Servidoras públicas escondem ambulância e pegam acocho do MP

açailândia

A 1ª Promotoria de Justiça de Açailândia ingressou, no dia 4 de maio, com uma Ação Civil Pública contra Gilielly Monteiro Figueiredo e Herlen Cristina Ribeiro Garrido. As duas teriam se aproveitado de seus cargos para esconder, por 32 dias, uma ambulância zero km, que deveria estar a serviço do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Esses fatos ocorreram em um momento de mudança na administração municipal: a então prefeita, Gleide Lima Santos havia sido cassada pela Câmara Municipal, tendo o então vice-prefeito, Juscelino de Oliveira, assumido a gestão.

A investigação realizada pelo Ministério Público do Maranhão verificou que Herlen Garrido, que ocupava cargo comissionado, e Gilielly Figueiredo, enfermeira dos quadros municipais, que exercia a função de coordenadora do Samu, receberam, em 25 de julho de 2015, uma ambulância nova, solicitada ao Ministério da Saúde para a renovação da frota existente.

Ocorre que, ao receberem o veículo, em Imperatriz-MA, assinando toda a documentação necessária, as servidoras encaminharam a ambulância à Autogiro, oficina mecânica que prestava serviço à Prefeitura de Açailândia. Além disso, a chegada do veículo não foi comunicada ao novo secretário de Saúde do município, Marco Aurélio de Oliveira.

Nesse período, Herlen Garrido convocou uma reunião na qual informou que o Samu iria interromper as suas atividades em Açailândia porque as ambulâncias estavam sem condições de funcionamento. “Ocorre que, na data dessa reunião, a ambulância zero km já havia sido recebida pelas requeridas e escondida em local não sabido”, explica, na ação, a promotora de justiça Glauce Mara Lima Malheiros.

O secretário municipal de Saúde só tomou conhecimento de que a ambulância já havia sido entregue em 25 de agosto, durante uma reunião com o coordenador estadual do Samu, em São Luís. No dia seguinte, Gilielly Figueiredo determinou que um motorista do Samu fosse a Imperatriz buscar a ambulância, o que foi feito.

Outro agravante é o fato de que Gilielly Figueiredo havia sido exonerada em 22 de julho de 2015. Portanto, ao praticar os atos ela já não era mais sequer servidora pública municipal.

“As requeridas Herlen, valendo-se do cargo que ocupava, dos poderes e facilidades que tinha como servidora pública, juntamente com Gilielly, agiram com alto grau de dolo e esconderam um bem público municipal essencial ao funcionamento do Samu, prejudicando o andamento dos serviços e causando prejuízo a diversas pessoas que deixaram de ser atendidas pela ambulância subtraída ou foram atendidas sem a presteza devida”, observa Glauce Malheiros.

Na ação, o Ministério Público requer que Gilielly Monteiro Figueiredo e Herlen Cristina Ribeiro Garrido sejam condenadas por improbidade administrativa, estando sujeitas à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por oito anos e proibição de receber qualquer benefício ou incentivo do Poder Público pelo prazo de cinco anos, entre outras penalidades.

Waldir Maranhão faz manobra para salvar Cunha da cassação

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O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), encaminhou nesta terça-feira (31) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) uma consulta questionando, genericamente, os ritos dos processos de quebra de decoro parlamentar de deputados federais que, teoricamente, pode vir a evitar a cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O peemedebista responde, no Conselho de Ética, a um processo de quebra de decoro parlamentar sob a acusação de ter mentido, no ano passado, à CPI da Petrobras quando disse que não possui contas bancárias no exterior.

Nesta terça, o relator do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), entregou ao colegiado seu parecer final sobre o caso. No relatório, o parlamentar de Rondônia recomenda que o presidente afastado perca o mandato.

Apesar de o parecer do relator ser contrário aos interesses de Cunha, aliados do peemedebista avaliam que têm votos suficientes no conselho para rejeitar a proposta de cassação feita por Marcos Rogério, aprovando, no máximo, uma pena alternativa, como a suspensão do mandato.

Segundo integrantes do Conselho de Ética ouvidos pelo G1, um dos objetivos da consulta de Waldir Maranhão é evitar, futuramente, que o plenário da Casa reverta eventual pena alternativa proposta pela maioria dos integrantes do colegiado e determine a cassação de Eduardo Cunha.

