Evangélicos manifestam apoio à candidatura de João Castelo

O prefeito João Castelo esteve, neste sábado (29), no salão nobre da Associação Comercial do Maranhão, na cerimônia cívico-religiosa promovida pela Associação Maranhense de Ministros Evangélicos (AME), atendendo a convite de pastores e teólogos. Acompanhado do candidato a vice-prefeito, deputado Neto Evangelista – que é evangélico – Castelo compartilhou de momentos de oração e da solenidade de entrega de diplomas e certificados a empresários, comunicadores, religiosos e profissionais liberais que formaram parceria nos eventos coordenados pela AME, nas comemorações dos 400 anos de fundação da cidade de São Luís.
No meio da semana, o candidato à reeleição da coligação “Pra Fazer Muito Mais” participou de reunião com centenas de mulheres que integram a Frente Evangélica “Por uma Cidade Justa e Solidária”, num lotado salão de uma casa de eventos da Capital. As representantes de várias denominações evangélicas explicitaram apoio à reeleição de Castelo.
Castelo tem sido convidado e tem participado de muitas reuniões com representações de várias religiões cristãs. Católico praticante, se define como eticamente cristão, crente em Deus e seguidor dos princípios de amor ao próximo e respeito à pessoa humana.

“Tenho amigos em todas as religiões e minha forma de governar jamais foi excludentes em todos os aspectos. É por isso que tenho a honra de receber apoio político como forma de reconhecimento do meu trabalho”, comentou Castelo.

Temer utiliza jatinho de construtora para participar de campanha em MT

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) usou o jatinho de uma empresa que tem contratos com o governo federal para participar da campanha eleitoral do candidato do PT à Prefeitura de Cuiabá (MT), Lúdio Cabral.

Presidente licenciado do PMDB, Temer viajou numa aeronave da construtora Cowan no último dia 21 de setembro para ajudar a alavancar a candidatura do petista, que está em segundo lugar nas pesquisas e tem como vice o peemedebista Francisco Faiad.

A Cowan participa da construção de um trecho na Bahia da Ferrovia Oeste-Leste, da estatal Valec (estatal responsável pelas ferrovias).

A empresa também tem contratos com financiamento do governo federal nos Estados, como a construção do sistema de transporte rápido de ônibus em Belo Horizonte.

O uso da aeronave foi revelado pela revista “Veja”.

A vice-presidência afirmou que o jatinho foi cedido ao PMDB como doação de campanha, em “contrato de cessão de bem móvel”.

Segundo a assessoria de Temer, a cessão será declarada à Justiça Eleitoral na prestação de contas do partido.

A reportagem não conseguiu contato ontem com representantes da Cowan.

Por Aldir Dantas
CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA
GERAM FOME E MISÉRIA NO CAMPO

