Olá, fofa, muito bom dia! Ah, minha gata, nas últimas semanas não teve um domingo em que
não tenha que te dar uma péssima notícia. Agora é com relação à viagem
celestial do Juracy Vieira, aquele famoso locutor esportivo, que trabalhava
comigo lá na Rádio Capital e com quem já tinha sido companheiro na Difusora, lá
pelos idos de 1980. Ele já era famoso e teu pretinho aqui estava apenas
começando, buscando um espaço entre os graúdos da comunicação.
O homem foi embora na última quinta-feira,
atropelado por um AVC e um infarto simultâneos.
Esteve ainda internado no Pró-cardio e no Carlos Macieira, mas não teve
jeito. Deves encontrá-lo por aí. Sujeito bacana, se destacava por ser muito
falastrão. Nas rodas de conversas
parecia que estava a transmitir um jogo. Que tenha bom abrigo por aí.
Mas há uma boa pra te contar. O Herberth Pereira, o
querido Betinho, já saiu da UTI lá do Hospital São Domingos e está num dos
apartamentos. Ainda não pude visitá-lo. Devo ir lá nesta segunda-feira. O
Betinho está internado desde dezembro do ano passado.
Olha, gata, a tua netinha, a Lívia, me disse que
está decidida a ser pediatra. Fez com que a mãe dela comprasse uma boneca
médica, dessas que vem com todo o aparato de uma profissional da saúde. Por
conta disso, vive a me aplicar injeções com uma seringa de plástico e a montar
apartamento de hospital. Deixemos a Lívia de lado e vamos às mais importante da
semana.
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Esse pessoal não tem jeito mesmo, mama mia. No
desfile das escolas de samba campeãs, na sexta-feira, ali na Passarela do
Samba, no Anel Vário, a rapaziada da Turma do Quinto aprontou a maior baixaria.
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Dizem que, a mando do deputado Roberto Costa, um
grupo do Quinto, antes do desfile da agremiação, tentou invadir o camarote do
prefeito João Castelo, com uma faixa desrespeitosa.
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A patota foi impedida e desfilou com a faixa. Ao
final da apresentação, numa demonstração de total desrespeito ao público, o
presidente do Quinto jogou o troféu no chão.
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Aí foi a vez de peixe comer o homem. Uma estrepitosa
vaia do público fez com que viesse resgatar a taça de terceiro lugar. Só que os
bagunceiros da Madre de Deus, não satisfeitos, promoveram o maior bafafá na
dispersão.
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Coisa vergonhosa, minha gata! Tudo isso por questões
políticas. Aqui é assim. Até no Carnaval se faz politicagem. Dizem que por trás
de toda a história estaria o deputado Roberto Costa.
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É que o Roberto Costa ainda está inconsolável,
porque a Justiça cortou-lhe a curica, naquela questão da CPI dos convênios do
Estado com a prefeitura. O Castelo que se cuide, porque a qualquer hora pode
ser vítima de algo mais grave. Deve
redobrar a segurança dele.
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Pois bem, a Turma do Quinto, após o seu desfile de
imbecilidade e de vergonha, foi bagunçar lá no seu terreiro, na Madre de Deus,
onde se soube que depois houve um bocado de confusão.
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Após o Quinto, que foi a terceira colocada, veio a
Flor do Samba, a vice-campeã. Embora seja uma agremiação ligadíssima aos
Sarney, desfilou tranqüila, com apenas um porém.
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O puxador da escola, o Vovô, que passou uma
eternidade na Favela do Samba, antes da apresentação pegou o microfone e
desandou a falar coisa com coisa. Até parecia que não estava em seu estado
normal.
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E foi só. O espetáculo deprimente mesmo ficou por
conta do Quinto. Nem o Gabriel Melônio, artista que era considerado o símbolo
da serenidade, escapou do festival de baixarias.
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Veio a Favela, deslumbrante, a vencedora e conseguiu
fazer com que o público esquecesse as baboseiras anteriores. Não estou a
defender a Favela, porque sou da Unidos de Fátima, mas tenho de lhe reconhecer
os méritos.
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É a única escola de samba que tem organização. Já
escolheu inclusive o enredo para 2013. Joãosinho Trinta, o nosso carnavalesco
maior. Vence quem tem méritos. Aos derrotados resta reconhecer a incompetência.
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Falando em incompetência, o gol que o atacante
Deivid, do Flamengo perdeu contra o Vasco, na quarta-feira, na semifinal da
Taça Guanabara, teve seu lado positivo.
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A imagem do atleta, em que ao aparecem ele, a bola e
a trave, percorreu o mundo. Jornais de todos os continentes destacaram o feito
do atacante flamenguista, perdendo um gol incrível.
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E me segredaram que tem blogueiro aí que encontrou
uma fórmula interessante de não pagar empréstimo que fez junto a um ex-amigo.
Passou a esculhambar o cidadão no blogue.
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Aliás, existe uma verdadeira guerra entre blogueiros
por aqui. Teu pretinho tem blogue, Bibi, mas é para informar. Não usa tal
instrumento como profissão nem como
gazua de cofres públicos e privados.
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Falei antes sobre as escolas campeãs e ia esquecendo
dos desfiles do domingo e da segunda-feira. Me contaram que houve de tudo lá na Passarela do Samba.
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Me informaram que um chofer metido a repórter tinha
metido o sopapo num compositor e que
tinha neguinho narrando a festa completamente tochado.
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Mas ninguém pode falar em desfile sem falar no Rio
de Janeiro, com seu carnaval de brilho, de luxo, riqueza e ostentação. A
Beija-Flor, encarregada de defender São
Luís ao custo de R$ 10 milhões, fez feio na
avenida e acabou caindo de
quatro.
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Ora, Bibi, se uma escola faz enredo sobre os 400 anos de São Luís e não cita a Revolta de
Bequimão, é porque não fez pesquisa
coisíssima nenhuma.
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Foi o primeiro movimento pela libertação do Brasil,
100 anos antes de Tiradentes, que a Beija-Flor e os nossos dirigentes culturais
deixaram passar em branco.
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Falha imperdoável. Mostraram uma São Luís só com
lendas, feitiçarias e as assombrações de Ana Jansen. Temos assombrações mais
atuais, que deveriam ter ido para o
desfile, minha gata.
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E ainda teve neguinho por aqui defendendo com unhas
e dentes a Beija-Flor, e principalmente o seu comandante maior, o bicheiro Aniz
Abraão, que passou o carnaval engaiolado.
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É verdade! O cidadão está preso por um rosário de crimes e ainda encontra advogados sem
formação no Maranhão. É brincadeira…
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Bem, cidadã, com essa, vou ficando por aqui. Volto
no próximo domingo, se Deus quiser. E ele quer, porque ele é bom.
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Beijão do filhote amado
Djalma