TJ/MA lança livros com transcrições de testamentos dos séculos XVIII e XIX

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história (Foto: Ribamar Pinheiro)

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história (Foto: Ribamar Pinheiro)

 

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) lançou, na manhã desta sexta-feira (20), dois volumes de livros com transcrições de testamentos dos séculos XVIII e XIX, que trazem histórias e legados de famílias maranhenses da época.Também foi lançada a sétima edição da Revista do Tribunal de Justiça do Maranhão, periódico anual composto por estudos, doutrina e jurisprudência. As obras irão compor o acervo de bibliotecas de tribunais e órgãos públicos que trabalham com documentação histórica.

O Projeto de Transcrição e Divulgação do Acervo de Testamentos é realizado pela Coordenadoria de Biblioteca e Arquivo do TJMA, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (FAPEMA). A iniciativa inédita reúne transcrições de registros de testamentos dos anos 1751/1756; 1781/1791 e 1790/1795.

Durante o lançamento, o desembargador Lourival Serejo, presidente da Comissão de Documentação, Revista e Jurisprudência e Biblioteca do TJMA, ressaltou a contribuição social das obras para a comunidade maranhense, representando um resgate vida privada, política, econômica e religiosa da sociedade da época, conhecimentos que poderiam se perder da história do Maranhão.

“É um serviço aos pesquisadores e historiadores do Estado”, afirmou o magistrado, ressaltando que os registros também mostram a influência da igreja e casos curiosos, como o costume de se realizar até 20 missas de corpo presente.

O presidente do TJMA, desembargador Cleones Cunha, também ressaltou a importância do resgate para o conhecimento da história dos antepassados, citando exemplos de testamentos importantes para a memória do Estado, como o de Ana Jansen e do padre Cícero Romão Batista.
“Muitos fatos interessantes ficam conservados através dos testamentos e quando são conhecidos trazem grande contribuição à cultura”, avaliou.

O presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), Benedito Buzar, disse que a Academia recebe com muita alegria o lançamento das obras, que demonstram a preocupação do Judiciário em resgatar fatos de grande significância para a sociedade, especialmente jornalistas, pesquisadores e historiadores.

“Com a compilação de acervos, o Tribunal de Justiça coloca à disposição da sociedade um legado histórico de grande importância, principalmente, aos que se aprofundam em pesquisas históricas e aos que buscam conhecimento”, disse a corregedora geral da Justiça, desembargadora Anildes Cruz.

TRANSCRIÇÃO – Os dois primeiros volumes da série “Histórias e Legados” reúnem quase 80 testamentos transcritos, de pessoas de variadas classes da sociedade maranhense da época, como famílias abastadas, religiosos e alguns escravos alforriados.

Segundo a historiadora Alidiane da Silveira, o trabalho é feito com a leitura dos manuscritos originais e sua transcrição com o mínimo de adaptações. “Buscamos manter o máximo possível a escrita original, alterando pequenos trechos apenas para que se tornem inteligíveis”, explica.
Lourival Serejo relembrou a contribuição do desembargador Lauro Berredo – falecido no último mês – que resgatou diversos testamentos da Biblioteca Nacional.

O desembargador Cleones Cunha assegurou a continuidade do trabalho de resgatar e preservar os documentos históricos, propondo a criação de um museu da Justiça maranhense. “O TJMA é a terceira Corte mais antiga do Brasil. Possuímos muitas peças e obras importantes para a História”, falou.

Também participaram da solenidade de lançamento os desembargadores João Santana, Paulo Vélten, Marcelino Everton, Joaquim Figueiredo e José Jorge Figueiredo; o presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA), juiz Gervásio Protásio dos Santos; o escritor Alex Brasil, representando o presidente do Instituto Histórico e Artístico Geográfico, Euges Lima; magistrados, historiadores, acadêmicos e servidores.

(Juliana Mendes
Assessoria de Comunicação do TJMA)

 

 

 

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