Ao longo dos últimos quinze anos, venho acompanhando os sérios e graves problemas pela posse da terra no Maranhão. Pelo menos em mais de cinco vivenciei de perto sofrimentos de milhares de famílias, olhando de perto mulheres, crianças e homens fazerem clamores pelo direito de justiça e de terem uma pequena área para com o suor de cada dia, retirar da terra o alimento de cada dia para viver. Quando fui membro do Conselho Arquidiocesano de Pastoral, participando de reuniões e conhecendo pessoas, não demorou e logo estava integrado como colaborador da Comissão Pastoral da Terra e da Pastoral da Criança. Com o padre Chagas, coordenador regional da CPT e Pedro Marinho estive em inúmeros municípios e nas áreas de conflitos, vendo de perto os massacres que latifundiários e fazendeiros com a conivência dos poderes constituídos impunham aos pobres e oprimidos, o que mexia profundamente com a minha consciência crítica e a indignação acabava se transformando em revolta. Mais tarde com a gestão do padre Flávio Lazzarin e a participação de Pedro Marinho, iniciei um grande aprendizado sobre a problemática política, social e econômica no meio rural. Participei de inúmeros treinamentos destinados para agentes da Comissão Pastoral da Terra e conhecei muita gente desde as lideranças que lutavam com missão profética e a determinação dos bispos Dom Franco Masserdotti, Dom Xavier, Dom Reinaldo Punder, Dom Affonso Gregory, que juntamente com muitos padres e lideranças comunitárias defendiam famílias do campo e enfrentavam o capitalismo selvagem sem medir esforços e nem temer os que se julgavam poderosos com a proteção de inúmeras instituições de todos os poderes constituídos. Deus chamou Dom Franco, Dom Gregory e Dom Reinaldo e transferiu para Dom Xavier e aos demais membros do episcopado maranhense a missão de continuar a luta pela dignidade humana e direitos do Povo de Deus, das centenas comunidades ameaçadas pelo agronegócio da soja e do eucalipto, principalmente. A luta sempre teve a Igreja Católica na frente, mas não podemos de reconhecer os importantes trabalhos de entidades que deram e continuam dando suporte para a luta, como a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, o Fórum Carajás, a Fetaema, o Cimi e várias outras com forte atuação no Estado e muito viva no Baixo Parnaiba, além da participação em algumas oportunidades do Ministério Público, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Maranhão.
De todos os conflitos, muitos dos quais com mortes, perseguições empreendidas aos quilombolas, aos povos indígenas e às famílias de pequenos agricultores, muitos dos mais revoltantes foram protagonizados pelo grupo Suzano Papel Celulose no Baixo Parnaíba. É responsável pela expulsão de centenas de famílias, empurrando jovens para a prostituição e para as drogas. Muitos idosos morreram de desgosto por serem obrigados a deixar a terra onde nasceram e se criaram, assim como muitos pais perderam a vida causadas pela exaustão no corte da cana em São Paulo, Góais e Mato Grosso. São inúmeras as denúncias de que terras devolutas estão incorporadas ao patrimônio de grupos predadores do meio ambiente e infelizmente vivemos a hipocrisia de que as instituições não sabem de nada. A realidade é que milhares de famílias vivem a incerteza de que hoje estão em suas terras de posse e amanhã não sabem se continuarão ou se ainda estarão com vida. Atualmente são mais de 700 mil famílias em plena miséria e passando fome em todo o Maranhão e hoje mesmo o número pode ser muito maior. As desigualdades crescem e com ela a violência . O alento de milhares de famílias é de que não estão só, e que podem contar com a Igreja Católica e centenas de entidades unidas pela luta em favor da paz e da justiça. No momento estamos vivendo uma espécie de trégua, em razão das eleições, mas logo em seguida os conflitos retornam. A verdade é que não há perspectiva de mudança, para tanto o governo abandonou a pequena agricultura e o Maranhão é um grande importador de alimentos, o que tem elevado o custo de vida e aumentado as desigualdades. Falar de reforma agrária é alimentar um sonho de muitos agricultores e agricultoras brasileiros , e é possível ser transformado em realidade, com a luta diária de todos em busca de direitos, dignidade, justiça e paz.

SEIS ANOS SEM DOM FRANCO MASSERDOTTI
A data de ontem marcou o registro do sexto ano do passamento do bispo Dom Franco Masserdotti, da Diocese de Balsas, vítima de acidente de trânsito. Foi um dos bispos da Igreja Católica bem atuante, se constituindo juntamente com Dom Luciano Mendes (falecido 21 dias antes), defensores dos direitos e da dignidade dos povos indígenas . Dom Franco é até hoje lembrado com muitas saudades pelo Povo de Deus de Balsas, do Maranhão, do Brasil e da Itália, sua terra natal.
CADÊ A OPERAÇÃO TAREFA?
Anunciada para enfrentar a insuportável violência em nossa capital, a Força Tarefa, infelizmente ficou apenas no discurso. Os assassinatos, o consumo de drogas e outras práticas intoleráveis de violência continuam desafiando o Sistema de Segurança e aumentando a intranqüilidade da população. A Policia Militar não tem efetivo capaz de atender a capital e muito menos o interior, para fazer prevenção e repressão. Nenhum candidato a prefeito de São Luís trata da gravíssima problemática da violência na capital.

E-mail pra dona bibi

Olá, minha gata, muito bom dia! Falta apenas uma semana para as eleições municipais e, no Maranhão, pelo visto, Bibi de Deus, retrocedemos quatro décadas atrás, quando muitas pendengas eram resolvidas na base da bala. A coisa tá ficando é preta, com registros de assassinatos e muitas ameaças.
Para que tenhas uma idéia, no sábado da semana passada, executaram a tiros, em Barra do Corda, o vereador e candidato à reeleição, Aldo Andrade. Crime com características de pistolagem. O borracheiro que estava ao lado do parlamentar também tombou morto.

