Mais de 30 bairros terão o abastecimento de água interrompido nesta terça-feira

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) será realizada parada programada do Sistema Produtor Sacavém, nesta terça-feira (24), no horário das 8h às 18h. O objetivo é a execução de serviços de manutenção preventiva e corretiva nas subestações elétricas das elevatórias de água bruta e água tratada.

 A Caema explicou, ainda, que o reinício do bombeamento de água será realizado, também, nesta terça-feira (24), às 18h.

O Sistema Produtor Sacavém a tende aos bairros Monte Castelo (parte), Apeadouro, Irmãos Coragem, Bairro de Fátima, Bom Milagre, Parque Amazonas, Alemanha, Caratatiua, Vila Ivar Saldanha, Alto da Vitória, João Paulo, Jordoa, Vila Palmeira, Barreto, Túnel do Sacavém, Santa Cruz, Vera Cruz, Cutim, Radional, Coroado, Coroadinho, Vila Conceição, Bom Jesus, Vila dos Frades, Parque Timbira, Alto do Parque Timbira, Parque Pindorama, Parque dos Nobres, Conjunto São Sebastião, Bairro Primavera, Sítio do Pica Pau Amarelo, Redenção, Barés, Filipinho, Sítio Leal, Sacavém, Coheb do Sacavém, Salina do Sacavém e Santo Antônio.

Justiça decide por intervenção em São Luís Gonzaga do Maranhão

O Tribunal de Justiça (TJMA) julgou procedente, por unanimidade, representação para intervenção do Estado no município de São Luís Gonzaga do Maranhão, em razão de descumprimento de ordem judicial. A decisão é para pagamento de precatório no valor de R$ 64.278,64 e não afasta o prefeito do cargo.

De acordo com norma do Regimento Interno do TJMA, o presidente do Tribunal, desembargador Guerreiro Júnior, deverá comunicar a decisão à governadora do Estado, a quem cabe decretar e executar a intervenção, nomeando um interventor com função de cuidar da decisão judicial que deixou de ser cumprida.

A representação, ajuizada pelo Ministério Público estadual, informa que o município deixou de cumprir ordem do então presidente do TJMA, Raimundo Freire Cutrim, de maio de 2008, para incluir no orçamento de 2009 o valor devido a Neyara Clube Recreativo Cultural.

Indenização – De acordo com os autos, o clube ingressou com ação de indenização por desapropriação indireta, depois que o município ocupou uma área de sua propriedade, sem procedimento expropriatório, para construção de casas populares.

A prefeitura firmou acordo em audiência judicial e se comprometeu a pagar, à época, R$ 45 mil, em quatro parcelas, a primeira em 30 de setembro de 2005, o que não ocorreu, segundo o credor. Na data da ordem de inclusão no orçamento, o valor atualizado, somado aos honorários advocatícios, chegou a mais de R$ 64 mil.

O desembargador Stélio Muniz (relator) disse que todas as tentativas para que o município cumprisse a decisão judicial foram exauridas. Por isso, ele decidiu pela intervenção, entendimento acompanhado pelos outros desembargadores presentes à sessão, no mesmo sentido do parecer da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ).

Ação criminosa provoca envenenamento de 142 pessoas em Cantanhede

Mirian Rocha, alvo de sabotagem em Cantanhede

Pelo menos 142 pessoas foram envenenadas no último sábado, em Cantanhede, de forma misteriosa, durante o lançamento do comitê de campanha da candidata a prefeita Mirian Rocha (PMDB), esposa do secretário de Articulação Política do Estado, Hildo Rocha, que ainda teve sua residência invadida por um policial civil, sem mandado judicial.

O caso já está sendo apurado pela Polícia Civil, por determinação do secretário de Segurança, Aluísio Mendes. Mesmo envolto em mistério, o caso tem conotação política, uma vez que o vice-prefeito da cidade, Waldir Quaresma, com sintomas de embriaguez alcoólica, foi para a porta do hospital municipal Santa Filomena, onde as vítimas se encontravam com crises de vômitos, diarreias e dores abdominais.

Para piorar o clima na cidade, um policial civil lotado na cidade foi até a residência de Hildo Rocha, por volta das 23 horas, sem mandado judicial, levando presas as duas mulheres Jucileide, Josielma que haviam produzido os 10 mil salgadinhos que foram distribuídos no evento político.

Ao tomar conhecimento da arbitrariedade, o secretário de Articulação Política, Hildo Rocha entrou em contato com o titular da Segurança, Aluísio Mendes, que por sua vez determinou ao chefe do destacamento policial militar de Itapecuru-Mirim, que fosse averiguar a situação.