Delator diz que deu propina para Sarney, Lobão, Jucá, Renan e Jader Barbalho

Lobão e Sarney

Lobão e Sarney

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada ao Ministério Público que repassou propina à cúpula do PMDB – e citou, nominalmente, Renan Calheiros (AL), José Sarney, Romero Jucá (RR), Jader Barbalho (PA) e Edison Lobão (MA).

Os recursos, segundo Sérgio Machado, eram distribuídos por meio de doações legais das empresas fornecedoras da Transpetro e até mesmo em dinheiro vivo.

 

Nos termos da delação, Machado se comprometeu a devolver dinheiro proveniente de propina. O montante estaria em uma conta no exterior.

Ele detalhou o “esquema Transpetro” revelando que a partir dos contratos com estaleiros e empreiteiras que participaram do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota), a arrecadação variava entre 1% e 1,5% do contrato e aditivos. Na área de serviços, a propina era de 3% dos contratos. Machado contou que conversava diretamente com os donos das  empresas.

Jucá e Renan

Jucá e Renan

O primeiro depoimento da delação premiada de Sérgio Machado foi feito já no encontro que teve com procuradores da força-tarefa do Ministério Público, quando entregou o conteúdo das conversas que gravou com Renan, Romero Jucá e José Sarney.

O conteúdo dessas conversas provocou a demissão de dois ministros do governo Temer – Romero Jucá, do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência. O filho de Machado, Expedito Machado Neto, também fez delação, igualmente homologada.

O depoimento de Sérgio Machado foi considerado um dos “melhores” até agora porque, ao contrário do de Delcídio Amaral, que muitas vezes afirmou “ouvir dizer” sobre envolvimento de outros políticos em casos de corrupção, o ex-presidente da Transpetro contou, na primeira pessoa, como se dava o esquema de cobrança de propina nos contratos da estatal e a forma como repassava os recursos à cúpula do PMDB.

Segundo relatou, esse esquema funcionou durante todo o período em que esteve à frente da Transpetro – quase 12 anos.

Machado disse que chegou ao cargo por indicação da cúpula do PMDB e afirmou que o que acontece é o indicado politicamente ter de arrecadar e distribuir a propina entre os patrocinadores de sua indicação.

Em seu caso, ele citou como patrocinadores de sua indicação os peemedebistas Renan, Sarney, Jader, Jucá e Lobão.

Os procuradores foram surpreendidos com a iniciativa de Machado de propor acordo de delação premiada. Em janeiro, um de seus advogados esteve no Ministério Público para saber do andamento do processo contra ele e manifestou preocupação sobre a instância em que ele seria processado, uma vez que Sérgio Machado não tem prerrogativa de foro.

A informação dada foi a de que provavelmente o processo seria desmembrado, pois o interesse do Ministério Público era enviar o mínimo possível de casos ao Supremo Tribunal Federal.

Essa informação preocupou claramente Sérgio Machado, que passou a definir sua estratégia de fazer delação premiada.

Na conversa, ele disse que sofreu pressão da família para fazer a delação, uma vez que o filho Expedito Machado Neto acabou sendo envolvido como gerenciador de um fundo de recursos no exterior. Ele mora em Londres – onde Sérgio Machado admitiu ter uma conta bancária. O valor do saldo e a movimentação dessa conta será conhecido nos detalhes pelos investigadores pois, pelo acordo, ele terá de informar tudo, sob risco de perder o benefício da delação.

Flávio Dino nomeia Luiz Gonzaga como procurador geral de Justiça

Luiz Gonzaga, procurador

 

O governador Flávio Dino (PCdoB) nomeou nesta segunda-feira (30), o novo procurador-geral de justiça do Ministério Público do Maranhão, que estará à frente da administração no biênio 2016 – 2018.  O anúncio foi feito pelas redes sociais.

O procurador nomeado foi Luiz Gonzaga Martins Coelho que foi o segundo colocado na eleição realizada no dia 16 de maio.

A posse do novo procurador-geral de justiça está marcada para o dia 15 de junho.

“Resolvi nomear o promotor Luiz Gonzaga como novo procurador-geral de justiça, a partir da lista tríplice que me foi enviada pela instituição”, escreveu Dino.