Na cidade de Brejo, a casa do secretário de Educação foi alvejada por tiros de revólver. Ainda em Brejo, o presidente da Câmara Municipal teve a casa invadida e apedrejada.
Na última terça-feira quase morre a prefeita de Araioses, Luciana Trinta, no povoado Mocambo, quando fazia uma visita de campanha no local. Oito homens partiram pra cima dela com facas, paus e pedras. Não fosse a interferência de terceiros, teria sido assassinada.

Na última quinta-feira, mataram a balas o secretário de Meio Ambiente de Santa Luzia do Tide, Elias Mendes Sousa, na porta da própria residência, por motivações políticas. O homem era político e pastor evangélico. Em São Luís, era vizinho do Domingos Ribeiro, da Rádio Mirante AM

Ainda na mesma data, foi assinado o empresário conhecido como João Grande, na cidade de Arame, quando assistia a um comício numa praça pública.

O que consola um pouco é o fato do TSE ter acatado pedido do TRE do Maranhão e vai enviar a Força Nacional para 27 municípios. Na sessão de quarta-feira, na Assembleia Legislativa, o deputado Zé Carlos do PT solicitou a presença da polícia nos municípios de Brejo e Paulo Ramos para garantir a tranquilidade da eleição.
Esse é o retrato da campanha política do Maranhão, onde jagunços armados querem determinar em que os cidadãos irão votar, sob o risco de espancamentos e até assassinatos.
Olha, tua netinha, a Lívia, será batizada no próximo dia 14 de outubro, na Igreja da Sé. A tia e madrinha dela, a Rafaela tá juntando parte das tralhas em Imperatriz para passar uma semana em São Luís, por conta do batizado.
Vamos agora às mais importantes, morena, que a maré não tá pra peixe. De jeito nenhum.
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Escrevi sobre a violência acima, mas antigamente, além da violência, a fraude corria solta. Os coronéis da política era quem ditavam as regras das eleições, até porque tinham sob a guarda, juízes, promotores e delegados.
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A história do coronel que entregava a cédula preenchida para o analfabeto votar e pedia que lhe entregasse a que recebia do secretário da seção eleitoral, é primorosa e posta na conta de vários desses chefões políticos, em vários municípios, de diversos Estados.
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A primeira vez que ouvi essa história, foi do Afonso Bacelar, atribuída ao próprio pai, Duque Bacelar, que morreu assassinado em Coelho Neto, muitos anos atrás.
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Trabalhava no Sistema Difusora, lá pela década de 1980, quando o Afonso Bacelar, ou “o Jacaré”- como muitos o chamavam pelas costas- numa roda de jornalistas novato contou entre gargalhadas.
-Papai comandava a política na região. Certa vez, chamou um grupo de empregados, entregando-lhes cédulas preenchidas e orientando que lhes entregassem as que recebessem na seção.
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Findo a tarefa – continuou Afonso -, o líder do grupo foi até Duque Bacelar indagar em quem realmente eles haviam, votado.
-Isso não interessa a vocês! Fiquem sabendo que o voto é secreto!
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Já ouvi relato sobre essa prática atribuída a antigos coronéis das Alagoas, de Pernambuco, Ceará e outros Estados, geralmente do Nordeste, onde a política sempre caminhou junto com a fraude e a violência.
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Olha, cidadã, vem aí o segundo turno e tem neguinho que terá de sair da moita, como diz o Jairzinho, para explicar as péssimas companhias com quem anda.
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Não existe aquela máxima de que “dize-me com quem andas que te direi quem tu és?” Pois bem, à mulher de César, não basta ser honesta, ele tem que parecer honesta.
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Como a coluna hoje é dedicada quase que exclusivamente para as eleições, em Tuntum o clima não é menos quente do que em outras regiões do Estado, mas lá há uma peculiaridade .
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Estão na disputa o ex-prefeito Cleomar Tema, que já ocupou o cargo por três vezes e foi presidente da Famem e a ex-esposa dele, a Ana Isabel, cuja experiência política se resume ao fato de ter sido vice do ex-marido.
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As pesquisas de opinião apontam que o Tema vai dar uma sova de votos na ex-mulher. A diferença é arrasadora. E olha que a adversária conta com o apoio declarado do governo do Estado.
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Em São Luís, se não houver contratempos, disputarão o segundo turno o prefeito João Castelo e o deputado federal Edivaldo Holanda Júnior. Nas últimas pesquisas, ambos aparecem empatados tecnicamente.
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Problema para o Edivaldinho será explicar à sociedade a sua aliança com o Weverton Rocha, aquele do Castelão, do Costa Rodrigues e da Umes. Tarefa um tanto difícil.
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Me ligaram na sexta-feira, para dizer que tem candidato a vereador em São Luís que estaria trocando votos por pedras de crack , trouxinhas de maconha e merla.
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Ufa! Estou chegando ao final da campanha sem nenhuma advertência ou multa, por conta do programa Notícias da Capital, lá na Capital AM.
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Também, morena, é exatamente durante a campanha que a Justiça Eleitoral taca uma rolha na boca de nós, comunicadores. Acho que deveria ser exatamente o contrário, num período em que poderíamos dizer para os eleitores quem é quem no jogo do bicho.
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Não é brincadeira não, mas já começo a sentir saudades da propaganda eleitoral. Mas só dos candidatos a vereadores. Muitos deles fazem a diferença.
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A do “Vê se te toca, vota em Santoca”, é uma delas. Muita rima nas apresentações. Apareceu um este ano, cujo maior mérito é ser ouvinte assíduo de rádio AM.
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E os “doutores”…. Ah, Bibi, uma grande parcela dos pretendentes a uma vaga na Câmara Municipal se apresenta como doutores. Tem deles que sequer tem especialização na área em que se formou.
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Bem, gatinha, com essa, vou ficando por aqui, garantindo que retorno na próxima semana, se Deus quiser. E ele quer, porque ele é bom.
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Beijão do filhote amado
Djalma