Advogados foram acionados e as duas mulheres foram liberadas, mas o clima em Cantanhede é de muita tensão. Na tarde de domingo, aliados do prefeito Kabão, passaram a rodar pela cidade em carros de som, fazendo rodar uma música com achincalhe aos “jacarés” – grupo de Hildo Rocha, em alusão ao número 15, do partido.

Aluísio Mendes determinou a abertura do inquérito policial para apurar a autoria do envenenamento, sendo que mostras dos salgados já foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística (Icrim), em São Luís para análise. Mirian Rocha e seus partidários acreditam que tenham sido alvos de sabotagem.

Ferreira Gullar é cotado para receber o Prêmio Nobel

Ana Clara Brant

“Um homem comum; de carne e de memória; de osso e esquecimento” que pratica caminhadas esporádicas no calçadão, vai ao cinema com a namorada, é fã de Woody Allen, dá uma espiada vez ou outra na novela das nove – gênero que chegou a escrever nas décadas de 1970 a 1990 -, e sobretudo, bebe na fonte da poesia e se alimenta de “pão de nuvens”.

Considerado o maior poeta vivo do país, o maranhense José de Ribamar Ferreira, ou simplesmente Ferreira Gullar, recebeu a reportagem em seu apartamento na Rua Duvivier, em Copacabana, no Rio, onde falou sobre literatura, política, a influência de Drummond em seu trabalho, artes plásticas e sobre a expectativa do Nobel de literatura, prêmio que chegou a ser cotado no ano passado e, agora que sua obra foi traduzida para o sueco, ganha mais força. “Não vou dizer que não gostaria, mas não fico pensando nisso. Se acontecesse, e olha que eu acho uma coisa bastante difícil, para o Brasil seria uma coisa maravilhosa. E para minha cidade, São Luís, imagina o que não seria”, declara o autor do Poema sujo. Com alguns lançamentos previstos para este ano, entre eles livros sobre artes e um infantil, Gullar filosofa sobre a vida e ressalta que nunca planejou nada em seus 81 anos de existência. “As coisas vão acontecendo. É tudo meio no improviso. A vida, assim como a arte, é feita de acaso e necessidade”, acredita. E ainda faz uma revelação: “Levo 10, 12 anos para publicar um livro com 60 poemas. Não publico se não tem qualidade. Não escrevo por escrever. Meu último poema foi escrito em 2010 e nunca mais escrevi nada. E pode ser que nem escreva mais poemas”.

O Brasil celebra os 110 anos do nascimento e 25 de morte de Carlos Drummond de Andrade. Qual a importância que ele teve na sua poesia?

“A minha visão era inteiramente outra da poesia, da poesia parnasiana, da poesia do fim do século 19. Então quando descobri a poesia moderna, descobri com certa surpresa e fui ler outros poetas. A partir daí, fui procurar entender do que se tratava, que poesia era essa, que nova maneira de fazer a poesia tinha surgido. Então, mais tarde, voltei a ler Drummond com outra visão e realmente se trata de um poeta excepcional, de grande qualidade e com o qual aprendi muito”.

Tem uma crônica que o senhor fala dele. Chegou a conhecê-lo?

“Nunca convivi com o Drummond. Ele era uma pessoa bastante recatada e também não sou bastante folgado para me aproximar das pessoas, não tenho muita facilidade, então encontrei com ele poucas vezes. Nos esbarramos no elevador, nos cumprimentamos. Ele sempre muito tímido, reservado. Não tive essa aproximação maior com o Drummond. Porque não era da natureza dele. Essa coisa de convívio, como era o Vinicius, por exemplo, que acabou se tornando meu amigo, o próprio Murilo Mendes, com quem estive algumas vezes, e que era uma pessoa muito simpática, muito aberta, bem diferente do Drummond”.

O senhor percorreu todas as vertentes da poesia. Concretismo, modernismo, cordel, parnasianismo. O que falta fazer?

“Não se trata de passar por várias escolas. A minha experiência começou em São Luís, numa época em que todo mundo escrevia como os parnasianos. Ao descobrir a poesia moderna, começa uma aventura minha, como qualquer poeta tem a sua própria aventura. Que se inicia com A luta corporal, em que eu desintegro a linguagem. Não fiz aquilo com o objetivo de fazer vanguarda. O tipo de visão que passei a ter da poesia e da problemática poética me conduziu para aquilo. Acabei destruindo a própria linguagem poética. Então, a partir daquela destruição, nasceu a poesia concreta. Tendo destruído o discurso, o único caminho que sobrava era fazer uma poesia sem discurso. E a poesia concreta é uma poesia sem discurso. É uma justaposição visual das palavras. Ela não tem discurso. Não fui eu que inventei a poesia concreta. A poesia concreta foi resultado das discussões e das buscas do Augusto e do Haroldo de Campos, minha e de outros poetas. Mas a causa foi a destruição do discurso”.