Luiz Gonzaga Martins Coelho foi o segundo colocado e recebeu 183 votos, vinte e nove a menos que o primeiro colocado. A lista tríplice teve ainda o promotor José augusto Cutrim Gomes, com 212 votos e que foi o primeiro colocado e Justino da Silva Guimarães que ficou em terceiro com 146 votos.

Luiz Gonzaga Martins Coelho ingressou no Ministério Público do Maranhão em 3 de janeiro de 1994, como promotor de justiça substituto. Foi titularizado na Comarca de Olho D’Água das Cunhãs, de onde foi promovido, por merecimento, para a 2ª Promotoria de Justiça de Presidente Dutra.

Em maio de 1998, foi promovido para a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Timon, mais uma vez pelo critério de merecimento. O promotor foi titular, ainda, de promotorias nas Comarcas de Caxias e Bacabal. Desta última foi promovido, em 2012, para São Luís. Na capital, ocupa a 28ª Promotoria de Justiça Especializada, com atribuições na área da infância e juventude.

Luiz Gonzaga Coelho também foi presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão, no período de 2004 a 2007.

 

 

Waldir Maranhão enganou até a Justiça Eleitoral

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), fraudou as contas eleitorais em campanha para deputado em 2010. Para justificar os gastos da eleição, ele declarou à Justiça Eleitoral a venda de uma casa em bairro nobre de São Luís, mas até hoje o parlamentar e a família moram no imóvel. A informação foi divulgada neste domingo pelo O Globo.

waldir maranhao

O deputado teria alegado que usou o dinheiro da venda do imóvel para fazer uma doação para sua própria campanha de reeleição, mas a transação nunca foi efetivada e até hoje a casa está registrada em seu nome e de sua esposa. De acordo com o jornal, Maranhão teria dito à Justiça Eleitoral ter doado para si mesmo R$ 557,6 mi para explicar os recursos arrecadados em 2010. O alto valor despertou a atenção do Ministério Público Eleitoral, já que o seu patrimônio era de apenas R$ 16,5 mil.

Waldir Maranhão disse que fez empréstimo (Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

Em investigação, o presidente interino afirmou que havia pedido um empréstimo de R$ 98 mil do Banco do Brasil e o resto do dinheiro teria sido completada com sua renda como deputado e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado.

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) informou que o julgamento do caso que investigava as contas de Maranhão já foi encerrado e que não há denúncia ou processo em que o parlamentar seja réu.

Nota divulgada pela assessoria de imprensa da presidência da Câmara no jornal diz que Maranhão não responde mais a qualquer processo no TRE-MA. Além disso, a comunicação do Ministério Público informou que considerou o caso encerrado, depois da decisão da Justiça.

Justiça afasta Amarildo Pinheiro, prefeito de São João Batista

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Prefeito Amarildo

O prefeito de São João Batista, Amarildo Pinheiro Costa; o secretário municipal de Administração e Planejamento, Izael de Oliveira Cassiano; e o presidente da Comissão de Licitação do Município, José Ribamar Pereira Santos, foram afastados pelo prazo de 180 dias. A decisão, datada da última quarta-feira (25), foi do juiz Marcelo Moraes Rêgo de Souza, titular da Comarca de São Bento respondendo atualmente pela Comarca de São João Batista. Os réus não perderão a remuneração mensal. Na decisão, o magistrado determina ainda aos substitutos dos afastados que os sucedam, imediatamente. A decisão foi cumprida na manhã desta segunda-feira (30).

No documento, o juiz determina ainda a imediata comunicação da decisão à Câmara Municipal de Vereadores de São João Batista, para que seja providenciada, na forma do Regimento da Casa, a convocação da sessão solene extraordinária e lavratura da respectiva ata de termo de posse e exercício provisório em favor dos respectivos substitutos dos afastados. O prazo para essa determinação é de cinco dias.

As agências de todos os bancos estabelecidos no município também devem ser comunicadas da decisão para ciência do afastamento do prefeito e de sua substituição pelo vice-prefeito, devendo providenciar a imediata habilitação do autógrafo desse último junto às instituições bancárias, consta das determinações.

A decisão do juiz atende à Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa com Pedido de Liminar de Afastamento do Cargo Público interposta pelo Ministério Público em desfavor dos réus, além de R.N.Mendes e A. Edileusa Dourado, sustentando a prática de improbidade administrativa na condução de processos licitatórios (nº 023/2013 – Carta Convite nº 011/2013).

