhas uma ideia, o Castelão foi construído na década de 1980, porque os desportistas reclamavam que o Nhozinho Santos era muito acanhado para a força do futebol maranhense. Hoje, está quase como um elefante branco.
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Bem, Bibi, com essa, teu pretinho vai ficando por aqui, garantindo retorno para a próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque sempre foi bacana com esse teu pimpolho.
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Beijão desse teu filhote que jamais deixará de te amar
Djalma
N.E- Bibi é Benedita Rodrigues, mãe do editor. Ela faleceu aos 28 anos de idade, em São Luís, no dia 8 de dezembro de 1965.