Como o senhor avalia a sua obra?

“Não escrevi muita poesia. Tenho 60 anos de poesia e a minha obra completa não tem 600 páginas. Não escrevi muita poesia porque o que realmente tem que se fazer é o poema que seja realmente poesia. Escrever por escrever não tem sentido. Levo 10, 12 anos para publicar um livro com 60 poemas. Não publico se não tem qualidade. A minha exigência sempre foi essa. A tal ponto que pode ser que não escreva mais. Publiquei meu último livro em 2010 e não escrevi mais poemas depois disso. E acredito que talvez não vá escrever mais. Jamais vai acontecer que, por não estar conseguindo escrever a boa poesia que sempre procurei escrever, que resolva escrever qualquer coisa só para dizer que eu não parei. Esse rigor eu tenho comigo. E acho que alguns grandes poetas brasileiros não tiveram esse rigor. No final, principalmente, resolveram escrever só para escrever. O próprio Drummond não é o mesmo do começo de carreira. O grande Cabral do começo não é o mesmo do final. Esse tipo de concessão não pretendo fazer”.

A poesia não pode ser aquela coisa produzida. O senhor costuma dizer que ela surge do espanto?

“É nisso que se cria a poesia. Nesse meu último livro, o primeiro poema, “Fica o dito pelo não dito”, numa hora digo: “É que só o que não se sabe é poesia”. Porque é o espanto. Não é uma grande revelação. Mas é algo que o tira do equilíbrio e mostra que aquilo é uma coisa que você não sabia e acabou de descobrir. É uma indagação. Costumava contar uma coisa. No dia em que me levantei e um osso da minha perna bateu em outro osso. Isso me deu um nível de realidade tal que me perguntei: Mas sou esse osso também? Sou esse cara que pensa, que sonha, ou sou esse osso? Aí nasce o poema. Não posso fabricar isso. Foi um acidente. Até o nome do poema é esse: “Acidente na sala”. As coisas são assim. Meu filho está descascando uma tangerina e aí vem o cheiro de tangerina. Então aquilo me toca e me faz pensar coisas que nunca tinha pensado antes. São coisas que o põem numa situação inesperada”.

Recentemente, foi lançada uma antologia de poemas seus em sueco. O que o senhor acha da tradução de poesia? Acha que ela perde muito o contexto, o sentido?

“Traduzir poesia é muito difícil. É quase intraduzível. Evidentemente, há pessoas que traduzem melhor do que outras, mas é sempre difícil. A rigor, estritamente, é impossível. O sentido está na linguagem. E não é só o sentido conceitual. É o sentido que está entranhado nos fonemas, na origem semântica de cada palavra. Um poema de Rilke não é só o que ele está dito conceitualmente. Ele é a relação fonético-semântica. E isso é intraduzível. O João Cabral é intraduzível. Porque a maneira como ele constrói a poesia dele, é uma poesia contra o fluxo da linguagem, uma poesia contra a espontaneidade de dizer. Então, em consequência disso, ele atrofia o verso, ele cria uma construção muito ligada à sonoridade agressiva; em vez da melodia, é antimelodia.”

O senhor gosta das traduções de seus poemas?

“Gosto, sobretudo em sueco, que não entendo. Em russo, sueco, alemão, (risos)”

O senhor vem acumulando importantes prêmios nacionais como o Jabuti, o Machado de Assis, e internacionais, como o Camões, e existe a expectativa de que possa levar o Nobel de literatura. O senhor tem essa ambição?

“É claro que não fico pensando nessa coisa de Nobel. Se isso acontecesse, e olha que acho uma coisa bastante difícil, claro que para o Brasil seria maravilhoso. E para minha cidade, São Luís, imagina o que não seria! Esse lado me fascina. A alegria que o prêmio daria para as pessoas. Inclusive, porque a literatura brasileira é injustiçada. A literatura portuguesa já teve, mas o Brasil não tem nenhum.”

Esse prêmio é muito político?