Na ação, o MP cita “diversas irregularidades” cometias pelos requeridos quando do processo licitatório para fornecimento de refeições prontas para os órgãos municipais, e vencido pelo citado R.N.Mendes Alves. De acordo com o autor da ação, para dar legalidade ao processo licitatório os réus teriam realizado “um jogo de cartas marcadas, em que todos já sabiam quem seria vencedor, ferindo o princípio da livre concorrência da licitação, bem como os princípios da administração pública, em especial o da legalidade e da moralidade”. Ainda segundo o autor da ação, perícia realizada pelo Instituto de Criminalística – ICRIM apontou para a falsificação de documentos e assinaturas, ferindo a lisura do processo licitatório e Carta Convite.

Na visão do magistrado, “o feito se encontra satisfatoriamente instruído para viabilizar o exame apurado do pedido de afastamento dos agentes públicos, tal como requerido pelo Ministério Público na inicial. Nas palavras do magistrado, o afastamento dos réus é imprescindível para a preservação dos bens públicos, uma vez que os mesmos exercem funções no Poder Executivo do Município, o que, segundo o magistrado, “poderá resultar em risco à ordem pública e à ordem econômica, bem como os favorecem a manipularem documentos fraudulentos”.

Marcelo Moraes Rêgo destaca ainda “o caráter aparentemente criminoso na condução do processo licitatório e dos artifícios utilizados, o que causou danos ao erário e lesão aos princípios da administração pública”, gravidade que, na visão do juiz, justifica o afastamento.

E conclui: “Novas provas deverão ser produzidas durante a instrução processual, a fim de embasar o decreto condenatório ou absolutório. Assim, temerário manter os requeridos em seus cargos, pois, como isto, estes têm por hábito, com fim de garantir seus interesses, falsificar documentos, o que pode frustar a busca da verdade real, por meio de conjunto probatório viciado”.

 

Vereadores tucanos fecham arco de aliança em torno de Eliziane Gama

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A presidência municipal do PSDB em São Luís, liderada por Pinto Itamaraty, esteve reunida na sexta-feira (27) para dialogar sobre as campanhas eleitorais para São Luís, deste ano.

Os vereadores participaram em peso do encontro e o nome de Eliziane Gama para a disputa da prefeitura da nossa capital foi mais uma vez bem recebido por todos.

A aliança entre PSDB e PPS foi firmada no início desta semana e conta com o apoio de ambas as direções nacionais dos partidos.

José Joaquim, Dr. Gutemberg, Eidimar Gomes e Josué Pinheiro não só elogiaram o nome de Eliziane como aproveitaram o momento para tecer sugestões de campanha.

O presidente do ITV-MA, Ribamar Soares; o tesoureiro do PSDB estadual, Júnior Viana, e Thiago Azevedo, membro do PSDB municipal, também estiveram presentes na reunião.

 

Dilma mentiu duas vezes sobre encontros com Odebrecht

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Josias de Souza

Em entrevista à Folha, Dilma Rousseff foi inquirida sobre a quantidade de encontros que manteve com Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora do país, preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015. “Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada”, afirmou Dilma. “No Planalto, eu não me lembro.” Essa resposta não é verdadeira.

De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, consultados pelo blog, Dilma recepcionou o mandachuva da Odebrecht pelo menos quatro vezes desde que virou presidente, duas das quais no Palácio da Alvorada —ambas em 2014, ano da campanha à reeleição.

Num desses encontros que Dilma afirma que “nunca” ocorreram no palácio residencial, o empreiteiro chegou em tempo para servir-se do almoço, às 11h30 do dia 26 de março de 2014 (clique sobre a imagem abaixo para ampliá-la). Noutro encontro, Odebrecht foi recebido pela inquilina do Alvorada às 9h30 do dia 25 de julho de 2014 (veja na imagem reproduzida no rodapé do post).

Dilma recebeu Odebrecht no Alvorada em 26 de março de 2014

encontro de dilçma

As duas audiências concedidas por Dilma no Palácio do Planalto, seu local de trabalho, ocorreram em 2013. Uma no início do ano, em 10 de janeiro. Outra no segundo semestre, em 10 de outubro.