Apresentadora Hebe Camargo morre aos 83 anos em São Paulo

A apresentadora Hebe Camargo, uma das pioneiras da televisão brasileira, morreu aos 83 anos na manhã deste sábado (29), em consequência de uma parada cardíaca, em sua casa em São Paulo.

Na última quinta-feira (27), o SBT havia anunciado a volta de Hebe à emissora. Ela estava afastada do canal de Silvio Santos desde dezembro de 2010, quando não renovou seu compromisso e migrou para a Rede TV!.

As idas e vindas de Hebe ao hospital começaram naquele ano, quando ela passou por cirurgia e quimioterapia após ser diagnosticada com câncer no peritônio, membrana que envolve os órgãos do aparelho digestivo.

Em março deste ano, outro susto. A apresentadora passou por outra cirugia para retirar um tumor no intestino. Um mês depois, recuperada, porém um pouco debilitada, voltou ao ar na Rede TV!.

Em junho, Hebe foi levada às pressas ao hospital para a retirada da vesícula. No mês seguinte, ficou internada por cinco dias para realizar exames de rotina.

DOENÇAS

Em janeiro de 2010, Hebe Camargo foi internada no mesmo hospital, o Albert Einstein, em São Paulo, para a retirada de um tumor.

A operação ocorreu assim que os médicos diagnosticaram nódulos no peritônio, membrana que envolve a cavidade abdominal –um câncer raro, mas tratável, segundo a equipe do hospital.

Após a cirurgia, Hebe começou a fazer sessões de quimioterapia para combater a doença. Em março, em meio ao tratamento, voltou a gravar seu programa, então no SBT, emissora que a acolheu por 25 anos.

“Vou vivendo como se nada tivesse acontecido”, disse a apresentadora ao fim da gravação, acompanhada pela Folha. “Vou para a quimioterapia e não sinto nada, é uma coisa mágica na minha vida”, contou.

Na ocasião, Hebe afirmou que foi um pouco relapsa com sua saúde. “Eu fui um pouco, só fazia exame de sangue”, disse, completando que nunca teve nenhuma doença. “Só ia no hospital pra fazer plástica, ou no peito ou na cara.”

A apresentadora falou ainda sobre a perda de cabelos acarretada pela quimioterapia. “O meu médico comentou com meu sobrinho que meus cabelos iam cair, e foram os cabelos dele que começaram a cair de medo [de contar]. Quando eu soube, não tive impacto nenhum”, disse.