“É um pouco, porque a língua portuguesa não é muito conhecida, não é muito difundida. Uma das razões certamente é essa. E isso dificulta muito. E a tradução para o sueco. São coisas que dificultam. No último Nobel, as informações que me passaram é de que estava entre os 50 finalistas, e são milhares de selecionáveis. Não vou dizer que não gostaria, mas não fico pensando nisso. Mas seria um benefício para a literatura brasileira. Não tem sentido com tantos escritores, poetas, romancistas de alto nível, que a gente nunca tenha ganho. E o fator político, não digo que seja algo definitivo e determinante, mas existe. O Saramago, por exemplo, que já tinha sido candidato várias vezes, o que definiu sua premiação foi o fato de seu livro O evangelho segundo Jesus Cristo ter sido censurado. Tem um lado também de tomar posição diante de certas questões, como ocorreu com um escritor dissidente russo e com uma autora sul-africana”.

O senhor sempre esteve ligado às artes mais cultas, mas chegou até a escrever novelas de TV, como Araponga, O fim do mundo, Irmãos Coragem. Sente falta disso? Assiste às novelas?

“Quando estava no exílio, meio necessitado de trabalho, e o Dias Gomes, que era uma pessoa muito legal, me chamou para trabalhar com ele na TV Globo, na colaboração de novelas, minissérie, especiais. Na primeira versão do Carga pesada ajudei como roteirista. Mas nunca gostei de fazer novela. Novela é um gênero absurdo, porque toda dramaturgia dura uma hora e meia. Toda peça dura uma hora e meia. Não há dramaturgia para seis meses. Uma coisa que dura seis meses está cheia de enchimento de linguiça e tem um monte de falsas histórias.”

Teve algum momento da sua vida em que o senhor pensou em ser outra coisa sem ser escritor?

“Nunca pensei nisso. Não planejo nada. Minha vida é um improviso. Nunca imaginei que fosse ser poeta, ou jornalista, que ia escrever para a TV Globo. As coisas vão acontecendo e aceito ou não de acordo com as minhas necessidades. E com a minha capacidade. Nunca pensei em fazer uma carreira intelectual. Com os livros e os poemas também é assim. Eles acontecem por acaso. Com a Cláudia, minha companheira, também foi assim. Eu a conheci na Feira de Frankfurt, que ia homenagear o Brasil. Se não tivesse ido para a Alemanha, não teria encontrado a Cláudia e a minha vida seria outra. E a dela também. O acaso é muito importante na vida. A vida é acaso e necessidade, assim como na arte.”

Mas a vida tem sentido?

“O sentido é inventado. A vida é inventada por nós. E o mundo é uma coisa inexplicável e maravilhosa. Estou escrevendo sobre o bóson (bóson de Higgs ou “partícula de Deus”). Dizem que o universo começou com o big-bang. Então, não havia nada e explodiu. Mas o nada explode? Não pode. Descobri lendo sobre o bóson, que só havia energia. Não é que não havia nada. A energia explodiu. E criou o universo. Mas quem criou a energia? Então, não tem explicação. E depois o universo é infinito, então ele não tem fora, só tem dentro. Mas se tiver fora é ele também. É o dentro sem fora. Tenho um poema com esse nome. “O dentro sem fora”. Parmênides, filósofo pré-socrático, falava assim: ‘O um é um e não é dois’. É isso (risos)”.

Que tipo de hobby o senhor tem?
“Fico lendo, escrevendo, vendo televisão. Vou muito ao cinema com a Cláudia. Um dos nossos principais divertimentos é o cinema que é uma arte realmente incrível. O cinema é a grande arte moderna, a arte tecnológica. O cinema, criou uma linguagem que não existe no romance, na pintura, no teatro. É uma arte mesmo. No começo, nos primeiros filmes, ainda é um arremedo de teatro, mas com o desenvolvimento da linguagem cinematográfica criou-se uma linguagem que é própria do cinema. Que só ele tem. Isso é extraordinário.”

Tem algum diretor que o senhor gosta?
“Gosto muito do Woody Allen. Adorei o Meia-noite em Paris. Esse de Roma não é tão bom como o outro. É um pouco superficial, um pouco gaiato. Mas, no geral, acho ele um diretor extraordinário. Ele tem um senso de humor, uma ironia, uma autocrítica. É de fato um artista de muito nível”.

Prefeitura de São Luís poderá suspender concessão de serviços da Caema

 

O prefeito de São Luís, João Castelo, anunciou que a Prefeitura poderá suspender

a concessão dada ao Governo do Maranhão de exploração dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário. A precariedade nos serviços de fornecimento de água e a contaminação das praias por bactérias estão, segundo Castelo, provocando danos irreparáveis à qualidade de vida da população e à economia da cidade.