 

Dona de uma memória que seus auxiliares consideram prodigiosa, Dilma apagou os encontros com Marcelo Odebrecht da lembrança num instante em que suas relações com o empreiteiro estão crivadas de suspeitas. Nos últimos dias, vieram à luz gravações que tonificam a suspeição. Foram feitas pelo mais novo delator da Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

 

Em conversa com José Sarney, gravada no último mês de março, Machado evocou a prisão do marqueteiro das campanhas petistas João Santana, ordenada por Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, no mês anterior.

 

— A Dilma não tem condições. Você vê, presidente, nesse caso do marqueteiro, ela não teve um gesto de solidariedade com o cara. Ela não tem solidariedade com ninguém não, presidente, disse Machado.

 

— E nesse caso, ao que eu sei, é o único que ela tá envolvida diretamente. E ela foi quem falou com o pessoal da Odebrecht para dar, acompanhar e responsabilizar pelo Santana, respondeu Sarney.

 

No momento, a Odebrecht negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo para que seus executivos se tornem delatores em troca de benefícios judiciais. Na definição de Sarney, captada pelo autogrampo de Machado, a “Odebrecht vem com uma metralhadora ponto 100.”

 

Também gravado, Renan Calheiros, presidente do Senado e padrinho da nomeação de Sérgio Machado para a Transpetro, ecoou Sarney numa referência à caixa registradora da campanha de Dilma à reeleição. Renan disse que Odebrecht “vai mostrar as contas” em sua delação. E Machado: “Não escapa ninguém de nenhum partido. Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum.”

 

“Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso”, disse Dilma ao ser instada a se manifestar na entrevista à Folha sobre os rumores de que o empreiteiro a acusará de pedir dinheiro para pagar o marketing da campanha de 2014. “Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana [em 2014], tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa dois?”, perguntou Dilma.

 

A Polícia Federal e a Procuradoria da República trabalham para responder à indagação de Dilma. Em verdade, já reuniram um bom lote de evidências que indicam que a verba que fluiu da Odebrecht para Santana por baixo da mesa encontra-se no estrangeiro.

 

Antes mesmo da prisão de João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, a PF havia recolhido no celular de Marcelo Odebrecht uma pérola com formato de ameaça. Em mensagem endereçada a um executivo de sua empreiteira, Odebrecht anotou: “Dizer do risco cta [conta] suíça chegar na campanha dela.”

 

O “risco” insinuado no texto de Odebrecht é óbvio: parte dos serviços de marketing prestados à campanha de Dilma foi liquidada com dinheiro roubado da Petrobras. E a verba de má origem foi enviada ilegalmente para fora do país.

 

Nesse contexto, João Santana arde na fogueira da Lava Jato em posição análoga à de João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro petista. Ambos receberam verbas surrupiadas da Petrobras por conta dos vínculos com o PT. O que fazia Santana para o partido? Campanhas eleitorais, entre elas a campanha que resultou na reeleição e Dilma.

 

Os investigadores manuseiam farta documentação. Em meio aos papéis, há uma carta de Mônica Moura, a mulher de João Santana, que também está presa. Foi endereçada a Zwi Skornicki, apontado como operador de petropropinas. Na carta, a mulher de Santana indica duas contas bancárias. Uma aberta em Nova York. Outra, em Londres.

 

A Polícia Federal informa que essas duas contas estão associadas a uma terceira, aberta na Suíça. Junto com as contas, Mônica enviou cópia de um contrato celebrado anteriormente com offshore vinculada à Odebrecht. Deveria ser usado como modelo para as remessas do operador Zwi.

 

Guiando-se pelos indícios, a turma da Lava Jato identificou repasses milionários ao casal da marquetagem. Com a ajuda da Receita Federal, farejou-se até a aquisição por João Santana de um apartamento de luxo em São Paulo com verba entesourada no exterior. Sérgio Moro já determinou o bloqueio do imóvel. Servirá para ressarcir o Estado em caso de eventual condenação.

 

Não é só: de acordo com o delator e senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS), Dilma nomeou um ministro para o STJ, Marcelo Navarro, com o compromisso de ele votar a favor da concessão de liberdade para Marcelo Odebrecht, cuja prisão fará aniversário de um ano neste mês de junho. Navarro chegou a votar a favor da concessão de um habeas corpus a Odebrecht. Mas foi voto vencido no STJ.

