Olá, gata fofa, muito bom dia! Conforme o prometido
na semana passada, aqui está teu pretinho outra vez, pra te colocar a par dos
últimos acontecimentos daqui.  Espero,  morena, que estas poucas e mal traçadas venham
a encontrá-la na maior paz por aí. Por estas plagas, cidadã, muita confusão. Na
política, então, nem se fala. Olha, tua netinha, a Lívia só faltou me dar uma
aula de costumes.

Isso aconteceu na sexta-feira. íamos para o
apartamento e ela na maior tagarelice. Como gosta muito de um café, disse que
essa bebida é coisa de povo primitivo e coisa e tal, até porque não sou muito
chegado. Mas a madamezinha não perdeu o rebolado.

-Olha, papai o senhor pode até não gostar de café,
mas ele faz parte de meus costumes e eu adoro um cafezinho.

Confesso que fiquei sem resposta para a pirralha. Cobram-me
muito, porque  só falo da Lívia. Mas não
pé bem assim. É porque ela, no meu conceito ainda é um bebê, mas vou te relatar
como estão os demais.

O Marco Aurélio, por exemplo, mora há anos no Rio de
Janeiro, está casado e liga de vez em quando para um papo. A Tâmara, também casou,
virou empresária e está concluindo o curso de Psicologia. A Anaya é fisioterapeuta,
já fez pós em Curitiba, vai encarar o mestrado e sinto que está troncha de
saudades do namorado, que  trabalha em
Brasília. O Djalma Segundo, por enquanto, deixou de dar trabalho.

Pronto, taí todo mundo, pro pessoal do Extra não
ficar me cutucando, como sempre faz, dizendo que falo só da Lívia pra não dizer
que tenho uma renca de filhos. Filho é filho, mas a Lívia é o xodó por causa da
idade e da apegação.  Vamos deixar essa
rapaziada de  lado e partir para as mais
importantes.

*

Ih, Bibi, a semana foi de teretetê lá pras bandas do
TRE. Tava marcado o início das audiências no processo de cassação da
governadora Roseana Sarney, para a última quinta-feira. Grande expectativa. Eis
que surge a surpresa.

*

Por 3×2,  a
Corte decidiu voltar o processo para o juiz Sérgio Muniz, que ano passado
passou 58 dias com a papelada na mão sem apresentar o relatório.

*

O processo saiu-lhe das mãos, porque  havia terminado o mandato dele. Foi reeleito
e o processo estava com um juiz federal que compõe a Justiça Eleitoral.

*

Sabe quem desempatou em favor da governadora, para
que o processo voltasse para o Sérgio Muniz? Se não sabes, Bibi, vou te falar.
Foi o advogado José Carlos Sousa e Silva.

*

Unha e carne com os Sarney. Ele é inclusive diretor
de Fundação José Sarney, ali onde era o Convento das Mercês, e uma das maiores
polêmicas da vida do senador Sarney, que
construiu ali até o seu mausoléu.

*

O mais engraçado nessa história toda, não é nem o
desempate. É a situação do próprio Sérgio. Ele é filho do procurador estadual
Antonio José Muniz, que foi diretor do extinto Sioge, prefeito de Santa Rita e
hoje é secretário adjunto no governo de Roseana.

*

No programa que teu pretinho apresenta lá na Rádio
Capital todo final da tarde, o pau cantou foi feio. Tem uma ouvinte de
carteirinha, bastante antenada, muito inteligente, a Teresa, que diz imaginar
que o Zé Carlos Sousa e Silva talvez até venha a fazer parte da árvore genealógica
dos Sarney.

*

Ela também, assim como o teu pretinho aqui, duvida
que o Sérgio Muniz, caso venha a apresentar o relatório contra a patroa do seu
pai. Paraí, peraí! Isso não é caso de se levantar suspeição, ou do próprio
Sérgio se dar por impedido? Bem, morena, cada um tem o caráter com o qual
nasceu.

*

Entrevistamos o desembargador Zé Bernardo Rodrigues,
vice-presidente e corregedor do TRE, na sexta-feira. Eu, o Nonato Reis e os
ouvintes. Ele votou contra o retorno do processo para as mãos do Sérgio e, por
questão de ética, não quis se aprofundar muito na história.

*

Mas botaram o desembargador na parede, sobre essa
decisão do TRE, uma das mais polêmicas dos últimos anos. Fazer o quê, minha
gata? Mais uma vitória dos Sarney sobre os adversários e sobre o povo.

*

O professor
Iran dos Passos, da Uema, chega lá na Rádio Capital na tarde da última
terça-feira, com o livro “O PDT depois do Brizola”, dissertação de um professor
da PUC, muito interessante.

*

Vou pedir para  professor Iran, com quem trabalhei junto nos
anos de 1980, em Imperatriz, que faça a mesma dissertação no Maranhão, sobre o
PDT depois do Jackson Lago.

*

Já tenho meu conceito. O partido virou sigla de
aluguel e pode cair nas mãos de aproveitadores como o deputado temporário
Weverton Rocha e seus  asseclas.

*

Dia destes, tava fazendo uma comparação entre o
Jackson e o Weverton Rocha. O Jackson foi fundador do PDT, seu único partido,
desde 1979. Subscreveu a Carta de Lisboa,
um ano antes, com Brizola, Neiva Moreira, Brandão Monteiro, Doutel de
Andrade e tantos outros, cujos nomes inspiravam e inspiram respeito.

*

Já quando a gente fala em Weverton Rocha, a
lembrança remete logo para as roubalheiras da UMES e quando o homem esteve à
frente da Secretaria de Esporte e Juventude, no governo do  próprio Jackson. O partido está na UTI,
morena, respirando por aparelhos, falta-lhe ar puro, ar da moralidade para que
continue saudável.

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Olha, cidadã, o Udes Cruz e o Betinho continuam
internados. O primeiro no UTI do Aliança e o segundo num apartamento do São
Domingos.

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Na sexta-feira, o Udes chegou a dar alguns passos
pela sala da UTI, já conversa através de sinais e pede as coisas, num quadro
bastante evolutivo.

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O Betinho, que chegou no hospital para ao cirurgia
da perna, apresentou uma deficiência coronária e lhe colocaram, ontem, dois
stênteis. Mas ele está melhor e pode sair na segunda.

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Quem também baixou hospital, e na UTI foi a Sílvia
Bogéa, da Assessoria de Comunicação da Assembléia Legislativa. Fui visitá-la.
Mesmo internada, a cidadã fala quem nem um papagaio com insônia.

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Que os três saiam logo do hospital e retornem às
suas atividades normais.

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Recebi uma mensagem em termos toscos, de um cidadão
que se diz assessor do deputado Chiquinho Escórcio, pedindo que desmentisse as
declarações dele, em que mostra insatisfação com o grupo Sarney.

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Pelo jeito, o remetente é um daqueles puxa-saco, que
sequer ouviu o patrão. Se o Chiquinho quisesse fazer o desmentido, teria me
procurado pessoalmente. Conheço o estilo dele.

*

Bem, fofinha, com essa, teu pretinho vai ficando por
aqui, garantindo retorno no próximo domingo, se Deus quiser. E ele quer, porque
ele é bom.

*

Beijão do filhote amado

Djalma