 

O prefeito assinou decreto nomeando comissão técnica para analisar os termos da concessão e identificar os graves problemas causados ao cidadão. O diagnóstico da comissão, que deverá ser apresentado em caráter de urgência, vai apontar ainda providências que devem ser adotadas pela Prefeitura para regularizar a situação. De acordo com a legislação federal, os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são de responsabilidade das prefeituras. Porém, em 1996, a Prefeitura de São Luís renovou por decreto a concessão dos serviços ao Governo do Maranhão.

 

De acordo com levantamento preliminar da Prefeitura, nos últimos anos os problemas têm se agravado com interrupções constantes no fornecimento de água e abastecimento precário por meio de carro pipa. Além disso, todas as praias da cidade estão impróprias para banho, devido ao alto grau de contaminação por bactérias. O assunto virou tema de reportagens na imprensa nacional, o que pode afetar a economia e o turismo da capital maranhense. O Ministério Público Federal obrigou o Governo do Maranhão a colocar placas nas praias com alerta de risco à saúde.

“A Prefeitura não pode ficar omissa diante de um problema tão grave que afeta diretamente o povo”, disse Castelo. “Venho acompanhando esse assunto com muito critério desde o início da minha gestão, inclusive com formação de grupos de estudo em busca de solução para o problema”, justificou.

 

Castelo lembrou que há 30 anos criou o Sistema Italuís, um dos projetos mais ousados e extensos da América Latina na área de abastecimento de água. “Acontece que os anos se passaram e ninguém mais se preocupou em modernizar e ampliar o sistema, o que gerou o colapso a que hoje estamos assistindo”. O prefeito atribui os transtornos à inoperância do governo estadual, que relegou a situação da água e do esgoto a um plano secundário.

 

O prefeito explicou que os termos da concessão dos serviços serão analisados com rigor pela comissão municipal. “Se forem identificados descasos e falhas operacionais no serviço, a Prefeitura poderá intervir e até cancelar a concessão. Claro que para isso vamos utilizar todos os meios legais necessários, ou para resolver o problema de vez ou para obrigar o Estado a resolvê-lo”, frisou Castelo.

 

A comissão multidisciplinar da Prefeitura será presidida pelo assessor especial João Rodolfo Ribeiro Gonçalves e terá como membros os seguintes secretários: José Reinaldo Tavares (Governo), Francisco de Assis Coelho (Procuradoria), Liviomar Macatrão (Turismo), Afonso Lopes (Meio Ambiente), Raimundo Freire Cutrim (Assuntos Políticos). Francisco Barros (Projetos Especiais), Santiago Servin (Saúde), Marcos Aurélio Freitas (Obras) e Luiz Carlos Magalhães (Segurança com Cidadania).

Onde começa a imoralidade-Todos os ministros do STJ recebem acima do limite legal de R$ 26,7 mil

Todos os 32 ministros em exercício no Superior Tribunal de Justiça tiveram rendimentos no mês de junho superiores ao teto constitucional de R$ 26,7 mil, conforme a lista salarial divulgada pela corte no seu site na sexta-feira,20 , em cumprimento à Lei de Acesso à Informação.

Na média, o vencimento bruto dos ministros foi de R$ 37 mil, ou R$ 29,7 mil líquidos. O tribunal informou que essa soma inclui as vantagens pessoais e eventuais dos ministros, o que, segundo interpretação jurídica de boa parte dos magistrados, não contam para efeito de teto. Mais de cem servidores do STJ, sob o mesmo argumento de incorporação de bonificações, também ganharam acima do limite constitucional.

A discussão sobre a legalidade de ter rendimentos superiores ao que manda a Constituição – o teto é salário dos ministros do Supremo – ocorre desde que a limitação foi estabelecida, em 2005.

Muitos órgãos do setor público passaram a usar o limite, mas os servidores quase sempre conseguem derrubá-los individualmente por meio de liminares.

No Superior Tribunal de Justiça, em seis casos, o contracheque ficou acima de R$ 50 mil, entre os quais o da corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, que recebeu R$ 62 mil brutos.

O campeão do mês foi o ministro Massami Uyeda, com R$ 64,5 mil. Em todos os casos, o valor alto se deveu à antecipação de férias, mais o abono de um terço a que todo trabalhador tem direito, segundo explicou o tribunal.

Os outros com salário gordo foram Napoleão Maia (R$ 58 mil), Teori Zavascki (R$ 58 mil), Antônio Ferreira (R$ 56 mil) e Ricardo Cueva (R$ 56 mil).

O STJ foi o terceiro tribunal superior a divulgar a lista nominal de salários de todos os servidores, seguindo o exemplo do Tribunal Superior do Trabalho e do Supremo Tribunal Federal.

