Jogadores do Corinthians e do Fluminense podem ser presos por contrabando

Os jogadores de  futebol Diguinho, do Fluminense, e Emerson, do Corinthians, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por contrabando e lavagem de dinheiro, pela compra de uma BMW X6 branca importada ilegalmente dos EUA. A decisão, que será apreciada pela Justiça Federal, pode trazer problemas ao Tricolor das
Laranjeiras e Alvinegro do Parque São Jorge (SP).

Caso se tornem réus no processo, os jogadores só poderão deixar o País com autorização judicial. Ou seja, terão de pedir permissão para jogarem as partidas no exterior pela Taça
Libertadores, assim como caberá à Justiça a autorização para possíveis
transferências para clube estrangeiros.

Fora das quatro linhas, a vida dos atletas poderá ficar ainda pior. Em caso de condenação, a pena para ambos os crimes é de prisão, de no mínimo quatro anos, podendo chegar a 14 anos. A denúncia foi feita na semana em que o Fluminense se classificou para a final da Taça Guanabara.

Como O DIA publicoucom exclusividade em dezembro, Emerson e Diguinho criaram uma ‘cadeia artificial de compra e venda’ do veículo, segundo o processo, chegando a emitir cinco notas fiscais entre eles e a loja que importou a BMW, a Euro Imported
Cars, do bicheiro Haylton Scafura, foragido da Justiça.

CONTRADIÇÃO

Em depoimento, eles caíram em contradição. Emerson colocou a culpa pela compra do carro num vendedor de Vila Isabel e disse ter falado com Diguinho após o carro ter sido apreendido pela PF apenas por mensagem de texto. Já Diguinho declarou que falou por telefone com o colega do Corinthians e os dois se encontraram e conversaram sobre a apreensão.

As investigações mostraram ainda que Emerson fez um depósito diretamente na conta da empresa do israelense Jehuda Kazzab, morador de Miami, nos Estados Unidos, e que é réu noprocesso.

De acordo com a denúncia, Jehuda, conhecido como Udi, teria se
associado à quadrilha do bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha, e do filho
dele, Haylton Escafura.

 

A BMW de Emerson e
Diguinho teria sido trazida de forma ilegal para o País, pela máfia dos
caça-níqueis, em associação com uma quadrilha israelense.

TRANSAÇÕES

No Brasil, a BMW X6, quando zero, é avaliada em cerca de R$ 300 mil, mas foi declarada por Emerson por R$ 200 mil. Após três meses com o carro, o atleta vendeu o bem para Diguinho, alegando à Justiça que não gostou da cor do estofado. Confira a
transação que foi feita entre eles:

No processo, os advogados de Diguinho disseram que a BMW foi comprada em março passado, por R$
315 mil. Segundo investigações, esta não foi a primeira compra irregular de Emerson.
O corintiano ainda comprou um Camaro e um terceiro carro motor V8, modelo não
identificado.

A BMW de Diguinho e Emerson foi apreendida na Operação Black Ops, da PF, com outros 102 carros, em outubro. Mas, semana passada, a 3ª Vara Criminal Federal extinguiu a ação penal
contra 90 desses proprietários. Segundo a decisão, a extinção foi provocada
pela ausência de denúncia contra eles, a maioria moradora de outros estados.

O MPF afirma que a competência da denúncia contra estes proprietários é da Justiça
dos estados de origem. Além disso, o MPF aguarda o fim da ação administrativa
da Receita Federal, contra os donos dos veículos.

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