 

“É absurda a questão do Navarro”, disse Dilma à Folha, reiterando a contestação à deduragem de Delcídio. “Eu não tenho nenhum ato de corrupção na minha vida.”

 

Graças ao depoimento de Delcício, o procurador-geral da Repúbica Rodrigo Janot requisitou no STF a abertura de um inquérito para apurar se Dilma tentou obstruir a Justiça, o que é considerado um crime. É contra esse pano de fundo tóxico que Dilma tem dificuldades para lembrar dos encontros que propiciou em Brasília ao principal empreiteiro do país.

 

 

Dilma recebeu Odebrecht no Alvorada em 25 de julho de 2014

encontro de dilma 2— Atualização feita às 11h09 deste domingo (29): A assessoria de Dilma Rousseff procurou o blog para explicar o seguinte: “Ao dizer que ‘NUNCA’ esteve com Marcelo Odebrecht no Palácio da Alvorada [residência oficial] referia-se ao segundo mandato”.

Conforme demonstrado na reportagem acima, noves fora os encontros ocorridos no Planalto, Odebrecht foi recebido por Dilma no Alvorada pelo menos duas vezes em 2014, último ano do primeiro mandato de Dilma. O blog havia entendido que ‘NUNCA’ significa ‘NUNCA’.

De resto, Dilma reafirma, segundo sua assessoria, que “a última vez” que esteve com Marcelo Odebrecht “foi no México, em maio de 2015.” Natural. No mês seguinte, junho de 2015, por ordem do juiz Sérgio Moro, o personagem foi recolhido a um xadrez de Curitiba, onde permanece hospedado.

E-mail pra Dona Bibi

email-para-dona-bibi

Ei, Bibi, muito bom dia! Espero que estas poucas e mal traçadas cheguem a encontra-la na paz de espírito com o Todo Poderoso por aí, ao lado dele. Por estas bandas, gatinha, o parangolé continua lá por Brasília, depois do afastamento da presidente Dilma e o prosseguimento da Operação Lava Jato.

E o furdunço tem aumentado a cada dia. Na semana passada, por exemplo, o Sérgio Machado, que foi presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobrás), botou mais lenha na fogueira, ao liberar áudios de conversas entre ele e grandes figuras da política nacional, como o nosso Sarney, o Renan Calheiros, o Pauderney Avelino, que se mostrava figura de muita moral na Câmara Federal e tantos outros.

Ele também citou Lula, Dilma e outros astros do petismo. Todas as conversas convergiam para o mesmo ponto: Estratégia para sepultar a Lava Jato.  Aí já viu, né? O PT respirou fundo e seus líderes foram para a mídia, dizer que, por conta disso, o impeachment da Dilma não pode valer.

Esqueceram os nobres petistas de históricas roubalheiras, que muitos petistas apareceram nesta e em outras conversas. Aí eles dizem que é golpe, que é manobra da mídia, que é perseguição. Coisa de bandido que é pilhado em ação.

O nosso heroico Waldir Maranhão continua e se destacar na mídia nacional. Depois do filho, flagrado ganhando sem receber pelo TCE do Maranhão, agora foi a vez de uma irmã, que era poderosa na Secid (Secretaria de Cidades).

Pelos relatos que escutei, a cidadã batia o escanteio e saía em disparada e conseguia fazer o gol de cabeça, tantas eram as atividades que desempenhava na pasta, que tem como titular a economista Flávia Alexandrina, que é sobrinha do nosso saudoso Bernardo Coelho de Almeida.

Vamos agora às mais importantes.

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Fui almoçar com teu bisneto, o Filipe, filho da Tâmara, na sexta-feira. O pimpolho tá forte como um touro. Correu pros braços do avô e disse que não ia para a aula, porque queria era passar a tarde com esse coroa, que em momentos como esse se transforma em criança.

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Não pude ficar com o pequerrucho, porque tinha que ir buscar tua neta, a Lívia, no Dom Bosco. Outra grande emoção. Ela chega brandindo um livro e um diploma, que lhes foram dados pela direção da escola.

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O diploma era  da “Melhor Leitora do Semestre. Esqueci de te relatar, que Lívia é como, se chamava antigamente os ávidos leitores de “ratos de biblioteca”. Depois dessa é que entendi as razões de muitas das vezes ela não lanchar, embora levando a verba para tal finalidade.  É que, na hora do recreio, se manda é para a biblioteca do colégio, ou então devora livro que leva de casa.