Hebe contou que ligou então para uma conhecida e fez “umas três, quatro” perucas. “Vocês estão crentes que é o meu cabelo? É peruca, pode fotografar!”

Em abril de 2010, a assessoria de imprensa da apresentadora afirmou que o câncer que a acometia já não existia mais.

O contrato de Hebe com o SBT foi selado em uma reunião entre a cúpula do SBT e o empresário dela, Cláudio Pessuti. Daniela Beyruti, diretora artística e de programação da rede, José Roberto Maciel, vice-presidente, e Leon Abravanel, diretor de produção, estavam presentes.

“Diretores e colaboradores do SBT comemoram a volta da artista, que sempre foi uma das mais queridas da casa”, dizia o comunicado da rede.

A negociação entre Hebe e SBT ocorria desde junho e foi revelada pela coluna Outro Canal, da Folha. Foi o apresentador Ratinho quem iniciou a aproximação entre as partes.

Em 17 de setembro deste ano, ela se desligou da Rede TV!, cujo compromisso iria até dezembro.

Hebe teria ficado meses sem receber seu salário e participação no merchandising de sua atração. No comunicado em que anunciou a saída da loira, o canal disse não ter pendências financeiras com ela.

Hebe não realiza gravações para a televisão desde junho, quando se submeteu a novas internações por conta de um tratamento contra um câncer no peritônio, descoberto em 2010.

Recentemente, Silvio Santos telefonou para a apresentadora, desejando que ela se recuperasse logo para retornar à TV.

Hebe estava escalada para participar do Teleton, que será exibido pelo SBT em novembro.

Ministros do STF que julgaram Collor relatam até ameaça de morte

Pressões, reuniões a portas fechadas e ameaças de morte marcaram o julgamento do ex-presidente Fernando Collor em 1994, no Supremo Tribunal Federal, segundo relato de magistrados que participaram do momento histórico.
Nos 20 anos do impeachment, o G1 procurou ministros do Supremo na época para ouvir relatos dos bastidores do julgamento que absolveu o ex-presidente, dois anos depois de ele ter os direitos políticos cassados pelo Congresso.
Na ocasião, 8 dos 11 ministros do Supremo participaram da votação na ação penal contra Collor. Dois se abstiveram de votar sob o argumento de que foram indicados para o tribunal pelo próprio ex-presidente – Marco Aurélio Mello e Francisco Rezek. Uma cadeira estava vaga em razão da aposentadoria do ministro Paulo Brossard.
O ex-presidente Fernando Collor durante interrogatório em 1993 referente à ação penal no Supremo que o acusava de corrupção passiva, comandada pelo relator do processo, o então ministro Ilmar Galvão (Foto: Arquivo Fotográfico do Senado Federal)O ex-presidente Fernando Collor durante interrogatório em 1993 referente à ação penal no Supremo que o acusava de corrupção passiva.
Ilmar Galvão também foi indicado por Collor, mas decidiu participar do julgamento e foi sorteado relator da ação penal contra o ex-presidente. Ele votou por inocentar Collor. O placar final ficou em 5 a 3 pela absolvição.
“Eu me convenci de que realmente o Collor usufruiu de uma sobra de campanha para efetuar três despesas: um tratamento dentário – hoje soa ridículo –, a compra de um carro, e uns trabalhos de alguém para melhorar o quintal da Casa da Dinda [de propriedade de Collor]. Eu não podia me convencer de que o Collor teria praticado crime por isso. Tinha prova nos autos das sobras de campanha”, afirmou Ilmar Galvão (leia entrevista do ex-ministro).
O juiz não julga porque acha, pela simpatia. O que eu posso dizer é que não havia prova contra o Collor. Seria um absurdo condenar alguém se não havia prova.”
Collor foi acusado pela Procuradoria Geral da República de se beneficiar de um esquema articulado pelo ex-tesoureiro de campanha Paulo César Farias para arrecadação de dinheiro de empresários que em troca receberiam favores no governo federal. De acordo com a denúncia, o ex-presidente recebeu dinheiro do suposto esquema para pagar despesas pessoais, como a compra de um Fiat Elba.