O prazo do CNJ para a Justiça se adequar à lei terminou ontem. Mais de 80% dos tribunais não o cumpriram. Alguns pediram mais prazo, outros recorreram à lei para não divulgar nomes e a grande maioria alegou impossibilidade técnica para cumprir a norma.

No caso do STJ, os menores salários entre os ministros foram pagos a Félix Fischer – R$ 28,5 mil brutos e R$ 20,6 mil líquidos – e ao presidente da corte, Ari Pargendler, que ganhou R$ 30 mil brutos e R$ 21,9 mil líquidos.

Desde 2010, o STJ já divulgava todos os seus gastos em detalhe, inclusive os salariais, mas sem dar os nomes (portanto não era possível saber o salário dos ministros). A alteração foi feita ontem por causa da Lei de Acesso à Informação e à Resolução 151 do CNJ, que deu prazo até 20 de julho para o Judiciário disponibilizar dados

(O Estadão)

Serra tem 30% e Russomanno, 26%, aponta pesquisa Datafolha

O Datafolha divulgou, neste sábado (21), pesquisa de intenção de voto sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

Os números do Datafolha para a pesquisa estimulada:

José Serra (PSDB) – 30% das intenções de voto
Celso Russomanno (PRB) – 26%
Fernando Haddad (PT) – 7%
Soninha (PPS) – 7%
Gabriel Chalita (PMDB) – 6%
Paulino da Força (PDT) – 5%
Ana Luiza (PSTU) – 1%
Carlos Giannazi (PSOL) – 1%
Levy Fidelix (PRTB) – 1%
Miguel (PPL) – Não pontuou
Eymael (PSDC) – Não pontuou
Anaí Caproni (PCO) – Não pontuou
Em branco ou nulo – 11%
Não sabe – 6%

No levantamento, Serra e Russomano aparecem em empate técnico, já que margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais. O levantamento foi realizado entre quinta-feira (19) e sexta-feira (20). Foram entrevistadas 1.075 pessoas.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número SP-00110/2012.

Rejeição aos candidatos
Quando os entrevistados foram perguntados em relação a qual candidato não votariam, Serra foi o mais citado. O tucano tem índice de rejeição de 37%. Paulinho da Força aparece em segundo, com 21% de rejeição. Na sequência são citados Soninha (19%), Eymael (17%), Levy Fidelix (14%), Russomanno (12%), Haddad (12%), Miguel (9%), Ana Luiza (8%), Anaí Caproni (8%), Gabriel Chalita (8%) e Carlos Gianazzi (6%

 

 

Paes tem 54%, e Freixo, 10%, indica pesquisa Datafolha no Rio

O Datafolha divulgou neste sábado (21) sua primeira pesquisa de intenção de voto sobre a disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro neste ano.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

Veja os números do Datafolha para a pesquisa estimulada:

Eduardo Paes (PMDB) – 54% das intenções de voto
Marcelo Freixo (PSOL) – 10%
Rodrigo Maia (DEM) – 6%
Otavio Leite (PSDB) – 4%
Cyro Garcia (PSTU) – 1%
Aspásia (PV) – 1%
Fernando Siqueira (PPL) – 1%
Antonio Carlos (PCO) – 1%
Branco/nulo – 14%
Não sabe – 8%

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 20 de julho. Foram entrevistadas 927 pessoas na cidade do Rio de Janeiro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), sob o número 00025/2012.

Rejeição

O Datafolha também perguntou aos entrevistados sobre o nível de rejeição aos candidatos a prefeito da cidade do Rio. O resultado estimulado e múltiplo desta pesquisa foi: Rodrigo Maia (DEM) 31%; Eduardo Paes (PMDB) 20%; Otavio Leite (PSDB) 16%; Aspásia (PV) 16%; Cyro Garcia (PSTU) 15%; Fernando Siqueira (PPL) 10%; Antonio Carlos (PCO) 10%; Marcelo Freixo (PSOL) 9%.

Além disso, 11% dos entrevistados responderam que votaria em qualquer um ou que não rejeitaria nenhum dos candidatos; 7% declararam que rejeitariam todos ou não votariam em nenhum; e outros 11% afirmaram não saber.

Iziane foi cortada da seleção olímpica porque levou namorado para a concentração

Jogadora chora e admite que companheiro dormiu em seu quarto de hotel

Chorando, a ala Iziane explicou nesta sexta-feira qual foi o ato de indisciplina que motivou o seu corte da seleção feminina de basquete que vai representar o Brasil na Olimpíada de Londres. “Levei meu namorado para dormir em meu quarto no hotel em algumas noites. Sei que essa atitude foi inadequada, e que esta sanção pune não só a mim quanto todo o trabalho que realizamos nesses meses e ao longo desses anos”, disse Iziane, que tem 30 anos e um histórico de problemas disciplinares quando está servindo a seleção brasileira.