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Se fiquei emocionado, imagine a reação da Elineusa, quando tomou conhecimento da história. As lágrimas desceram aos borbotões e as duas foram parar no cinema na tarde de sexta-feira. Não fui porque tinha de fazer o relato.

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Olha morena, está um clima de velório na Prefeitura de São Luis. Isso em razão dos resultados de algumas pesquisas sobre as eleições de outubro, em que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior não se apresenta bem das pernas, correndo o risco de sequer chegar ao segundo turno.

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Tive acesso a algumas dessas pesquisas,  e te confesso que a situação é delicada, principalmente quando o assunto é rejeição. Na estratosfera a rejeição do chefe do Executivo Municipal.

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Os números não podem ser divulgados, já que os  levantamentos não foram registrados perante a Justiça Eleitoral. Mas quem vive no meio político sabe o que estou escrevendo.

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Será que alguém ainda aposta uma pataca furada na reeleição do deputado Waldir Maranhão, depois de tanta patacoada que fizeram eco no Brasil inteiro e no exterior?

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Maranhense é engraçado. Bandidos se danaram a tocar fogo em ônibus em São Luis e o governador Flávio Dino pediu apoio da Força Nacional. Foi atendido prontamente. Mesmo assim, vem sendo bastante criticado. Vá entender esse povo….

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Ah, morena, perdemos o nosso Papete, na última quinta. Fez sua viagem celestial vitimado por um câncer de próstata. Assinou sua ficha para o estrelato com a interpretação do disco “Bandeira de Aço”, de 1978, interpretando músicas de Josias Sobrinho, César Teixeira e outros bambas maranhenses.

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O São João sem o Papete não será o mesmo este ano. O artista, considerado um dos maiores instrumentistas do mundo, sempre passava as festas juninas em São Luis, levando sua arte em vários arraiais. Vai alegrar o arraial celestial, ao lado de Coxinho e de outros artistas da terra, minha gata.

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Tremei políticos! O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, proibiu a classificação de processos como “ocultos”, segundo informou a assessoria de imprensa do órgão na sexta-feira (27).

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Diferente dos processos sigilosos, cujo conteúdo é desconhecido, o processo oculto sequer aparecia no sistema do STF.

Agora, será possível verificar a existência de uma investigação e a identificação dos investigados, seja nominalmente, ou por meio de suas iniciais, no caso de procedimentos sob sigilo.

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A extinção desse tipo de classificação foi feita por meio de uma resolução. No documento, o presidente do tribunal aponta a “necessidade de melhor disciplinar a classificação e tramitação do crescente número de documentos e feitos de natureza sigilosa” que ingressam no STF.

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A resolução informa que fica “vedada a classificação de quaisquer pedidos e feitos novos ou já em tramitação no Tribunal como ‘ocultos'”. No documento, Lewandowski argumenta que a medida atende aos princípios constitucionais da publicidade, do direito à informação, da transparência e aos tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

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Uma boa, Bibi, porque essa regalia era só para políticos. Pobre quando responde a processo, neguinho só falta colocar é em outdoor. Já políticos e ricos tinha essa história de  “processo oculto”.

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Olha, minha santa, com essa, teu pretinho vai se despedindo por aqui, esperando que não haja qualquer contratempo para o retorno do próximo domingo.

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Beijão desse filhote que te ama e que jamais irá de esquecer. É amor  para toda eternidade.

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Djalma

 

 

Senador quer que preso paguem as próprias despesas

presos

Um projeto de lei em tramitação no Senado propõe que os presos paguem despesas com a suaprópria manutençãono sistema prisional, seja em dinheiro ou na forma de trabalho.

Segundo o projeto nº 580 de 2015, cujo autoria é do senador Waldemir Moka (PMDB-MS), a alteração da Lei de Execução Penal é uma forma de “o preso ressarcir o Estado”.

No texto, Moka justifica que o sistema prisional no Brasil passa por uma “grave situação”, sendo a falta de recursos um dos principais motivos.

“Se as despesas com a assistência material fossem suportadas pelo preso, sobrariam recursos que poderiam ser aplicados em saúde, educação, em infraestrutura etc.”, sugere o senador.