Também indicado por Collor para assumir vaga no STF, Carlos Velloso foi um dos três ministros que votaram pela condenação do ex-presidente.
“Eu condenei o moço [Collor] e ele me nomeou. Eu declaro que, no fundo do coração, eu mantenho sempre uma gratidão, mas eu não podia como juiz trair a minha consciência e minha ciência. Meu pai, que era juiz de direito, sempre dizia que o juiz sempre tem que decidir com a sua consciência e ciência. E eu não podia abrir mão disso”, disse.
O ministro Néri da Silveira também viu elementos suficientes para condenar Collor por corrupção passiva. Para ele, o ex-presidente recebeu recursos de empresários em esquema de pagamento de propina coordenado por PC Farias.
Collor foi absolvido porque a maioria dos ministros entendeu que, para a condenação por corrupção passiva, seria necessário a comprovação do “ato de ofício” (atitude cometida no exercício da função) em troca do recebimento de dinheiro. Mas Néri da Silveira discorda.
“Eu acho que, em determinados tipos de crimes, não é possível exigir uma prova concreta. Os fatos, a totalidade dos fatos, devem conduzir o juízo do magistrado”, afirmou, ao dizer que seria inviável Collor não ter ciência do esquema de corrupção montado por seu ex-tesoureiro. “Naquele caso, no meu ponto de vista, estava configurada a ligação [entre Collor e o esquema]”, declarou.

Pressão
Os ministros ouvidos pelo G1 relataram que sofreram pressões durante o julgamento de Collor.
Eu acho que, em determinados tipos de crimes, não é possível exigir uma prova concreta. Os fatos, a totalidade dos fatos, devem conduzir o juízo do magistrado”
Néri da Silveira, ex-ministro do Supremo, que votou pela condenação de Collor
“A sociedade, em razão da imprensa, formou logo um juízo contrário. Na ocasião do impeachment, tinha os jovens, caras-pintadas, que pediram o afastamento do presidente”, afirmou Néri da Silveira.

No foco dos opositores e apoiadores de Collor, o relator da ação penal, Ilmar Galvão, afirma que recebeu ameaças de morte.
“Houve até ameaça de morte. Algum sujeito por aí passava um telex ameaçando pessoas da minha família se eu absolvesse o Collor. Ele dizia que se eu absolvesse o Collor, era eu quem iria pagar”, lembrou.
Ilmar Galvão afirmou que guarda até hoje as cartas que recebeu – tanto as que pediam apoio ao ex-presidente, quanto as que traziam ameaças em caso de absolvição. “Eram cem cartas a favor do Collor e uma contra.”

(G1)

Candidata Rosangela já fez 88 caminhadas para conhecer a realidade dos bairros de Imperatriz

“Eu comecei minha campanha fazendo pequenas reuniões organizadas pelos candidatos a vereador da nossa coligação, onde participavam cinco, seis pessoas. Mas havia a necessidade de ser conhecida, afinal eu era um nome novo. Então resolvi caminhar. O primeiro bairro foi o Parque Alvorada I. E aí não parei mais. Hoje já conseguimos caminhar em 88 bairros de Imperatriz e mais diversos povoados da zona rural”. Comentou a candidata Rosângela Curado que começou a campanha com 1% das intenções de voto, crescendo vertiginosamente e incomodando os adversários. Durante as reuniões marcadas através de líderes comunitários e das caminhadas diárias Rosângela está tendo a oportunidade de conhecer a realidade das famílias e dos bairros de Imperatriz. Em 21 deles não há água para as necessidades básicas de uma família, como na Vila Vitória. Em todos existem problemas comuns, faltam ruas, saneamento básico, coleta de lixo, postos de saúde, escolas, creches. Tantos problemas contados pelos próprios moradores. Na Vila Zenira, por exemplo, não existem escola, nem posto de saúde. Quando precisam os moradores vão até ao bairro mais próximo que é a Vila Cafeteira.
E por onde a candidata passa acontecem momentos de muita emoção. A palavra mudança está na boca de homens e mulheres: Claudiana e Valdeci Alcântara, moradores no Bairro Mutirão há 20 anos tiveram suas esperanças renovadas com a candidatura de Rosângela; “nós queremos essa mudança. Acreditamos na força e coragem desta mulher. Por aqui nada aconteceu, a não ser essa poeira causada pelas máquinas que só apareceram há uns três meses por aqui”.
As crianças também caminham com Rosângela, correm para recebê-la, querem abraços, carinho. Muitas pessoas choram. Rosângela também se emociona ao sentir o carinho das pessoas: “Eu olho cada um nos olhos e a cada dia, sinto minhas esperanças renovadas. Sinto a confiança das pessoas e isso me deixa muito feliz e ainda com mais coragem para trabalhar pelo povo da cidade que eu tanto amo”.