Ao anunciar o afastamento da ala, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) se limitou a informar que um ato de indisciplina cometido fora das quadras havia provocado o corte, sem revelar a natureza do deslize. Pouco depois, ainda em Lille, na França, onde a seleção disputa um torneio preparatório, a própria Iziane resolveu falar e admitiu ter levado seu namorado para a concentração. “Peço desculpas ao povo brasileiro”, declarou a jogadora. “Aproveito essa oportunidade para pedir a CBB uma nova chance”.

Histórico de problemas – O episódio aumenta a lista de confusões envolvendo Iziane na seleção. Em 2008, a ala também foi cortada antes da Olimíada de Pequim após desentendimento com o treinador da época, Paulo Bassul. No ano passado, a atleta recusou o chamado do então técnico Ênio Vecchi para disputar o pré-olímpico que garantiu o Brasil em Londres.

 (Com agências Estado e Gazeta Press)

A influência de Sarney na ferrovia da corrupção

Claudio Dantas Sequeira

Os desvios de verbas na ferrovia norte-sul somam R$ 1 bilhão
só no trecho entre Palmas (TO) e Anápolis (GO) foram superfaturados 
R$ 400 milhões a obra já consumiu R$ 8 bilhões

No início do mês, a Polícia Federal prendeu o ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha, acusado de enriquecimento ilícito. Segundo os autos do inquérito da Operação Trem Pagador, ele teria comandado um esquema que desviou mais de R$ 100 milhões de obras da Ferrovia Norte-Sul, a mais extensa via férrea do País. ISTOÉ revela agora que o rombo provocado pelo esquema de Juquinha, que comandou a estatal de ferrovias por oito anos, pode chegar à escandalosa cifra de R$ 1 bilhão, dinheiro que teria abastecido não só as contas pessoais do ex-presidente, familiares e ex-integrantes da cúpula da Valec, mas também o caixa de partidos como PR e PMDB. A estimativa é da própria PF, com base numa série de investigações em andamento. Só na Delegacia de Crimes Financeiros da Polícia Federal em Goiás foram abertos sete diferentes inquéritos que abarcam os quase 4,5 mil quilômetros de extensão da ferrovia. Ao longo da Norte-Sul, que já consumiu R$ 8 bilhões, correm suspeitas de superfaturamento em materiais, como trilhos e dormentes, nas ações de terraplanagem, escavações e aterros. A PF encontrou ainda indícios de conluio entre empreiteiras, direcionamento de licitações e subcontratação de empresas ligadas a políticos. As investigações, que tiveram origem em fiscalizações do TCU, da CGU e denúncias do Ministério Público, estão longe de terminar.

As investigações indicam que só no trecho entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), justamente o que ajudou a enriquecer Juquinha e sua família, foram desviados mais de R$ 400 milhões. Laudos técnicos que compõem os inquéritos mostram que a estrada de ferro consumiu todo o orçamento previsto nos contratos com as construtoras Andrade Gutierrez, SPA Engenharia, Constram, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. A Valec de Juquinha autorizou aditivos que atingiram o limite legal de 25% e mesmo assim a obra chegou ao fim infestada de problemas estruturais, como a falta de proteção vegetal de taludes e canais de drenagem superficial. O resultado é a erosão de áreas que estão provocando a desestabilização dos trilhos, inviabilizando o uso da ferrovia. Não foram construídos oito pátios intermodais que estavam previstos em contrato. Isso significa que, mesmo os trens sendo liberados para transitar na estrada de ferro, eles simplesmente não têm onde ser carregados e descarregados.

As construtoras reclamam que a obra ali consumiu mais que o previsto, por conta de desvios e da existência de aterros moles, que acabam consumindo mais horas de trabalho das máquinas e do orçamento. Daí, segundo a PF, chega-se a outro problema: não há medição confiável, os métodos utilizados são os mesmos de 40 anos atrás. Essa falha foi explorada não só pelos empreiteiros, mas pela própria Valec, segundo a PF. O escamoteamento de custos, de acordo com os relatórios de investigação obtidos por ISTOÉ, era processado em Brasília, no 20º andar do edifício-sede da estatal, e se estendia ao campo de trabalho. Laudos da Perícia Criminal indicam sobrepreço tanto no orçamento de referência da estatal como nas propostas das empreiteiras. A análise de centenas de planilhas de preços feita pelos peritos apontam uma variação entre 6,5% e 48% de sobrepreço nos orçamentos.