Urnas eletrônicas que serão usadas na capital começam a receber carga e lacre

As 9 zonas eleitorais que formam o município de São Luís começam neste sábado (29) a realizar as audiências de carga e lacre das 1.951 urnas eletrônicas que serão usadas durante o pleito. O ato faz parte dos preparativos finais para as eleições 2012, que acontecem em todo o país no próximo dia 7 de outubro.
Durante as audiências de carga e lacre, os partidos políticos e coligações podem acompanhar as atividades desenvolvidas pelos técnicos de urnas.
Dar carga e lacre significa inserir nas urnas todas as informações dos candidatos que estão concorrendo. Após este procedimento, elas são lacradas e o seu uso fica programado para acontecer apenas no dia da eleição, a partir das 8h.
Cronograma
No dia 29 (sábado) receberão carga e lacre as urnas das zonas 1ª, 3ª e 76ª. No domingo (30), vez das zonas 2ª, 88ª e 91ª. Na segunda-feira (1º/10) a 89ª e a 90ª e no dia 2 (terça-feira), a 10ª.

Advogado e empresário comandam terrorismo contra famílias quilombolas em Itapecuru

As 120 famílias do Quilombo Santana/São Patrício, localizada no município de Itapecuru, às margens da BR 135 ( Km 81) tiveram seus lares invadidos e derrubados por milícia fortemente armada, comandada pelo corretor de imóvel e advogado Francisco Caetano (CRECI 2020, OAB/MA 11.178) e pelo empresário residente em São Luís Fabiano Torres Lopes, no dia 17 de setembro de 2012.
A ação ocorreu por volta de 13:30 horas, do dia 17 de setembro, e contou com a presença de vários homens armados de revolver, escopetas e pistolas. Sem nenhum mandado de reintegração de posse, o advogado Francisco Caetano e o empresário Fabiano Torres Lopes invadiram, com selvageria e brutalidade, os lares de vários quilombolas. Os milicianos armados derrubaram portas, paredes e janelas dos lares das famílias quilombolas. Ao ser questionado pelos moradores se o mesmo possuía alguma ordem, o advogado Francisco Caetano afirmou que ele era o juiz e que todas as casas seriam derrubadas. Revoltados, os moradores entraram em contato com a Delegacia de Itapecuru e Santa Rita, que não deslocaram homens para a localidade, a fim de evitar o despejo. Desesperado, um morador se dirigiu ao posto da Polícia Rodoviária Federal em Itapecuru (Posto São Franciso) e uma viatura conseguiu evitar que as casas fossem derrubadas por tratores.
Na ocasião, vários tiros foram disparados contra a comunidade. Conforme auto de apresentação e apreensão lavrado pelo Delegado de Itapecuru Sebastião Rocha Nascimento Junior, foram recolhidos 07 cápsulas de pistola calibre 390 e dois projeteis não identificados.
Mais ameaças:
O presidente da Associação do Quilombo Santana/São Patrício, Valdemar de Jesus Santos, 64 anos, está sofrendo várias ameaças de morte pelo advogado Francisco Caetano e pelo empresário Fabiano Torres Lopes. Numa das ocasiões, os ameaçadores, acompanhados de três policiais militares lotados em Santa Rita-MA, tentaram prender a liderança quilombola, porque o mesmo estava cuidando de sua roça de mandioca. O corretor de imóveis e advogado Francisco Caetano afirmou para o grupo de milicianos que o quilombola Valdemar era “o cara”, durante a invasão do quilombo.

O clima é de tensão na localidade. O processo de titulação do território se encontra parado no INCRA, há quase um ano. Mesmo com vários registros de ocorrências, o Inquérito Policial tramita lentamente. Nem mesmo os ameaçados de morte foram ouvidos por qualquer autoridade policial.

(Jornal Vias de Fato)