O TCU agiu em alguns casos, como nas obras de Aguiarnópolis (TO) e Anápolis-Uruaçu (GO). Em ambos, determinou-se a suspensão cautelar de 10% do valor dos contratos, muito pouco, considerando o volume de recursos utilizados. O tribunal instaurou tomadas de contas especiais em contratos como o da SPA Engenharia, que se recusou a seguir as determinações de repactuação do orçamento. Um relatório interno da consultoria jurídica da Valec, obtido por ISTOÉ, mostra que só em dois contratos os fiscais encontraram sobrepreços de R$ 42 milhões e R$ 40 milhões, respectivamente. Desde o início da obra, a Valec tem comprado dormentes, fabricados pelas próprias empreiteiras, a valores 40% superiores ao de outros fornecedores. Esses dados, além de abastecerem os inquéritos da PF, levaram o atual presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, a criar uma força-tarefa para melhorar a fiscalização das obras da Norte-Sul e passar um pente fino nas obras em andamento. Talvez por isso, desde que assumiu no lugar de Juquinha no ano passado, Castello Branco tem sofrido pressões de partidos e empresários para deixar o cargo.

O perfil técnico do atual presidente da Valec causa desconforto para um grupo de políticos que se acostumou a gerenciar o orçamento bilionário da empresa. Escutas telefônicas feitas pela PF com autorização judicial mostram como se articularam os dirigentes da estatal às vésperas da faxina determinada pela presidenta Dilma Rousseff, diante das denúncias de pagamento de propina no Ministério do Transportes. Em conversa gravada no dia 19 de outubro de 2011, Juquinha, ciente da iminente dança das cadeiras na Valec, telefona para seu advogado, Heli Dourado, e pergunta se ele conversou com o “presidente”, segundo a PF numa referência ao senador José Sarney. Heli diz que “Sarney conversou com o ministro duas vezes e não tem mais o que falar com ele; que ele sabe que a pessoa é sua indicada”. Na conversa, Heli diz ainda que foi até a casa de Sarney para tentar evitar a queda dos apadrinhados. Segundo a PF, o presidente do Senado foi atropelado pela decisão do Palácio do Planalto.

Além de “presidente”, Sarney é citado por Juquinha e outros integrantes do grupo pelas alcunhas de “velhinho” e “chefe”. Para a PF, não há dúvidas de que o grupo usava constantemente o nome de Sarney. De acordo com um delegado ouvido por ISTOÉ, as investigações demonstram que o presidente do Senado e o deputado Valdemar da Costa Neto (PR) dividiam os cargos na cúpula da Valec. A Ferrovia Norte-Sul, no entendimento dos investigadores, era uma espécie de “menina dos olhos” dos parlamentares. Quem cuidava dos interesses de Sarney nos contratos da ferrovia, de acordo com a PF, era Luiz Carlos Oliveira Machado, o então diretor de engenharia da estatal. Responsável por acompanhar diretamente todas as obras da Valec, Oliveira Machado é um dos principais alvos dos inquéritos. Pelas investigações iniciais, ele estaria ligado às empresas CMT Norte-SUL e Trilha Engenharia, que foram subcontratadas nos lotes 2 e 11 para fornecer maquinário. Sarney informou, por meio de sua assessoria, que Oliveira Machado não é sua indicação e nem sequer lembra “se conhece essa pessoa”. Costa Neto, por sua vez, admitiu sua relação com Juquinha e a indicação para a presidência da Valec, mas disse que não tinha nenhuma “ascendência administrativa” sobre ele.

Não é a primeira vez que o nome de Sarney surge em escândalos envolvendo a Ferrovia Norte-Sul. Seu filho Fernando Sarney, citado na Operação Faktor (Boi Barrica), é investigado por conta de contratos suspeitos da Valec com a empresa Dismaf para o fornecimento de trilhos. A empresa, mesmo denunciada pelo Ministério Público por fraude no fornecimento de fardamento para o Exército, conseguiu entrar na Valec. Quem intermediou o negócio, segundo a PF, foi o senador Gim Argello (PTB) e o filho de Sarney. Um dos sócios da Dismaf é Basile Pantazis, que até estourar o escândalo no ano passado era tesoureiro do PTB. Entre 2008 e o início de 2011, a Dismaf recebeu mais de R$ 410 milhões, segundo levantamento das ordens bancárias da Valec feito pela ONG Contas Abertas. A empresa quase conseguiu um segundo contrato de R$ 750 milhões, mas a licitação foi suspensa por determinação do TCU.

(Revista Istoé)